Os melhores botecos de São Paulo para beber uma cerveja gelada e petiscar
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Lugares para ir bebericar e comer um petisco sem pressa. Assim são os botecos, lugares queridos dos boêmios. Veja nossa seleção abaixo.
Boa de prosa, a lusitana Rosa Brito é a comandante deste pequeno boteco, em uma travessa da Avenida 23 de Maio. Uma delícia, a punheta de bacalhau (R$ 85,00) é uma salada do pescado cru em lascas temperadas com salsinha e bastante azeite. Vai bem com a cerveja Stella Artois (R$ 8,90, 275 mililitros). O pescado também está no arroz molhadinho com tomate e salsa (R$ 43,90). Bastante farto, o clássico cozido português é daqueles pratos que não deixam ninguém com fome (R$ 59,00), composto de carnes suína, bovina, embutidos e vegetais. Rua Caravelas, 374, Vila Mariana, ☎ 5572-2571.
O jornalista Marcelo de Andrade e a arquiteta Andréia Souza de Faria comandam este botequim, aberto no ano passado. O casal escolheu um ponto bem tranquilo à noite, atrás da Paróquia São Geraldo das Perdizes. Eleja uma das mesinhas na calçada para bebericar chopes como o IPA da paulista Cervogia (R$ 15,00, 300 mililitros). Se preferir uma caipirinha, saiba que ela apresenta bom balanço entre limão, cachaça e açúcar (R$ 17,00). As asinhas de frango fritas (R$ 30,00 a porção) ficam ainda mais saborosas com os ótimos molhos, de pimenta e de maionese com iogurte. Largo Padre Péricles, 110, Barra Funda, 3662-0073 (44 lugares). 17h/23h (sex. até 0h; sáb. 16h/0h; dom. 16h/23h; fecha seg.). Aberto em 2017.
O boteco, de estilo rústico, fica num sobrado na agitadíssima Rua Guaicuí, em Pinheiros. De sexta e sábado, quando o movimento chega ao ápice, é preciso desviar da multidão até chegar à escadinha que dá acesso à casa. Por esse motivo, sentar–se à mesa encostada no janelão é como estar numa espécie de camarote. Aproveite a vista bebendo uma caipirinha de lima-da–pérsia (a partir de R$ 16,00) enquanto petisca a costelinha de porco frita (R$ 31,00), acompanhada de farofa e chimichurri. Rua Guaicuí, 62, Pinheiros, 3034-4085.
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As mesas de madeira do salão são iguais. Exceto uma, um pouco maior e repleta de frutas, de garrafas de vodca, de cachaça, de saquê… e de outros apetrechos necessários para inventar moda a partir da clássica caipirinha de limão (R$ 18,00), que é feita ali mesmo. Enquanto beberica os drinques ouvindo samba — o dono, Celso Ricardo, é ex-pagodeiro —, o público pe-de saborosos espetinhos na brasa. Entre as opções, há queijo de coalho e asinha de frango (R$ 8,40 cada um). Farofa e vinagrete acompanham. Rua Brejo Alegre, 414, Brooklin, 5506-6418.
Todo sábado, lá pelas 8 horas, as cumbucas começam a ser montadas e dispostas sobre a chapa quente. “Até a hora de abrir, à 1 da tarde, as carnes vão soltando o gosto, o feijão vai pegando o sabor, e o caldo, engrossando”, explica Gilberto Abrão Turibus, o Giba, que serve em seu boteco a feijoada número 1 da cidade (R$ 154,00, para três), disponível também aos domingos. Nem muito pesadona nem light demais, a receita preparada há 29 anos pela cozinheira Maria Iva dos Santos alcança aquele equilíbrio que você busca em um sábado à tarde com uma caipirinha (R$ 24,50) na mão. Feijão macio, caldo borbulhante, encorpado e com alto grau de sabor, e pertences tenros, cada um dono de sua personalidade: carne-seca, lombo, costela, linguiça portuguesa, paio, língua, pé, orelha e rabo. Acompanham a cumbuca arroz, bisteca bem fritinha, farofa de mandioca, couve, linguiça toscana frita, banana à milanesa e, ufa, torresmo. Se fosse candidata ao reality MasterChef, a cozinheira provavelmente ganharia um “sim” do jurado Erick Jacquin. “Ele costuma comer aqui e sempre pede para botar coentro no prato dele”, entrega Giba. Avenida Moaci, 574, Moema, 5535-9220.
