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Comer & Beber 2020: ensaio mostra dez casas que resistem ao tempo

Restaurantes, bares e empórios com pelo menos 40 anos de contribuição para a gastronomia paulistana fazem parte dessa deliciosa viagem pelas décadas

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 jan 2022, 09h08 - Publicado em 19 nov 2020, 23h30

Das 24 edições de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, foram pinçados pelo menos cinquenta estabelecimentos com mais de quarenta anos que enfrentaram a pandemia e persistem, com resiliência, a oferecer a boa mesa. Parte deles continua a ser publicada na revista, do mais antigo de todos em atividade ininterrupta, a pizzaria Castelões, que teria surgido em 1924, aos caçulinhas quarentões Martín Fierro, Famiglia Mancini e Zur Alten Mühle. Dez deles foram escolhidos para ilustrar o ensaio nas páginas a seguir. É uma deliciosa viagem no tempo, um deleite!

Almanara

Como outros endereços árabes de sucesso, surgiu no centro. O ano era 1950. Com o correr do tempo, acabou espalhando-se por shoppings, onde ajudou a difundir a culinária do Oriente Médio. Sua unidade mais antiga ainda em atividade é uma belezura modernista. Ocupa o imóvel original do Bar Arpège, no centro, e é ali que serve quibes, esfirras e outras delícias típicas. Ao fundo, há um mural no qual desfila uma caravana com beduínos.

Casa Godinho 

Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Casa Godinho
(Paulo Vitale/Veja SP)

A casa ficou famosa pelos produtos importados e pelas cestas de presente que fazia sob encomenda e também nos finais do ano, num período de muitas glórias do centro. Hoje, a fama vem das deliciosas empadas, que continua a servir na Rua Líbero Badaró, onde está desde a década de 20, no térreo do Edifício Sampaio Moreira, o primeiro arranha-céu de São Paulo, desenhado por Christiano Stockler e Samuel das Neves. O empório de secos e molhados surgiu antes. Foi aberto pelo lusitano José Maria Godinho em 1888 na Praça da Sé. Sócio desde 1995, o paulistano Miguel Romano só assumiu o comando em 2001.

Zur Alten Mühle 

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Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Zur Alten Mühle
(Paulo Vitale/Veja SP)

Antes comuns na cidade, sobretudo na Zona Sul, as tabernas germânicas foram desaparecendo. Esta autêntica representante fundada pelo imigrante Willy Heying (1927-2001) em 1980 segue firme, com seus móveis de madeira escura, sob a batuta dos filhos Werner e Carlos. Bons canapés e canecas de chope continuam a fazer a alegria do público.

Castelões

Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Castelões
(Paulo Vitale/Veja SP)

É quase centenária a pizzaria mais antiga da capital, que ocupa o mesmo imóvel desde a fundação, no Brás, por Ettore Siniscalchi. Com muitas modificações, é claro. Apaixonado pelo Rio de Janeiro desde que viu um jogo do Palmeiras na antiga capital da República, o proprietário passou a casa a Vicente Donato, hoje tocada pelo neto dele, Fabio Donato. O que não muda é o forno de pizza, onde são assados discos de bordas generosas como o de calabresa.

La Casserole

Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - La Casserole
(Paulo Vitale/Veja SP)

Melhor cartão de visita gastronômico do centro, o charmoso La Casserole foi fundado pelo casal Fortunée e Roger Henry, espelhado com o Mercado de Flores, em 1954. E permanece no mesmo ponto, mas sob a direção segura da filha deles, Marie France, e o caçula dela, Leo. No cardápio estão clássicos eternos, como o filé au poivre, preparados com um vigor que faz do restaurante uma referência da culinária francesa na cidade.

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Jardim de Napoli

Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Jardim de Napoli
(Paulo Vitale/Veja SP)

A cantina nasceu em um barracão improvisado na casa dos fundadores, o casal de italianos Maria Prezzioso e Francesco Buonerba. Instalada no mesmo endereço de Higienópolis desde 1968, depois de atender na Bela Vista desde 1949, sempre viu multidões bater à sua porta por causa de uma receita criada cinco décadas atrás pelo filho deles, Toninho Buonerba (1939-2018). É o famoso polpettone, um bolo de carne recheado de muçarela e copiado Brasil afora. Ah! O salão passou por um lifting recente e está com cores mais claras. É claro que as garrafas estilizadas de chianti não desapareceram da decoração. Nem podem.

Bar do Luiz Fernandes

Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Bar do Luiz Fernandes
(Paulo Vitale/Veja SP)

Em maio fez cinquenta anos que o casal Luiz e Idalina Fernandes transformou um velho armazém em um ótimo botequim. Pouco a pouco, o espaço original foi ganhando anexos nos imóveis vizinhos e se tornou um festivo ponto de encontro no Mandaqui, onde se comem deliciosos petiscos. Atualmente está sob a batuta de Luiz Eduardo, um dos filhos do casal, e das netas Catarina, Carolina e Clara.

Speranza

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Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Speranza
(Paulo Vitale/Veja SP)

Aberta pelo casal de italianos Speranza e Francesco Tarallo em 1957, ficava no Morumbi e se chamava Esperança, assim em português. Foi só em 1961 que migrou para o Bixiga, onde parece ter nascido e foi rebatizada com a grafia original do nome da fundadora. Durante anos, não funcionou só como pizzaria, mas também era a residência da família. Em 1977, os Tarallos ergueram o prédio onde a segunda geração mora até hoje, em Moema. No térreo, montaram, em 1979, a única filial que a casa clássica tem.

Rubaiyat 

Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Rubaiyat
(Paulo Vitale/Veja SP)

A casa de grelhados nasceu em 1957 na então elegante Rua Vieira de Carvalho, no centro. Para estimular o consumo de um corte com nome em inglês, entre os tantos que foram lançados e copiados pela concorrência, por décadas incorporou baby beef ao nome. Hoje, concentra-se em um único endereço, além do majestoso irmão A Figueira Rubaiyat, mas chegou a ter três unidades na capital. Desde 1977, as carnes de qualidade podem ser saboreadas neste amplo espaço na Avenida Brigadeiro Faria Lima.

Casa Santa Luzia

Comer & Beber 2020/2021 - Ensaio - Casa Santa Luzia

Não acredite nesta aparência de supermercado da Casa Santa Luzia. Fundada como um empório pelo português Daniel Lopes na Rua Augusta, a casa é uma espécie de department store de iguarias e vinhos, com um enorme vitral no qual se desenham pontos turísticos paulistanos. Fixou-se no atual endereço da Alameda Lorena em 1981 e desde então recebe um público interessado em comprar do essencial álcool 70º a delícias elaboradas em sua rotisseria.

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