COMER & BEBER 2016/2017: drinques
Confira a seleção de bares que preparam os melhores coquetéis da cidade
A edição especial VEJA COMER & BEBER São Paulo reúne 200 bares. Abaixo, a seleção de casas que servem bons drinques.
Bar do Jiquitaia: eles trocaram o escritório pelo bar. Em maio, os irmãos Carolina e Marcelo Corrêa Bastos desocuparam a área administrativa do Jiquitaia, o restaurante deles, e transformaram o espaço em um lugar simples, eficiente, onde se pode beber e comer bem. Marcelo cuida das surpreendentes porções, das quais você possivelmente vai precisar depois de alguns gorós. E, para montar a carta de drinques, em vez de contratarem um mixologista tarimbado, encomendaram a consultoria do amigo Danilo Nakamura, aficionado de coquetelaria. Resultado: uma instigante seleção de misturas. No entanto, a fórmula da caipirinha ficou a cargo de Carolina, famosa pelo preparo da bebida. “Ninguém mexe na receita”, dita a anfitriã, que usa no clássico um limão, 10 gramas de açúcar e aguardente Rainha.
Barê: boa parte do público, na faixa dos 30 e poucos anos, vai ao endereço em busca de agito. No salão da frente, fica o sofá com mesinhas bem próximas umas das outras. A parte de trás tem clima mais intimista e é adorada pelos casais. Depois de um curto período fora, o bartender Rafael Pizanti retornou ao endereço com status de sócio. Incluiu ótimos drinques, como o tranquilim (vodca, Cointreau, pitanga, limão e hortelã; R$ 30,00). Da cozinha comandada por Rodrigo Einsfeld, participante do programa MasterChef Profissionais, escolha o delicado ceviche com tucupi acompanhado de chips de batata-doce (R$ 34,00).
Brasserie des Arts: filial de um endereço na Riviera Francesa, o lugar é frequentado por gente abonada acima dos 30 anos e cenário de badalados jantares. Quem está a fim de apenas petiscar pede tira-gostos como o arancino (R$ 29,00, quatro unidades) e se joga nos drinques do bartender Marcelo Serrano. Talentoso, o profissional se divide entre o Brasserie e o vizinho Recreo, nova empreitada dos mesmos donos. Equilibrado, o drinque bergamota (R$ 33,00) mescla vodca cítrica com tangerina e cenoura e traz espuma de pêssego bem docinha no topo.
Frank: Para chegar à excelência do que mata a sede — etílica — da clientela, o barman Spencer Amereno Jr. Trabalha como se fosse um chef de cozinha. Seleciona os melhores produtos e pensa com carinho na apresentação das criações e releituras de clássicos. À sua disposição, ele tem a estrutura da cozinha do Hotel Maksoud Plaza, onde fica o bar. Uma bartender-cozinheira o assiste no preparo de infusões, sucos e tinturas enquanto outro auxiliar o ajuda a esculpir o gelo, peça fundamental na coquetelaria. O resultado é encontrado no copo em delícias como o the crusher (R$ 33,00, o preço de todos os drinques), que junta brandy e rum envelhecidos, vermute tinto e pimenta-da-jamaica. E esse é só um dos muitos componentes do banquete que se tem por lá. Líquido, no caso.
G&T: em alta na cidade, o gim-tônica ganhou em fevereiro um bar para chamar de seu. Era para ser temporário, mas acabou virando fixo por “culpa” do pessoal arrumadinho que bate cartão por lá. Titular das coqueteleiras, Mario Oliveira abastece essa galera com sugestões como o algarve (R$ 25,00), com infusão de hibisco, suco de limão-galego, licor de amêndoas e alecrim. No arapuru, servido em copo americano, entram gim nacional, caju e casca de limão (R$ 35,00). Único petisco disponível, a porçãozinha de amendoim é cortesia.
Guarita: O bar não foi, assim, muito planejado. Enquanto preparavam a abertura de uma casa de drinques em Pinheiros, o chef Greigor Caisley e o bartender Jean Ponce (ex-D.O.M.) acabaram montando, no meio do caminho, este endereço com espírito de boteco. Sem muita ordem, o pessoal elege um assento no salão ou um canto para ficar de pé na calçada e tomar uma das melhores caipirinhas da cidade (R$ 18,00 com a aguardente Rainha). Outra delícia líquida se chama na guarita (cachaça envelhecida, abacaxi flambado, limão e angustura; R$ 26,00). Além do premiado bolovo (R$ 9,00), a cozinha expede boas pizzas individuais.
Le Jazz Petit Bar: não é difícil lotar o endereço vizinho ao bistrô Le Jazz, dos mesmos donos. Além do balcão com apenas onze banquetas, há só oito mesas na calçada. Apertadinhos, mas animados, casais e pequenas turmas bebericam bons drinques, entre eles o blood and sand (uísque, licor de cereja, vermute tinto e suco de laranja; R$ 34,00). Também se sai bem o billie holiday (tequila, vermute, Aperol, purê de pepino, licor de laranja e limão; R$ 34,00). Da lista de pequenas porções, peça o croquete de pé de porco com linguiça (R$ 13,00 o par).
Negroni: além de ter inaugurado neste ano o Barouche, no centro, o empresário Paulo Sousa (também do restaurante Nou) montou este endereço em Pinheiros com outros dois sócios. O carro-chefe do barzinho de pouca luz e jazz no som é o negroni, tradicional drinque de gim, vermute tinto e bitter italiano (de R$ 27,00 a R$ 47,00) — o preço depende da marca das bebidas escolhidas. A carta conta com variações como o frescolino, com grapefruit e tônica (R$ 27,00), além de outros clássicos. Para petiscar, há pizzas individuais, como a de abobrinha, queijo de cabra, manjericão e raspas de limão-siciliano (R$ 32,00).
NOH: drinque ostentação, o space old fashioned (R$ 48,00) consiste em uma versão da clássica receita acrescida de água gasosa, que chega sobre um suporte com gelo seco. Servido somente às quintas, traz fatias de laranja que passam por um processo a vácuo no qual a bebida é injetada nelas. Complexo, não? Há sugestões mais simples, caso do dry elison (R$ 33,00), de gim, pepino, hortelã, limão e Martini Dry. Além de beber, o público animadinho aproveita para petiscar porções como a de boteco (R$ 41,50), que reúne dadinho de tapioca, pastéis e cestinhas de parmesão com carne-seca.
+ Os melhores endereços para botecar
Recreo: assim como o vizinho Brasserie des Arts, dos mesmos sócios, o bar é badalado e frequentado por um público com mais de 30 anos que não tem problemas com o limite do cartão de crédito. Dividido entre as duas casas, o bartender Marcelo Serrano criou uma carta de drinques cheios de frescor. Eles são preparados em um balcão na agradável varanda, como o ótimo bodega spritz (gim, Aperol, espumante, pera, hortelã e lavanda; R$ 29,00). Na hora de petiscar, há boas tapas, entre elas o bombom de queijo de cabra, pistache e pesto (R$ 26,00).
Riviera Bar: ao entrar, o visitante dá logo de cara com um bonito balcão vermelho. No piso de cima, o espaço é mais escuro, com vista para a Avenida Doutor Arnaldo. Clássico boteco paulistano, a casa reabriu em 2013 mais arrumadinha e como um bom lugar para investir nos coquetéis, hoje selecionados pelo talentoso bartender Kennedy Nascimento, que cuida dos endereços do grupo. O west side (R$ 26,00) é uma mistura de vodca, hortelã e limão-siciliano. Outro drinque bem-sucedido, o famous avenue (rum, bourbon, limão-siciliano e xarope de maple; R$ 29,00) alcança equilíbrio satisfatório. Para mastigar, a bruschetta caprese é cheia de frescor (R$ 33,00).
Sala da Sogra: não parece um nome dos mais apropriados, mas há uma boa explicação: é que o bar ocupa o que antes era a casa da sogra de um dos sócios, Marlon Sakamoto. Todo escurinho e de decoração simples, o local tem como maior predicado os drinques preparados por Gilliard Carneiro, o Gil. O jack lemon and tonic, por exemplo, equilibra uísque Jack Daniel’s, mel, limão-siciliano e tônica. Custa R$ 22,00, o mesmo preço do gim-tônica, que pode vir acrescido de uma fatia de carambola, e do pear lemongrass, de vodca, capim-santo, limões taiti e siciliano mais xarope de maple e suco de pera. Para não ficar só nos goles, a cozinha expede bobaginhas gostosas como canapé de carpaccio (R$ 32,00).
SubAstor: Não é raro chegar ao bar, instalado no subsolo do Astor, e encontrar o salão apinhado. Culpa do bartender italiano Fabio la Pietra, que se desligou da casa em setembro, mas deixou uma ótima seleção etílica como legado. O interino e ex-braço-direito, Rogério Frajola, na casa desde a abertura, executa junto da equipe pedidas como o dark & stormy (R$ 31,00), feito de rum, melado de cana e limão-taiti e finalizado com um marcante refrigerante de gengibre.
Terraço Itália: fica no topo do Edifício Itália e tem status de programa turístico. Apareça à tarde e verá viajantes a fotografar o impressionante skyline da cidade. À noite, o clima é mais romântico, com apresentações diárias de jazz. O ótimo dry martini (R$ 38,00) acompanha a porção mista de pastéis sem bolhas na massa (R$ 36,00), com os recheios de camarão, queijo e palmito. Cobra-se entrada: R$ 30,00.