Experimente dizer que o melhor tiragosto de São Paulo é feito de bochecha. Muita gente vai torcer o nariz. “Nossa, mas… bochecha?”, seria uma das queixas. O aperitivo (R$ 6,00) preparado com o desconhecido da maioria das pessoas e quase polêmico corte bovino foi batizado de bolinho basco. Embora não tenha nascido na Europa, a receita começou a ser gerada em um bar de tapas em San Sebastián, no litoral do País Basco. De férias na cidade espanhola, Luiz Eduardo Fernandes, dono do Bar do Luiz junto dos pais, Luiz e Idalina, comeu tantos pratinhos de carrillera de ternera, a bochecha cozida, que teve uma epifania. Botou na cabeça: o pedaço de boi tinha de virar bolinho. Teste atrás de teste com a equipe do boteco do Mandaqui, conseguiu o feito. A carne é cozida num molho rico com tomate, pimentão, páprica picante, alho e noz- moscada, até ganhar maciez. Desfiada, é colocada dentro da camada não muito espessa de massa de batata. Vira bolinho e é logo empanado em farinha panko e frito. O resultado: um aperitivo de sabor concentrado, que não para de se multiplicar pelas mesas do botequim. Depois dessa, quem ousa falar que não come bochecha? Rua Augusto Tolle, 610, Mandaqui, ☎ 2976-3556.
O aspecto de pé-sujo, que pode espantar alguns, não intimida quem já conhece a afamada dupla do boteco do japonês Luiz Nozoie. Trata-se da cerveja geladíssima (R$ 14,00 a Original) e do pastel, que mais parece um rissole. Há três opções de recheio: carne, mussarela e camarão com catupiry (R$ 3,00 cada um). Os atendentes logo avisam que, independentemente do sabor escolhido, é preciso tomar cuidado com o caroço das azeitonas que vai dentro do salgado. Avenida do Cursino, 1210, Jardim da Saúde, 5061-4554 (40 lugares). 18h/23h (sáb. 12h/18h; fecha dom. e feriados). Aberto em 1962.
Aspecto importante quando se fala de bar, a hospitalidade é valorizada aqui. Não só pela dupla de sócios Chiquinho Pascifal (ex–garçom do Bar do Giba) e Didi Fernandes, como por toda a equipe, que esbanja simpatia no serviço. Logo que você chega, tratam de encontrar uma mesa na calçada ou no salão simples e trazem logo a cerveja pedida (Brahma, R$ 13,50). Se a coxinha (R$ 5,50) pode aparecer vez ou outra com o recheio muito compacto, o mexido nordestino (R$ 69,90) é cheio de sabor. A porção une carne de sol em pedaços úmidos, mandioca, queijo de coalho, tomate e cebola. A caipirinha clássica (R$ 22,90) se sai melhor que a apelidada de do chef (com caju, lima, limão, maracujá e vodca; R$ 22,90), que deve agradar aos paladares mais docinhos. Rua Lituânia, 454, Mooca, 3807-6371 (90 lugares). 17h/1h (sáb. a partir das 13h; dom. 12h/20h; fecha seg.). Aberto em 2012.
Herói da resistência do Itaim Bibi, este sim é um botecão de “ambiente familiar”. Ele é tocado pelos irmãos Emiliana e Hugo Cabral e ocupa um imóvel que pertence à família desde os anos 20, e que antes funcionava como mercearia. Quem se acomoda em meio aos incontáveis cacarecos da decoração costuma não inventar no pedido. Vai logo de cerveja de garrafa (Original ou Serramalte, R$ 12,00) e um dos dois clássicos absolutos. O primeiro atende pelo nome de pastel da zizi (R$ 6,00), friturinha de respeito com recheio de queijo, carne ou palmito, e o outro é o buraco quente (R$ 9,00), pão francês com uma carne moída úmida e cheia de sabor. A porção de tremoço (R$ 9,00) é outra pedida que honra a tradição botequeira local. Rua Pedroso Alvarenga, 1014, Itaim Bibi, 3079-6090 (30 lugares). 16h/22h (fecha sáb. e dom.). Aberto em 1987.
