COMER & BEBER 2016/2017: Bom e Barato – Restaurantes
Confira a seleção dos melhores endereços dessa categoria
A edição especial VEJA COMER & BEBER São Paulo reúne quarenta endereços classificados como Bom e Barato. Abaixo, a seleção das restaurantes.
Arimbá: Com boa mão para temperos, a capixaba Angelita Gonzaga (ex-Garimpos do Interior) comanda o próprio restaurante. No cardápio do Arimbá, estão receitas caipiras de vários pontos do país, além de criações da chef. Chama atenção o rojão (R$ 48,90, 500 gramas), um espeto grosso de madeira rodeado por carne de porco moída bem condimentada. Oferecidos separadamente, há acompanhamentos como o feijão-guando tropeiro com banana-da-terra (R$ 48,00, para dois), que vale por uma refeição.
Empório Nordestino: O casarão do século XIX, bem próximo ao bar Frangó, é o lugar onde saborear uma boa carne de sol. A pedida sertaneja vem na forma de uma peça alta de contrafilé passada pela brasa (R$ 85,00, para duas pessoas), firme e úmida na medida. As guarnições — arroz, vinagrete, feijão-verde, purê de mandioca e paçoca de carne — vão direto à mesa no jantar. No almoço, ficam dispostas em bufê. Só deixe de lado o escondidinho de bacalhau (R$ 16,50), que pode chegar branquelo e cheio de líquido no fundo da tigela. Ao meio-dia, versões menores dos pratos do cardápio são oferecidas a vantajosos R$ 26,90.
Garimpos do Interior: Uma antiga residência, com quintal e hortinha, é o cenário para uma refeição tranquila, repleta de pratos de inspiração caipira. Na aparência, os bolinhos assados de aipim (R$ 28,00 a dezena) lembram pães de queijo, mas se trata de uma mistura de purê de mandioca e queijo da Serra da Canastra. A dobradinha é feita com feijão-branco e linguiça num caldo espesso e saboroso (R$ 45,00). Chamado de leitão na lata (R$ 45,00), o pernil na própria gordura pode chegar firme demais. Antes da conta, pudim de tangerina (R$ 14,50) e café coado na hora (R$ 4,50).
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Jesuíno Brilhante: Sem grandes pretensões, a casinha de culinária inspirada no sertão do Rio Grande do Norte vem conquistando um público descolado interessado em comer pratos fartos abaixo dos R$ 30,00 e depois emendar um papo nas cadeiras de balanço. A principal “mistura” (sim, esse é o termo usado no enxuto menu) é a carne de sol preparada por João Batista Rodrigues, pai do proprietário Rodrigo Levino. Por R$ 27,00, a versão na chapa inclui dois acompanhamentos, como a mandioca cozida mergulhada em manteiga e um parrudo arroz vermelho cozido no leite fresco. Por mais R$ 5,00, inclua uma fatia larga de queijo de coalho tostadinho por cima. Doce para valer, a sobremesa burra preta (R$ 10,00) é um pão escuro de melado de cana com nata fresca.
JoJo Ramen: Que sushi que nada! Esse é o ano do lámen em São Paulo. O macarrão japonês está em alta em bares e restaurantes. Nessa casa aberta pela empresária Simone Xirata, a receita é levada a sério. Tanto que a massa é de fabricação própria, sob a consultoria de Takeshi Koitani, dono de dois restaurantes da especialidade na região de Tóquio. O kara tsukemen (R$ 37,00) é um macarrão mais grosso servido separado do caldo apimentado para ser misturado pelo cliente. Na linha clássica, há as versões shio (sal) ou shoyu (molho de soja) no estilo jojo, ou seja, incrementadas por carne de porco, ovo cozido, alga, cebolinha e broto de bambu. Cada uma delas sai a R$ 32,00.
