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Por Arnaldo Lorençato
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Filial da Speranza, em Moema, dará lugar a duas torres residenciais

Numa mudança radical, a unidade da tradicional pizzaria da família Tarallo será demolida e reaberta com visual surpreendente

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h06 - Publicado em 14 Maio 2021, 06h00

Uma das mais tradicionais pizzarias de São Paulo está passando por uma mudança radical. Com matriz em um antigo casarão na Bela Vista, no pedaço conhecido como Bixiga, a Speranza vai pôr abaixo a única filial que possui na capital. Fala-se aqui da vistosa unidade de Moema, que ocupa o térreo de um prédio residencial de seis andares na Avenida Sabiá, 786.

A decisão parece ser surpreendente, mas foi tomada depois de uma longa reflexão dos proprietários, que também são donos do imóvel. Uma Speranza para o século XXI deve ocupar o mesmo lugar, só que no térreo de duas torres residenciais acopladas e com entradas completamente independentes, uma de estúdios com dez andares sobre a pizzaria e a outra com apartamentos de alto padrão de 25 pavimentos.

Fachada de prédio com jardim avarandado na frente e pizzaria Speranza no térreo.
O atual imóvel de seis andares: pizzaria no térreo (Acervo Pessoal/Divulgação)

A fiel clientela terá tempo de se despedir da casa atual, que tem salão com capacidade para acomodar 400 pessoas e previsão de funcionar até fevereiro de 2022, antes da demolição. Em setembro, também poderá conhecer a nova Speranza em tamanho míni, do outro lado da rua, no número 773. Quando voltar a operar, a pizzaria vai ocupar uma espécie de vão livre com pé-direito de 5 metros e totalmente envidraçada. Terá os mesmos 1 000 metros quadrados atuais que incluem uma área aberta e ajardinada ao fundo, além de um complexo gastronômico. O estacionamento independente no subsolo será ainda maior que o atual. “Foi muito difícil tomar essa decisão num primeiro momento. A discussão começou cinco anos atrás”, explica Paola Tarallo, a porta-voz da família dona da Speranza. “A gente vê muitas famílias se dissolverem ao longo do tempo. Vamos continuar juntos e transformar nosso patrimônio.”

Pizza margherita aproximada: molho de tomate, muçarela e manjericão.
Margherita: cobertura tradicional da Speranza (Francesco Tarallo/Divulgação)

Os Tarallo chegaram a São Paulo no fim dos anos 50 e se estabeleceram no Morumbi. Estava no comando do negócio o casal Francesco e Speranza, imigrantes de Montecorvino Rovella, na província italiana de Salerno. Esse primeiro endereço foi passado adiante ao se transferirem para o Bixiga, num sobrado que também funcionava como residência no piso superior. O projeto da pizzaria em Moema foi uma iniciativa do caçula Antonio (1941-2006), que viera para o Brasil com a mãe logo depois do pai. “Meu pai foi um visionário. Ninguém falava de Moema na época, mas ele se encantou com a proximidade do Parque Ibirapuera. Também escolheu um terreno de 350 metros quadrados perto da Avenida Ibirapuera”, lembra.

Família envolta de mesa de almoço com senhora matriarca ao centro e homem abaixado beijando o topo de sua cabeça.
De pé, Paola, de branco, com os irmãos, Monica, Tito e Marcela, mais a mãe, Cyrene: “Vamos transformar nosso patrimônio” (Acervo Pessoal/Divulgação)

Apesar de ter concluído só o ensino fundamental, Antonio tinha alma de engenheiro amador, como descreve Paola. Enquanto fazia pizzas no jantar, durante o dia ele desenhou e ergueu o prédio residencial de seis andares ao longo de cinco anos. Inaugurado em novembro de 1979, tem o térreo ocupado pela pizzaria e pelos apartamentos onde residem a viúva de Antonio, Cyrene e seus quatro filhos, Monica, Paola, Marcela e Francesco, o Tito.

Para a empreitada, os Tarallo encontram como parceiros a Gafisa. “É uma história muito bonita de família. Moram juntos no mesmo lugar”, reforça Guilherme Benevides, vice-presidente de operações da incorporadora. E continuarão assim, já que ficarão também com doze apartamentos no residencial. O projeto foi encomendado ao escritório aflalo/gasperini arquitetos. Entre outros detalhes, a obra terá uma gigantesca escultura pendente na fachada de Arnaldo Diederichsen, ambientes de áreas comuns concebidos por Gui Mattos e paisagismo assinado por Alex Hanazaki.

Janelões do jardim interno da pizzaria Speranza, com paredes alaranjadas e pessoas sentadas à mesa na parte de dentro.
Duas torres residenciais acopladas: a pizzaria no térreo do prédio de estúdios (aflalo/gasperini arquitetos/Divulgação)

Benevides também conta que a Speranza será a única empresa que poderá transitar pelo empreendimento e vender seus produtos, inclusive serviço de catering. “Uma comodidade para o morador como refeições, vinhos e outros itens”, diz. Haverá outros confortos. Além de tocar o misto de pizzaria e trattoria, os Tarallo manterão ou farão parcerias com outras marcas, como a Davvero, que estarão num complexo gastronômico com café, bar, mercearia e padaria.

Esse cenário de comodidades deve chamar a atenção de futuros moradores das 182 unidades disponíveis. “Nossos carros-chefes serão apartamentos de 121, 147 e 194 metros quadrados, além de duas coberturas dúplex com 268 ou 314 metros quadrados”, diz Luis Fernando Ortiz, diretor de incorporação da Gafisa. A Speranza do futuro está chegando.

 

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