A qualidade acima da média, tanto do serviço quanto dos quitutes, faz com que a visita a este boteco de esquina seja me-mo-rável. Não é fácil esquecer o bolinho de feijoada recheado de couve na companhia de molho de feijão (R$ 27,00, seis unidades). Nem da caipirinha de limão com cachaça mineira (R$ 24,00), ótimo par para a feijoada, servida às quartas (R$ 37,00, no prato; R$ 57,00, na cumbuca) e aos sábados (R$ 75,00 a cumbuca). Rua Capitão Otávio Machado, 447, Chácara Santo Antônio, 5183-0281 (60 lugares). 12h/0h (sáb. até 18h; fecha dom. e feriados). Aberto em 1997.
Uma coleção de 100 rótulos de cachaça atrai os amantes do destilado de cana a este boteco de esquina. Uma das pedidas é a paraibana Serra Limpa (R$ 11,90 a dose). Também há boas caipirinhas, caso da sazonal de caqui, maracujá e lima-da-pérsia com pinga (R$ 22,90). No capricho, a cozinha expede boas receitas. A mocofava (R$ 19,90), caldo de mocotó com fava, é uma boa aliada das caninhas. Tem ainda a coxinha recheada de carne-seca com catupiry (R$ 6,80 a unidade). A qualidade do boteco não é um acaso. Dois dos sócios trabalharam no Bar do Giba, em Moema, antes de abrir a casa: Léo Gomes e Manoel Cícero, o Manu (que é irmão de Chiquinho Pascifal, sócio do vizinho de bairro Quintal da Mooca). Rua do Oratório, 1750, Mooca, 2084-0508 (70 lugares). 17h30/1h (sáb. a partir das 12h30; dom. 12h30/23h; fecha ter.). Aberto em 2018.
O ambiente amplo e um tanto rústico se mostra concorrido sobretudo na varanda. Sobre as mesas cobertas de toalhas coloridas, repousam travessas de petiscos como a saborosa linguiça fina e frita, com bastante cebola em pedaços e mandioca também frita para acompanhar (R$ 48,00). O cardápio líquido contempla cervejas como a Original (R$ 13,00) e a Coruja Viva (R$ 38,00) e cerca de cinquenta opções de cachaça, arsenal que já foi maior no passado. Rua Medeiros de Albuquerque, 471, Vila Madalena, 3813-6814 (200 lugares). 12h/15h e 18h/1h (sáb. sem intervalo; dom. só almoço até 18h; fecha seg.). Aberto em 2000.
O bar, que fica numa esquina da Barra Funda, tem ambiente despretensioso. Lambe-lambe na parede, caixas de cerveja no chão e mesas na calçada. O cardápio, meio brasileiro meio espanhol, exibe comidinhas como o espeto de camarão servido com casca e tudo (R$ 14,00). Fazem sucesso os chamados chupitos, doses alcoólicas em pequena quantidade, como num shot. Entre eles, o madrid (R$ 8,00) consiste numa mistura de vodca aromatizada de baunilha com licor de avelã. Os atendentes aconselham a, antes de virar a bebida, passar o limão-siciliano no açúcar de confeiteiro e espremer o sumo da fruta na boca. Rua Conselheiro Brotero, 71, Barra Funda, ☎ 2387-8123.
O botecão, com som calcado no rock, é um dos representantes da nova boemia da Barra Funda. De uma churrasqueira sai a costelinha de porco cortada em tiras bem macias e acompanhada de mandioca na manteiga de garrafa e queijo de coalho com mel. Custa R$ 32,00. Delicioso, o ovo roceiro (R$ 24,00) é um mexidão de mandioca, ovo, queijo, cebola, tomate, agrião e linguiça, para comer com o pão tostado na grelha. Além de se refrescar com a cerveja em garrafa, vale investir nos drinques, caso do prosaico rabo de galo (R$ 15,00). Rua Souza Lima, 43, Barra Funda. Não tem telefone (30 lugares). 18h/22h30 (sáb. a partir das 15h; fecha dom. e seg.). Aberto em 2017.
Dá para notar os sinais do tempo no piso de cerâmica lascado, nos robustos armários em-butidos e nos ventiladores de teto. A cozinha expede bons petiscos, como a porção de bolinho de bacalhau (R$ 31,50, oito unidades) e a lula recheada dos próprios tentáculos (R$ 45,00, quatro unidades). Entre um acepipe e outro, vai bem o chope Brahma (R$ 7,50, 300 mililitros). Rua dos Andradas, 161, Santa Ifigênia, 3222-8600 (40 lugares). 11h/22h (sáb. até 17h; fecha dom. e feriados). Aberto em 1982.
