Slow Food ganha espaço e atrai cada vez mais adeptos
Movimento gastronômico já tem cerca de 100 mil seguidores no mundo todo; Confira onde a prática é servida na cidade
Se no Brasil, como os próprios adeptos dessa tendência definem, o Slow Food ainda “engatinha”, a recente visita do fundador do movimento, o jornalista italiano Carlo Petrini, ajudou a despertar a curiosidade de cada vez mais pessoas sobre a filosofia do alimento bom, limpo e justo.
Essa nova causa de sustentabilidade ganha cada vez mais seguidores, e restaurantes, na cidade.
Criado em 1989, na Itália, o movimento prega a aproximação entre o campo e a mesa nos centros urbanos, o resgate de ingredientes locais e a diminuição do ritmo de vida.
Mas não basta consumir algum produto orgânico. Para ser um seguidor do Slow Food, é preciso ter certeza sobre a procedência dos alimentos, comer de forma saudável, sem pressa, e não desperdiçar. Em São Paulo, a proposta aparece em alguns restaurantes, apesar de não receber o rótulo oficial do movimento fundado por Petrini, como acontece em outros países.
Restaurantes como o Julia Gastronomia, de Anayde Lima, e o vegetariano Apfel, da chef chilena Mylenne Signé, são comandados por participantes do Slow Food, que tentam levar às mesas produtos regionais, orgânicos e de agricultores locais. “Trabalho com pequenos produtores, conheço a procedência dos ingredientes. Não entra nada da indústria para meus cardápios”, conta Anayde Lima.
Anayde e Mylenne fazem questão de conversar com seus clientes sobre o que eles estão comendo, explicam de onde vieram os alimentos e pregam um estilo de vida mais calmo e saudável.
O chef José Barattino, do Emiliano, não participa do movimento Slow Food, mas iniciou um projeto que tem “alguns pontos que são parecidos” com o movimento italiano. Empenhado em erguer a bandeira da sustentabilidade, ele fez uma parceria com um grupo de pequenos produtores rurais, com a intenção de fortalecer a cadeia entre produto, produtor e consumidor. “Quero resolver os problemas”, diz ele sobre os consumidores que se afastaram do campo.
Seu objetivo não é promover unicamente alimentos orgânicos, mas apoiar os pequenos agricultores. Barattino diz também que planeja desenvolver novos pratos e resgatar alimentos esquecidos. “A ideia é valorizar o pequeno produtor de uma maneira geral, para a agricultura familiar não desaparecer”, explica o chef do Emiliano. “A intenção é estimular uma mudança de cultura para que as pessoas optem por tipos diferentes de certos produtos”, completa.
Alguns exemplos da prática no Julia Gastronomia são a pupunha na lenha, feita com o ingrediente entregue por uma produtora orgânica certificada, e o Steak Julia, preparado com carne monitorada, que não faz parte do desmatamento da Amazônia. No Apfel, o tofu é comprado exclusivamente de uma família de pequenos produtores. No Emiliano, os legumes e verduras em seu prato chegam de pequenos produtores agrícolas.
Confira abaixo os restaurantes que seguem a filosofia do Slow Food ou de sustentabilidade: