Satú exibe versão particular da culinária brasileira; leia a minha crítica
Com consultoria de Flávio Miyamura, casa de Pinheiros tem pratos com tucupi e milho
Afinal, existe uma nova cozinha brasileira filtrada pelo olhar dos chefs que atuam em São Paulo? Alex Atala, do D.O.M. e do Dalva e Dito, Rodrigo Oliveira, do Balaio IMS e do Mocotó, e Marcelo Corrêa Bastos, do Vista e do Jiquitaia, são apenas três dos profissionais que de bate-pronto vêm à minha cabeça para comprovar a tendência.
Flavio Miyamura, ex-titular do extinto Miya e consultor do Extásia, sempre namorou uma culinária de toques asiáticos. Agora, numa parceria com Paulo Souza e Amilcar Azevedo, sócios do regular Nou, o cozinheiro mostra a sua versão do Brasil no Satú.
Apesar de afirmar que não pretende ser regional, não consegue escapar de ingredientes que, digamos, legitimam o país, como o tucupi. O caldo amansado de mandioca-brava banha um par de lagostins apoiado em creme de milho (R$ 35,00).
Embora nem sejam invenção local — talvez venham da China ou da Índia —, os minipastéis (R$ 27,00, seis unidades) levam recheio de rabada ou de taioba, uma das chamadas pancs (plantas alimentícias não convencionais), que eu comia aos montes quando era criança e não havia ainda esse rótulo, com um traço discreto de catupiry.
Ao leitão crocante, um tributo a Minas Gerais de pele tostada, acrescenta-se um purê de castanha sem sutileza, daqueles pesadões e adocicados. Custa R$ 62,00.
Mais equilibrado, o ravióli de abóbora-de-pescoço defumada é uma versão nacional da massa italiana com creme de queijo da região mineira do Serro, tudo salpicado de castanha-do-pará (R$ 49,00).
Ainda que se chame flã de maracujá (R$ 27,00), o doce está mais para uma musse de jeitão caseiro com espuma de wassabi e um crocante de puxuri numa interessante combinação de sabores.
Para quem não se lembra, o Satú fica no lugar do extinto bistrô Le Repas e ganhou agradáveis janelões que inundam o salão de luz natural.
Avaliação: BOM (três estrelas)
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