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Logo da rua já dá para ver o balcão de acepipes que deu fama ao bar fundado por Elídio Raimondi e tocado por suas três filhas desde 2012. Provam-se pedidas como salsichão de vitelo e abobrinha frita. Abra espaço no prato também para a mussarela de búfala. Só é bom dispensar o marisco, que, por vezes, costuma estar firme além da conta. Servir-se de tantos petiscos custa R$ 98,00 o quilo. Para acompanhar, vá de chope Brahma (R$ 9,00), com os três dedos de cola-rinho regulamentares. Rua Isabel Dias, 57, Mooca, 2966-5805 e 2021-3097. 16h30/0h (qua. a partir das 11h30; sáb. 11h30/0h30; dom. e feriados 11h30/18h; fecha seg.). Aberto em 1959. Aqui tem iFood.
Desde a abertura, em 1980, o bar aumentou o espaço e trocou de dono. Isso não mudou, porém, a fama das empanadas. Todos os dias, por volta das 9h, antes de as portas se abrirem para o público, a equipe se dedica a preparar a massa do salgado, cuja receita permanece inalterada. São nove sabores, entre eles carne e espinafre (R$ 9,70 cada uma). Para quem quer compartilhar, há a porção com seis unidades em tamanho menor por R$ 37,90. Pessoas de todas as idades também aproveitam para dividir aperitivos como o frango grelhado (R$ 46,00) e cervejas em garrafa. A Skol (R$ 12,90, 600 mililitros) chega à mesa gelada como deve ser. Rua Wisard, 489, Vila Madalena, 3032-2116 (200 lugares). 12h/2h (sex. e sáb. até 3h; dom. 13h/1h). Aberto em 1980.
Depois de treze anos, o bartender Deusdete de Souza se desligou do Veloso, bar onde trabalhava desde a inauguração. Em maio, abriu o próprio boteco, ao lado da mulher, Tatiana Balbino (ou dona Souza, como apelidou a clientela). Expert em caipirinhas, o profissional fica atrás do balcão a preparar desde a clássica de limão até misturas como a de abacaxi, coco seco e hortelã. Com cachaça, qualquer versão sai por R$ 20,00. Com vodca, R$ 24,00. Muito bem tirado, o chope Brahma (R$ 8,50) também merece o pedido. O bolinho úmido de carne (R$ 30,00, seis unidades) é bem cotado para acompanhar as bebidas. Rua Coronel Melo de Oliveira, 1066, Perdizes, 2538-1861 (60 lugares). 17h30/23h (sáb. a partir das 12h30; dom. 12h30/19h; fecha seg.). Aberto em 2018.
Uma pequena multidão costuma se formar numa esquina da Rua Cunha Gago, onde fica o boteco. Apesar do estilo simples, a casa pertence a sócios do arrumadinho Negroni, no mesmo bairro, que se juntaram a outros dois sócios. Um deles é Rafael Coelho, criador da lista de coquetéis inusitados, com bebidas brasileiras populares. A cataia, aguardente aromatizada com a folha de mesmo nome, aparece no drinque surfe com limão, mel e gengibre. O paratonic leva Paratudo, bebida de raízes amargas, limão e água tônica. Para refrescar, o home combina sidra Cereser, limão, laranja e xarope de gengibre. Cada uma dessas misturas parece ainda melhor quando se escuta o preço: R$ 18,00 cada uma. Rua Cunha Gago, 588, Pinheiros, ① Faria Lima, 3881-4855.
A proprietária Alessandra Ramos deixou para trás a área do turismo para cuidar deste boteco, que montou em frente a uma pracinha. É ela quem prepara os comes simples, entre os quais o prato de jeitão caseiro composto de pernil em lascas, arroz, farofa, ovo frito e feijão (R$ 25,00). Chama atenção a carta de cachaças, com nove rótulos bem selecionados, caso da Rio do Engenho Reserva (R$ 16,00 a dose), de Ilhéus (BA), envelhecida em barris de bálsamo, amburana, itaúba e louro-canela. Feita com a mineira Tiê, a caipirinha (R$ 16,00) é bem preparada. Aos sábados e domingos, a casa abre para o café entre 8h e 11h. Praça Sá Pinto, 67, Vila Ipojuca, 3675-7336 (45 lugares). 18h/23h30 (sáb. a partir das 12h; dom. 12h/16h30; fecha seg.). Aberto em 2018.
Tudo ali se mantém igual: os garçons experientes, o ambiente simples e as pedidas do cardápio especializado em frutos do mar. Continua saborosa a porção de lula empanada que chega à mesa acompanhada de molho tártaro (R$ 60,00 a porção). A casquinha de siri (R$ 18,50), servida numa peça de cerâmica que imita a carapaça do crustáceo, dá vontade de pedir bis. Para beber, chope (R$ 8,90, 300 mililitros) ou a caipirinha feita com os limões siciliano, taiti e rosa (R$ 27,00) são hits da casa. Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1315, Vila Mariana, 5549-8304 (100 lugares). 10h/0h (dom. até 18h). Aberto em 1967. Aqui tem iFood.
Nas mesas da calçada ou nos dois ambientes internos, os clientes, que em geral têm mais de 45 anos, compartilham garrafas de cerveja e de vinho. Os grelhados são os campeões de pedidos para mastigar. Além de linguiça, peito de frango, picanha suína e cortes de carne bovina, há o mini-hambúrguer de picanha (R$ 45,90, oito unidades), nem sempre servido no ponto solicitado. Recentemente, a casa cedeu à moda do gim-tônica e incluiu no cardápio versões como a jacaré (de R$ 25,90 a R$ 48,90), com limão-siciliano e anis-estrelado. Rua Harmonia, 305, Vila Madalena, 3816-0400 e 3031-5586.
O garçom passa entre as mesas levando uma rã à milanesa (R$ 20,00), da cozinha até o freguês, e dispara: “Essa é a Cláudia Raia, tem pernas grossas”. Os clientes caem na gargalhada quase instantaneamente, como se já esperassem o final da frase e, mesmo assim, gozassem do prazer de estar mais um dia ali, naquele bar que parece parado no tempo. Os petiscos expostos sobre o balcão de inox são pedidas certeiras. Entre eles, sardinha à escabeche (R$ 5,00 a unidade) e lula ao vinagrete (R$ 50,00). Para acompanhar, aposte na batida de maracujá (R$ 12,00). Rua Amarante, 31, Cambuci, 3207-3908.
Num dos extremos da Vila Madalena, o boteco fundado no icônico ano de 1968 tem lá seu espírito cultural. Com cara de pé-sujo, os salões exibem paredes forradas de pôsteres de filmes, dos mais antigos aos modernos, e livros e DVDs são vendidos nos fundos da casa. Tanto nesse espaço interno como na calçada, boêmios de diferentes gerações esvaziam “cascos” de cerveja de 600 mililitros, como Skol (R$ 11,00) e Heineken (R$ 14,00). Dá também para ficar na cachacinha, entre elas a mineira Vale Verde (R$ 16,00). Bem ao estilo botequim, a petiscagem pode começar com o tremoço (R$ 20,00). Vale pedir ainda o sanduíche de rosbife com pepino em conserva e queijos meia cura e de minas (R$ 19,00), inspirado na receita original do bauru. Rua Rodésia, 34, Vila Madalena, 3815-7200.
Fumegante, a cumbuca do substancioso cozido brasileiro (R$ 64,70, para dois; R$ 107,80, para três pessoas) vem à mesa com cebolinha por cima, para conferir certo frescor. A feijoada é há tempos um prato famoso neste boteco da Avenida Pompeia e é servida no almoço das quartas e dos sábados. O feijão macio mas sem desmanchar ganha a parceria de costela, carne-seca salgadinha, paio, pé e orelha. O caldo rico e fluido é ideal para deixar o arroz e a farofa molhadinhos. Sempre para acompanhar, chegam ainda bisteca grelhada, couve, torresmo crocante e laranja fresca. Avenida Pompeia, 2517, Sumarezinho, ☎ 3672-4154.
