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“Vacina é do Brasil, não de nenhum governador”, diz Bolsonaro

Em tom morno, presidente falou pela primeira vez sobre autorização emergencial de imunizantes

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 jan 2021, 12h50 - Publicado em 18 jan 2021, 12h45
imagem do rosto de Jair Bolsonaro sem máscara
Presidente desembarcou em São Paulo após deixar o Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul, no litoral de Santa Catarina, onde passou a virada do ano (Reprodução/Veja SP)
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Após a Anvisa aprovar o uso emergencial da CoronaVac, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou nesta segunda-feira (18) que a “vacina é do Brasil, não de nenhum governador”. A agência aprovou também o uso da vacina de Oxford/AstraZeneza.

“A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos que era para ter chegado aqui”, disse o presidente aos apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.

O governador João Doria iniciou minutos depois da liberação por parte da Anvisa a imunização em São Paulo. O Ministério da Saúde havia dito ontem que a vacinação no Brasil começaria no dia 20, mas pressionado por governadores, o ministro Eduardo Pazuello afirmou que a campanha vai iniciar nesta segunda (18).

“Vacina chinesa do Doria”

Antes de ter o uso emergencial liberada pela Anvisa, a CoronaVac chegou a ser chamada por Jair Bolsonaro de “vacina chinesa de João Doria”. O episódio aconteceu em outubro, quando Pazuello disse que iria comprar 46 milhões de doses do imunizante. O presidente desautorizou o ministro e disse que não compraria a vacina. “Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, disse na ocasião.

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Em novembro, Bolsonaro chegou a comemorar a suspensão dos testes da CoronaVac no Brasil após a morte um voluntário (a Anvisa concluiu que o óbito não teve relação com a vacina). “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu.

Corrida pela foto

A aplicação da vacina na população coordenada pelo governo paulista é considerada uma derrota política para Bolsonaro. Na corrida, o presidente, apesar de ter posto em dúvida a eficácia de imunizantes, quis acelerar a chegada da  vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford.

O governo federal iria mandar um avião para a Índia buscar 2 milhões de doses do fármaco, mas os indianos negaram o envio por conta do início da própria vacinação. O evento no Palácio do Planalto, de onde sairia a foto de Bolsonaro iniciando a vacinação, foi cancelado.

Ao abrir a vacinação no Hospital das Clínicas de São Paulo, Doria posou ao lado da primeira pessoa imunizada no Brasil. “Hoje é o dia V. É o dia da vacina, é o dia da verdade, é o dia da vitória, é o dia da vida”, disse. “É o triunfo da vida contra os negacionistas, contra aqueles que preferem o cheiro da morte ao invés do valor e da alegria da vida.” Em indireta, Eduardo Pazuello reagiu dizendo que ação era “jogada de marketing”.

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Mônica Calazans: primeira pessoa a receber a vacina contra a Covid-19 no Brasil
Mônica Calazans: primeira pessoa a receber a vacina contra a Covid-19 no Brasil (Divulgação/Governo de SP/Veja SP)

 

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