Komah: Totalmente fora dos manjadoseixos que compõem o circuitogastronômico paulistano, o Komahocupa o térreo de um antigo sobradoresidencial na Barra Funda. Ao cairda noite, quando a casa abre as portas,a vizinhança — cheia de galpõese próxima da linha de trem — viraquase um deserto urbano. Isso nãoimpede que o salão de apenas 34lugares esteja sempre lotado. Tantomembros da colônia coreana quantoiniciados nos sabores picantes dessaculinária asiática descobriram o local.É o primeiro restaurante do chefPaulo Shin, que prepara as receitasensinadas pela mãe de uma maneiramais moderna. Não por acaso, jáque, antes de abrir o próprio negócio,o cozinheiro trabalhou no contemporâneoD.O.M. e no extinto francêsLe Coq Hardy. Não espere encontrar,porém, um cardápio extenso. Há só quatro sugestões principais e menudegustação por R$ 80,00.
Lamen Kazu: Quando a moda do lámen ainda era restrita à Liberdade, esse minúsculo endereço já contabilizava longas filas. Os fãs vão sempre atrás das mesmas receitas. Depois do delicado guioza suíno (R$ 15,00), escolha em qual caldo prefere mergulhar os longos fios do macarrão típico. Nas pedidas chamadas de “shio”, a base é mais leve, apenas de sal. Para um sabor mais forte, peça as versões como o missô yassai (R$ 40,00), feito com a pasta de soja fermentada, mais legumes e fatias de carne de porco. Quem chega tarde corre o risco de ficar sem o choux creme. De tão pedida, a carolina de creme (R$ 5,20) de sobremesa acaba às vezes antes do jantar.
La Pergoletta: As toalhas xadrez e o serviço de estilo lá em casa dão o tom acolhedor ao programa. Sessão nostalgia, as receitas, sempre para dividir, vão da cozinha às mesas em carrinhos. O filé à parmigiana (R$ 120,00), para duas pessoas, ganha a companhia de nhoque de batata recheado de mussarela. Além da matriz, no Tatuapé, e da filial no Itaim Bibi, há uma terceira unidade, menor e focada nas sugestões individuais, também no Itaim (Rua Doutor Renato Paes de Barros, 435, ☎ 2158-1957).
La Peruana Cevichería: Desde que a peruana Marisabel Woodman trocou seu food truck por este restaurante, no ano passado, o endereço bomba. Se na estreia os pratos tinham um bom padrão, hoje eles oscilam um pouco na qualidade. O arroz com pato norteño, que acaba de sair do cardápio, vinha pobre em sabor e com a carne da ave dura. Em compensação, as tenras lulinhas na brasa (R$ 26,00) são deliciosas. Além do ceviche tropical (atum, manga, abacate ao limão e muito shoyu; R$ 36,00), vai bem a causa de polvo (R$ 22,00), cuja base é de batata amassada.
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Mangiare Gastronomia: Sócio de Paola Carosella no Arturito e no La Guapa Empanadas, Benny Goldenberg fez bem ao convidar o argentino Pablo Inca para cuidar do fogão. Desde então, o cardápio do Mangiare teve um upgrade: entraram pedidas como a paleta de cordeiro com salada de feijão (R$ 69,00). O efeito positivo mostrou-se também no menu de almoço, cujo preço varia de acordo com o prato escolhido. Por R$ 49,00, saboreia-se o arroz de polvo com pernil. Mais em conta, o supremo de frango sai a R$ 38,00.
Maripili: O som ambiente vem de uma emissora de rádio espanhola, e o espaço é pequeno, bem simples e acolhedor, como um desses restaurantezinhos encontrados nas ruas de Madri ou Barcelona. Boas opções para saborear junto de uma taça de vinho são a tortilha de batata (R$ 8,00) e o bacalhau à vizcaína (posta frita ao molho de tomate; R$ 44,00). Os callos (R$ 22,00), a dobradinha madrilenha, são um cozido de bucho bovino temperado com páprica, pimenta e um pouco de salame espanhol. No imóvel vizinho, será aberto até dezembro o novo restaurante dos mesmos donos, o Carmen La Loca.
Mocotó: Quem sente saudade dos preços de antigamente pode se assustar ao consultar o cardápio atual do chef Rodrigo Oliveira. Quando foi eleito o melhor bom e barato pela primeira vez, em 2008, o restaurante cobrava só R$ 16,90 pela carne de sol com pimenta-biquinho. Hoje, são R$ 49,90. O reajuste acompanhou a badalação crescente em torno do endereço na Vila Medeiros, é verdade, mas os novos valores ainda não chegam ao patamar dos praticados pelos concorrentes. Resultado? A casa volta ao pódio neste ano com o melhor custo-benefício da cidade. Conselho amigo: como os pratos são fartos e vai dar vontade de provar tudo, programe a visita com um grupo grande, compartilhe as receitas e rache a conta.
MoDi: Continua um dos endereços imbatíveis da cidade na relação custo/benefício, embora a qualidade possa oscilar, em particular na unidade do Shopping Pátio Higienópolis. Não estranhe, por exemplo, se alguma massa chegar cozida além do necessário, caso do tagliolini que acompanha a paleta de cordeiro (R$ 46,00). No mais, os outros pratos do chef Diogo Silveira costumam agradar. O trio de lulinhas ao molho de tomate (R$ 18,00) compete com a polenta com aspargo, creme de parmesão e ovo (R$ 14,00) pelo título de melhor entrada. Tiramisu (R$ 13,00) é a recomendação para a sobremesa.
Nambu — Cozinha de Raiz: A princípio, a localização pode causar estranheza — a casa divide o imóvel com uma clínica. Mas não se preocupe. O ambiente é agradável, e o menu prioriza os ingredientes orgânicos e integrais. O estrogonofe de cogumelo-de-paris e shiitake grelhado com arroz-cateto integral custa R$ 43,50. Há espaço para aves em pratos como o arroz goiano com pequi (R$ 39,50). A torta crua de tâmara e farinha de amêndoa com musse de abacate e cacau (R$ 18,00) é das boas.
Nello’s: A matriz, em Pinheiros, tem ambiente simples e acolhedor, dividido em três salões antiguinhos, com fotos de Roma e pôsteres de filmes de diretores italianos. O público não se importa em se aglomerar nos banquinhos da entrada e aguardar, pois sabem que a refeição, boa e barata, vai compensar no final. Duas dicas de massa: o saboroso tonarelli com anéis de lula, camarãozinho, mexilhão e tomate (R$ 49,00) e o delicado nhoque de batata com molho de tomate de acidez equilibrada com linguiça calabresa (R$ 38,00).
OpyCo: Numa ruazinha da Vila Romana, o chef e sócio Piero Franchini faz receitas moderninhas, e muitas delas revisitam especialidades brasileiras. A feijuca combina feijão-branco, bacon e couve crocante (R$ 20,00). Envolta numa deliciosa pururuca, a copa lombo custa R$ 35,00. Outra pedida, o acém (R$ 37,00), corte mais fibroso, passa por uma longa marinada e cocção beeem lenta. Saborosa, a sopa cremosa de cenoura é servida numa garrafa térmica (R$ 25,00). Para sobremesa, o combinado de cinco doces de banana (R$ 28,00).
Petí Gastronomia: Nem parece que nos fundos de uma loja de pintura artística possa haver esse pequeno e charmoso restaurante. Menos ainda que ofereça um menu contemporâneo por apenas R$ 43,50. Assim é o Petí Gastronomia, aberto por Victor Dimitrow, de 26 anos, o chef revelação de 2016. Ele faz receitas mutantes com bela apresentação e harmonia de sabor. São pedidas como a tarte tatin de cebola com ricota defumada, rúcula e taioba e o peixe do dia ao molho cítrico com purê de cenoura defumada, alcachofra e compota de tomate. De tempos em tempos, Dimitrow abre as portas no jantar com uma degustação a R$ 95,00.