Cantoras da chamada nova MPB, como Mariana Aydar e Roberta Sá, às vezes aparecem na trilha sonora. E, no salão escurinho e vazado por janelões, surge um público que curte uma Vila Madalena menos badalada e mais, digamos, “cabeça”, e pronto para provar o que vem da cozinha da chef e sócia Graziela Tavares. Boas pedidas são um sedoso caldo de abóbora com toque de gengibre (R$ 14,00), para ser temperado com coentro e pimenta na mesa, e a sardinha empanada, sequinha e acompanhada de rúcula (R$ 12,00), disponível só quando tem o peixe no mercado. O bolinho do luiz, feito de patinho moído e cru no interior, continua cheio de sabor, mas poderia ter uma casquinha mais crocante (R$ 39,00 o quarteto). Sob o apelido de negroni da gi (R$ 30,00), o clássico é reinterpretado com menos Campari, o que deixa o sabor do gim mais evidente. A cerveja Estrella Galicia (R$ 12,00, 600 mililitros) é bem recebida pela clientela. Rua Purpurina, 370, Vila Madalena, 3032-1617.
O bar tem status de ponto turístico, com as paredes repletas (mesmo) de elementos futebolísticos: camisas, ingressos, escudos, fotos… Embora em uma rua agitada, o lugar acolhe bem quem quer apenas se sentar e relaxar com um chope na mão (Heineken, R$ 8,60) ou com uma caipirinha (R$ 20,00). Se estiver na época da fruta, vale beber a versão de seriguela (R$ 23,00), bem docinha. Para petiscar, não deixe de pedir a porção de bacalhau desfiado com feijão-fradi nho (R$ 27,00). Outra atração, o filé à oswaldo aranha (R$ 48,00 o individual), servido ao lado de alho frito, farofa crocante, couve refogada e batata portuguesa, é um dos patrimônios trazidos do Rio. Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena, ☎ 3097-9904.
Não muito longe da Serra da Cantareira, esta sobreloja de jeitão rústico — tijolos à mostra, telhas idem — é o território de Heinz Schmitz. Por lá, o proprietário guarda um arsenal de 470 variedades de cachaça, como a mineira Maria da Cruz (R$ 60,00 a dose), que passa por umburana. O número inclui infusões feitas pelo próprio Schmitz, como a de jabuticaba, que fica curtindo no álcool (R$ 10,00 a dose). Quase um clássico local, a língua bovina defumada sai por R$ 40,00. Rua Maria Amália Lopes Azevedo, 550, Tremembé, 2996-7000. Aberto em 1995.
É difícil não se sentir acolhido no boteco dos irmãos mineiros Luiz Adelino, Astramiro e Evaldir Pires, de 79, 78 e 77 anos. As mesas com tampo de fórmica azul-celeste são ocupadas por toda sorte de gente que circula pela Lapa: boêmios das antigas, universitários, trabalhadores em busca de um alívio após o expediente. Nem os rivais entram em conflito por lá, tanto que as paredes “harmonizam” camisas de times como Corinthians, Palmeiras e Santos. Um compilado de petiscos clássicos não nega a idade do bar: 56 anos bem vividos. São gostosuras como o jiló em conserva (R$ 15,00), a batatinha na farofa de mandioca apelidada de serragem (R$ 22,00) e a empada cremosa de palmito (R$ 4,50), sem contar o insólito e famoso testículo bovino à milanesa (R$ 36,00). O churrasquinho (R$ 17,00), bem à moda botequeira, aconchega no pão francês filé-mignon, mussarela e molho vinagrete pedaçudo. Tudo acompanhado de doses de caninha ou de cervejas trazidas pelos garçons em copo resfriado. Hospitalidade aqui não é pouca coisa. Rua Faustolo, 463, Lapa, ☎ 3862-6167.
O Veloso é sinônimo de coxinha (R$ 33,00, seis unidades) e caipirinha (R$ 20,00). Podia também ser de feijoada. Disputadíssima aos sábados — e vencedora da categoria nove anos atrás, na última vez em que houve a premiação —, a receita chega quentinha na cumbuca (R$ 80,00 ou R$ 100,00, para duas ou três pessoas). Delicioso, o feijão vem envolto em um espesso e saboroso caldo com os pertences: costelinha, carne-seca, linguiça e paio em fatias finas, lombo, rabo e pé. De companhia, a farofa amarelinha e crocante é tão boa quanto o torresmo. Completam a lista de guarnições bisteca suína, couve refogada na manteiga, meio morna, e laranja. Uma dica para não pegar fila? Chegue pouco antes das 12h30, horário em que o boteco abre. Rua Conceição Veloso, 54, Vila Mariana, ☎ 5572-0254.