Os chefs que revolucionaram a cozinha paulistana
Confira como o prêmio mudou a vida desses profissionais premiados por VEJA COMER & BEBER entre 1999 e 2015
Entre 1999 e 2015, dez cozinheiros foram eleitos o chef do ano – alguns casos, em mais de uma ocasião. A trajetória desses profissionais, de certa forma, se confunde com a trajetória da cozinha paulistana. Veja como o troféu ajudou a consolidar a carreira de cada um deles e, de quebra, como eles ajudaram a colocar a cidade de São Paulo entre os principais destinos gastronômicos do mundo.
+ Rodolfo De Santis, o chef do ano em 2016
Laurent Suaudeau – O cozinheiro francês, que nunca se limitou a reproduzir as receitas de seu país, foi eleito o número 1 em duas ocasiões, à frente de restaurantes que levavam o seu nome, ambos já fechados. Permanecem na memória seus pratos cheios de originalidade, que exibiam o bom uso de ingredientes regionais brasileiros. Atualmente, Laurent se dedica a consultorias e à Escola da Arte Culinária Laurent, que ele criou em 2000 para formar novos talentos.
Erick Jacquin – A fama chegou para o cozinheiro francês muito antes do MasterChef Brasil. De 1999 a 2004, ele era a estrela do extinto Café Antiqüe. Carismático desde sempre, ia de mesa em mesa apresentando sugestões como foie gras, escargots, lagostins… e também o até hoje desejadíssimo petit gâteau. Em 2007, aos 42 anos, o chef nascido no Valedo Loire ganhou mais uma vez otítulo. À frente de seu restaurante na época, o extinto La Brasserie Erick Jacquin, ele se mostrava cada vez mais preciso na elaboração de receitas autorais. O lugar fechou em 2013, deixando dívidas em torno de1 milhão de reais. Atualmente, ele é consultor do Le Bife e do Tartar&Co.
Salvatore Loi – O casamento com o Fasano durou quase treze anos, tempo suficiente para Loi ser eleito duas vezes e lançar modas como a fregula, massa típica da ilha da Sardenha, onde ele nasceu. Depois de deixar a grife, em 2012, Loi passou por dois restaurantes antes de abrir, em maio deste ano, uma nova casa com seu nome.
Alex Atala (D.O.M. e Dalva e Dito) – O paulistano da Mooca levou o primeiro dos cinco títulos em 2002,conquistando paladares com combinações consideradas ousadas atéh oje, entre elas o foie gras no vinagre balsâmico com baunilha, iguaria que ele, em seguida, baniu do menu. Três anos depois, quando foià festa de VEJA COMER & BEBER para buscar o seu segundo troféu, já era uma celebridade admirada internacionalmente. Mas ele não parou por aí: dempre atento às mais arrojadas técnicas culinárias, Atala foi o grande responsável pela valorização de ingredientes regionais, entre eles o palmito pupunha, e mantém-se até hoje como modelo para aspirantes a chef apaixonados por gastronomia de vanguarda. Em 2009, além de brilhar no D.O.M., passou a inventa rmoda no Dalva e Dito, onde há clássicos brasileiros como porco na lata.
Tsuyoshi Murakami (Kinoshita) – Figura singular, trabalhou em Tóquio, Nova York e Barcelona antes de aterrissar em uma casa simples da Liberdade, que desapareceu em 2007 — naquela época, Murakami já se destacava. A carreira decolou no ano seguinte, quando ele se associou a Marcelo Fernandes para abrir o Kinoshita.
Helena Rizzo (Maní) – A cozinheira que trocou a carreirade modelo por estágios culinários no Brasil e na Europa, entre eles no premiado El Celler de Can Roca, na Espanha, domina técnicas arrojadas como poucos. Tudo é posto em prática no Maní, cujo cardápio ela assina com o ex-marido, Daniel Redondo, chef do ano de 2015.
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Paola Carosella (Arturito) – A cozinheira argentina faz as melhores empanadas da cidade e é a jurada maisquerida do MasterChefBrasil. Seu talento culinário, porém, chamou atenção muito antes. Chef do ano em 2010, serve pratos cheios de sabor, nos quais a qualidade dos ingredientes fica em primeiro plano.
Rodrigo Oliveira (Esquina Mocotó) – Não bastasse revisar com sabedoria as receitas nordestinas do cardápio montado pelo pai no Mocotó, ele deu novo status à culinária nacional com pratos autorais, entre eles o consagrado dadinho de tapioca e a costelinha de javali com cuscuz de milho.
Jefferson Rueda – Inventor da chamada cozinha ítalo-caipira, o cozinheiro de São José do Rio Pardo consagrou-se no Attimo ao criar pratos italianos desabor quase rural. Saiude lá para montar o bem-sucedido A Casa do Porco Bar.
Daniel Redondo (Maní e Manioca) – O espanhol chegou aqui com Helena Rizzo, que conheceu no El Celler de Can Roca, e a parceria no Maní continua após o fim do casamento deles, em 2014. No menu, ele deixa sua marca em receitas espanholas como o arroz-bomba com linguiça e lagostim.