Picchi: Não faltam pratos caros e refinados no cardápio do Picchi, um dos melhores representantes da culinária italiana na cidade. O grelhado do pescador, que traz delícias como um camarão grande, custa R$ 105,00. Dá para provar uma saborosa amostra dessa receita no caprichado menu executivo (R$ 53,00), diferente a cada dia. Às sextas, o chef Pier Paolo Picchi prepara, de tempos em tempos, um risoto de frutos do mar. Em meio ao arroz, cozido com perfeição, há lula, polvo, mexilhão e peixe do dia. Ligue antes para conferir se a opção está disponível.
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Rendez-Vous: A proposta dessa casa do empresário parisiense Petrit Spahija é oferecer culinária francesa sem frescura. Das 8h da manhã até o meio-dia, serve combos de café da manhã (R$ 19,00 a R$ 40,00). Depois desse horário, funciona como bar de vinhos e sugere seis clássicos de bistrô, além de um hambúrguer. Uma das boas receitas é o tartare de boi (R$ 35,00) sem ovo cru. De pele dourada, o franguinho assado com limão-siciliano sai a R$ 32,00. Em vez de fritas no acompanhamento, há batata assada e salada. De sobremesa, vá de creme brûlé (R$ 13,00). A água filtrada é cortesia.
Solo Cozinha & Bar: Depois de terem trabalhado juntos na Bráz Trattoria, Marcio Cardeal, responsável pelo atendimento, e Danilo Gozetto, comandante da cozinha, decidiram abrir essa casa bacana. Petiscos e entradinhas como a coxinha de pato (R$ 24,00, seis unidades) e o carpaccio de língua bovina com vinagrete de pimentões, cebola-roxa e agrião (R$ 19,00) formam uma caprichada entrada. Na seleção de bons pratos, não deixe passar a barriga de porco de pele crocante com quirera de milho e couve queimada (R$ 38,00). E não se preocupe se encherem seu copo de água filtrada o tempo todo. É uma cortesia.
Taberna da Esquina – O balhacau está pela hora da morte! A manjada expressão só não vale para o almoço executivo do Taberna da Esquina, casa do chef português Vítor Sobral. Há dois menus, um a R$ 47,00 e o outro a R$ 56,00, diferentes a cada dia. Toda quarta, o mais caro deles dá direito ao bacalhau à brás (em lascas com cebola caramelada, batata palha e ovo) — na carta regular do restaurante, uma receita parecida do pescado, à zé do pipo, com cebola caramelada e purê de batata, sai por R$ 78,00. O preço fixo da refeição ao meio-dia dá direito ainda a opções rotativas como o caldo verde e o salame de chocolate.
Taormina: Ano após ano, a proprietária Helena Morici mantém um padrão de qualidade da osteria que segue a mesma fórmula desde o começo. Aberta só no almoço, a casa oferece um menu completo que muda diariamente. Os únicos itens fixos são as frutas da sobremesa e o cannolo que acompanha o café. Entre as massas que aparecem com mais frequência estão o fusilli à calabresa e o rondelli de queijo. De segunda a quinta, custa R$ 54,90 (massa simples ou recheada) ou R$ 57,00 (massa com camarão); na sexta, R$ 54,90 ou R$ 62,90, respectivamente; aos sábados, domingos e feriados, o preço sobe para R$ 75,90.
+ Endereços para comer comida árabe
Yakitori: Garçons correm para lá e para cá a fim de atender a numerosa clientela, predominantemente de descendentes de japoneses, que nos fins de semana lota o salão. A estrela são os apetitosos espetinhos que pulam da churrasqueira comandada pelo cozinheiro Takaaki Yasumoto, também sócio do izakaya Taka Daru. A maioria é de frango, como o coração (R$ 7,10), a moela mais durinha (R$ 6,50) e a pele (R$ 7,10). Também faz bonito o oden (R$ 67,00), cozido de nabo, massa de peixe, inhame, batata-doce asiática konhaku, ovo, alga kombu e até um improvável charuto de carne no repolho.