O teste dos rodízios de comida japonesa – 2015
Avaliamos dez festivais de cozinha oriental em restaurantes paulistanos; neste ano, o Tokyo Rose se saiu melhor
Não faltam fãs para as casas com festivais de comida japonesa. Instituições democráticas — oferecem pratos à vontade por um preço fixo –, elas se multiplicaram por todos os cantos da capital.
+ Os melhores restaurantes da cidade
Têm como mérito o fato de haver aproximado as pessoas desse caro ramo da culinária asiática. Mas não espere encontrar uma delas no Japão. As receitas são muito adaptadas, em especial os sushis feitos com um exagero de salmão e cream cheese. Em geral, aparece uma ou outra receita tradicional.
Para não errar na hora da escolha, siga o ranking abaixo, com os dez melhores estabelecimentos avaliados de outubro de 2014 a outubro de 2015. A seleção está por ordem de qualidade. Para mais detalhes a respeito das casas, clique nos nomes delas.
1º) Tokyo Rose: pagam-se R$ 78,00 para provar a sequência que inclui carpaccio de salmão com azeite trufado, ceviche à própria moda, bem picante na folhinha de alface, cogumelo shimeji na manteiga campeão, guioza de porco, rolinho de legumes e de queijo (não, você nunca vai ver isso no Japão), trouxinha de camarão, temaki, as ótimas bolinhas crocantes de camarão no molho apimentado, o combinado, um caprichado hot roll de salmão, dyos de olho-de-boi, teppan de filé no estilo bife sola com legumes (sim, eles erram), o saboroso yakissoba misto e, finalmente, o sequinho tempurá de legumes. Se ainda não estiver satisfeito, há chance de pedir sorvete ou uma fruta para a sobremesa.
2º) Djapa: a promessa do casarão de esquina em Moema é oferecer 35 sugestões. Nem tudo é japonês, mas a qualidade das matérias-primas mantém um bom padrão. Antes das ostras frescas, lhe servirão anéis de lula de bom tempero e um caprichado carpaccio de polvo. Tem ainda sashimi de atum, peixe-prego, dourado e salmão. Dos salgadinhos fritos, há um saboroso guioza, bolinho de bacalhau e pastel de catupiry. Logo em seguinda, virá um razoável teppanyaki de anchova com legumes, camarão empanado e uma seleção de sushis na bandeja. Embora sejam atenciosos, os garçons às vezes esbarram nos clientes sem pedir desculpas. Custa R$ 79,90. Durante a semana, no almoço, serve uma versão executiva por R$ 52,90.
3º) Manihi Sushi: fãs de camarão podem se fartar por aqui. O crustáceo bitelão é servido à vontade e aparece toda hora. Em uma das versões ele vem empanado à moda oriental, bem sequinho. Mas nem todas as frituras agradam. Não são tão bons o rolinho primavera e a trouxinha de salmão. Não chegam a empolgar os sushis de atum com ovas e os enrolados de salmão com alga, couve ou shimeji. Das sugestões acima da média, aparecem o apetitoso teppanyaki de lula e camarão (olha ele aí de novo!) e o misto de cogumelos de shimeji e shiitake na manteiga. Custa R$ 96,00 o rodízio completo, mas há uma opção reduzida por R$ 79,80 — no almoço durante a semana, também há menos opções e sai a R$ 56,40.
4º) Mori Sushi Ohta: a matriz nos Jardins é um tremendo sucesso. Na filial do Itaim,é mais fácil conseguir uma mesa, muito embora os resultados sejam inferiores. Na lista do que evitar, passe longe do gorduroso rolinho primavera de legumes e do cascudo bolinho de kani e cogumelo. Prefira o carpaccio japa de salmão ao molho cítrico ponzu. Também vai bem o combinado que traz sashimis de polvo, tainha, atum e salmão mais os enrolados com recheio de atum e ovas por fora, com pasta de ameixa umeboshi e de salmão batido com crisp e uma fatia de camarão no topo. No arremate, sorvete Häagen-Dazs. Tudo está incluído no rodízio, pelo qual pagam-se R$ 81,00 no almoço de segunda a sexta e R$ 89,00 nos demais horários e nos feriados.
5º) It Sushi: o rodízio fica devendo na relação custo-benefício. Afinal, é um dos mais caros da cidade: R$ 72,00 no almoço de segunda a sexta e R$ 98,00 nos demais horários. As decepções aparecem em itens como o harumaki insosso de creme de kani e shimeji e no espetinho de lula empanada dura demais. Em outras pedidas, o azeite trufado aparece para atrapalhar o sabor, caso do carpaccio de salmão com raspas de limão-siciliano e flor de sal. Prefira o ceviche de peixe e frutos do mar de bom tempero, os sushis prensados de salmão com crisps e o dyo de vieira. Da cozinha, chegam pedidas como o saboroso orange chicken, cubos empanados de frango no molho de laranja.
6º) Hakken: oferece uma extensa sequência de rodízio (R$ 62,90; às terças e quartas, o valor cai para R$ 58,00). No combinado presente no festival, há um único parzinho de atum. Esse peixe aparece ainda na porção de sashimi, completada por saint peter, nome mais bacana da tilápia, que não deveria ser comido cru, pois se trata de um peixe de rio. Se você é fã de salmão, a felicidade se torna quase plena, já que ele surge em vários formatos. Melhor mesmo é ficar com o salmão nitsuke, uma antiga técnica de cozimento feita aqui com shoyu, gengibre e açúcar, que dá uma textura quase cremosa ao pescado. As frituras costumam ser gordurosas e pesadonas.
7º) Aoyama: as filas parecem ser eternas em praticamente todas as unidades. Não dá nem para piscar os olhos e a comida vai sendo depositada sobre a mesa pelos sempre atenciosos e bem-dispostos garçons. É nesse clima expresso que podem ser provadas variações de salmão: tartare, canapé na massa de rolinho primavera, hot roll (que chega frio e massudo), sashimi e bolinhos com o peixe batido a molho agridoce e raspas de limão mais um uramaki califórnia grandalhão e cheio de cream cheese. Nos intervalos, aparecem outras pedidas, como o cogumelo shimeji na chapa e o carpaccio de tilápia ao molho cítrico ponzu. Sai a R$ 79,90. No almoço durante a semana, há uma versão menor a R$ 55,90.
8º) SassáSushi: no restaurante do Itaim — há uma filial minúscula nos Jardins –, o funcionamento varia de acordo com o horário. Para o almoço expresso durante a semana, reserva sugestões em bufê (R$ 64,90). O rodízio vira tema dos apetites no jantar e nos fins de semana. Como em outros concorrentes, manda à mesa combinados com salmão, atum e tilápia. Nada que empolgue muito. O melhor deles é um uramaki com salmão, pepino e ovinho de codorna frito por cima. Também agrada o misto de lula e camarão à provençal. Custa R$ 74,90.
9º) Kozaka: nas proximidades da Ceagesp, é o mais antigo japonês daquele pedaço. A qualidade, porém, caiu um pouco. Continuam pontos fortes o hot roll de salmão com cream cheese, o sashimi de atum, o temaki gigantão do mesmo peixe (pode fazer menor, por favor?) e o tempurá kakiague de vegetais em tiras. Mas dá para passar tranquilamente sem os sushis no estilo tijolinho de tão compactos, feitos com salmão em muitas variantes mais atum e namorado, além das terríveis versões com banana e morango. O rodízio custa R$ 49,50 no almoço de segunda a sexta, R$ 58,00 no jantar de segunda a quinta e R$ 62,00 nos demais horários e feriados. Não inclui a sobremesa.
10º) Dhaigo : na matriz, na Rua Araçari, no Itaim, o serviço já foi mais simpático. As garçonetes parecem sempre apressadas em empurrar os sushis compactos produzidos em série e trazidos por elas em bandejas. Como nas outras casas do ramo, há muitas variações de salmão, além de algumas pedidas com o robalo ou a tainha no papel de peixe branco. Das opções feitas com atum, fique no battera, versão do peixe picado com um toque picante e prensado sobre o arroz. Evite as fracas e gordurosas opções doces empanadas. Custa R$ 61,00 no almoço e R$ 74,00 no jantar.
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