Restaurantes: as 10 melhores estreias de 2015 e uma promessa
Como faço todo fim de ano, reúno aqui um balanço das melhores estreias de 2015. Embora tenha sido um ano de crise, muitos empresários e chefs continuaram a investir em gastronomia. São pessoas que acreditam no negócio restaurante. + Mocotó Café, de Rodrigo Oliveira, já está aberto Selecionei quais endereços mais se destacaram, do décimo ao […]
Como faço todo fim de ano, reúno aqui um balanço das melhores estreias de 2015. Embora tenha sido um ano de crise, muitos empresários e chefs continuaram a investir em gastronomia. São pessoas que acreditam no negócio restaurante.
+ Mocotó Café, de Rodrigo Oliveira, já está aberto
Selecionei quais endereços mais se destacaram, do décimo ao primeiro colocado. Ao final, incluo ainda uma menção honrosa. É um minúsculo bistrô, dirigido por uma chef que é uma das revelações do ano. Confira:
10. Maníoca
A dupla Helena Rizzo e Daniel Redondo — ele eleito o chef do ano na mais recente edição VEJA COMER & BEBER — abriu essa versão do Maní nos fundos da Livraria Cultura, no Shopping Iguatemi. Para tocar a cozinha do Maníoca, convidaram Marcelo Almeida, que trabalhou com eles na casa-mãe por quase sete anos. Em vez de culinária contemporânea, o cardápio é mais amplo e inclui até hambúrguer, além de um franguinho com pamonha assada. O lugar funciona ainda como café/casa de chá.
9. Piselli Sud
O restaurateur Juscelino Pereira acertou novamente ao montar essa filial do Piselli no interior do Shopping Iguatemi — ocupa o mesmo local deixado pelo Gero Caffè e tem um belo salão desenhado pelo arquiteto americano Eric Carlson, do escritório Carbondale, em Paris. Em vez de simplesmente repetir o cardápio do Piselli, com receitas do centro e norte da Itália, Pereira pediu ao chef para incluir pratos do sul do país mediterrâneo. Daí o nome Sud ou sul. São receitas com pescados, entre elas o frito misto de frutos do mar.
8. Valero Restaurant
O chef francês Pascal Valero (ex-NB Steak, ex-Kaá e ex-Eau) está de volta com um restaurante para chamar de seu. Em sociedade com a advogada Milva Lopes, ele ocupou os antigos salões do Jockey Club, onde por anos funcionou uma sucursal do Bistrô Charlô, com pratos do bufê do banqueteiro Charlô Whately. Uma tremenda reforma devolveu a classe ao ambiente, no qual se saboreiam agora pratos como o confit de pato, além massas e risotos.
7. UN
Aberto quase no finzinho de 2015, o restaurante é comandado pelo chef Tadashi Shiraishi. O cozinheiro, meticuloso e dedicado, acerta em duas frentes: no balcão frio de onde não desgruda e na cozinha aberta que se avista do salão. Contam pontos para ele ter trabalhado em filiais europeias do estrelado restaurante Nobu, com matriz americana. Prove sushis feitos com peixe que vão muito além do atum e do salmão: graçainha e lírio, por exemplo. Faça reserva ou chegue cedo. A espera é longa.
6. Più
O chef Marcelo Laskani passou por vários de restaurantes de diferentes estilos de cozinha. O mais recente deles tinha culinária italiana — era o extinto Sottovento, no Shopping Cidade Jardim, no ponto hoje ocupado pelo L’Entrecôte de Paris. Foi justamente a culinária italiana que o inspirou a montar com outros sócios o Più. No cardápio da casa concorrida desde a inauguração, há pratos como o stinco de leitão com nhoque dourado no azeite. Por isso, não estranhe as filas na porta. Constantes, elas são um termômetro da qualidade das receitas de Laskani.
5. Tête à Tête
O charmoso restaurante que funcionou em Higienópolis está de volta. Novamente, o chef e sócio Gabriel Matteuzzi propõe receitas arrojadas, muitas delas inspiradas pela moderna cozinha espanhola. No cardápio sempre em renovação, um dos exemplos de sua força criativa é o javali com nozes. Mateuzzi faz um trabalho tão bem lapidado que o coloca entre os melhores chef da cidade.
4. Parigi Bistrot
Embora tenha raiz italiana, o restaurateur Rogério Fasano traz a França na alma. Depois do Parigi de cozinha mista entre França-Itália, ele abriu esta casa de cardápio bretão. Tudo muito clássico em um ambiente para lá de agradável com direito a mesas espalhadas também por um charmoso jardim, como você soube em primeira mão aqui no blog. As receitas são executadas pelo chef Wagner Resende (ex-Chef Rouge), que acerta no filé ao poivre com aquele ardido que alegra a boca. Vem com batatas fritas servidas numa charmosa cestinha metálica.
3. Bossa
Não espere encontrar receitas brasileiras em clássicas apresentações, como a feijoada dos sábados ou a carne de panela das quintas, ambas servidas no almoço. Elas até fazem parte do cardápio, mas são revisadas, perdoe-me o trocadilho, com bossa pelo chef William Ribeiro nesta casa de Renato Ratier, dono da balada D-Edge. O miniarroz, que tem cultivo incentivado por Alex Atala (D.O.M. e Dalva e Dito) e seu Instituto Ata, ganha vez num mexidinho com camarão.
2. Carlos Pizza
Numa terra em que cada um tem sua pizza preferida, em geral de massa média e repleta de cobertura, a Carlos Pizza oferece algo muito diferente, numa ótima receita que mistura Nápoles com Nova York. São discos individuais com comedida e acertada quantidade de ingredientes, que saem do forno com bordas largas e elásticas como restante da massa. Quem criou a maioria da combinações em cartaz foi o chef Rodrigo Felício, que não está mais na casa. A preparação de pedidas como escarola, parmesão, nozes e raspas de limão-siciliano está sob a supervisão do também cozinheiro e sócio Luciano Nardelli, o Lucho, nascido na Argentina. Prepare-se para a longa fila de espera, já que o salão é minúsculo.
1. Petí Gastronomia
É o restaurante do ano. O motivo é bem simples: onde mais comer um menu completo de fazer inveja a endereços bacanudos por apenas 38,50 reais? Só aqui. Quem fica na cozinha e enfrenta o fogão na frente dos clientes é o chef Victor Dimitrow, de 25 anos. Seu talento é evidente da entrada à sobremesa. Não faltam bons exemplos no pequeno e mutante menu, sempre com apresentações de encantar o olhar. Dois exemplos: o peixe do dia com camarão na massa de harumaki sobre purê de batata-doce alaranjada e a costela bovina com molhos da própria carne e de folhas de mostarda na companhia de mil-folhas de mandioca. Dimitrow só consegue manter um preço tão em conta porque faz ele mesmo as compras com o que encontra de melhor e de menor preço no mercado. Outro detalhe: o restaurante fica nos fundos de uma loja de material de artes plásticas do pai do cozinheiro, o que barateia a operação. Seria muito bom se houvesse mais lugares como esse na cidade.
Uma promessa
Vinoteca Paulistana Bistro
Escondido nos fundos de uma loja vinho, tem apenas dezesseis lugares. De qualquer lugar que o cliente ocupe, ele pode observar chef Vanessa Alves em ação. A cozinheira que participou do reality culinário The Taste Brasil, no canal pago GNT, manda bem no fogão e é uma das revelações do ano. Ela faz receitas inspiradas como o carré de cordeiro com legumes confitados. Dos doces quem cuida é seu colega de disputa televisiva, Henrique Rossanelli. Sua torta de limão não tem nada de convencional. Aparece desconstruída no prato.
Caderno de receitas:
+ Il vero fettuccine Alfredo di Roma
+ Tiramisu original. É bico!
+ Petit gâteau, do chef Erick Jacquin
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