Eles farão falta
No último ano, a cena gastronômica paulistana perdeu nomes importantes
Para que um restaurante funcione por completo, é necessário que muitas mãos se envolvam no processo. Da cozinha ao balcão, todos em seus postos realizam em sincronia um trabalho árduo para que o cliente saia satisfeito. No fim de 2016 e no início deste ano, infelizmente, algumas figuras conhecidas desse meio nos deixaram.
Luiz Trozzi
Luiz Trozzi (1932-2016), o “rei da linguiça”, comandou por 61 anos o tradicional Gijo, na Vila Mariana, que produz e comercializa duas dezenas de variedades do embutido. À frente da pequena loja, instalada no número 16 da Rua Doutor Pinto Ferraz, atendeu clientes famosos como Alex Atala, Olivier Anquier e Fausto Silva. Morreu no fim de 2016, aos 84 anos, após uma semana internado em decorrência de uma pneumonia.
Sebastião Marques Cazumbá
Sebastião Marques Cazumbá (1944-2016), conhecido pelos clientes como Tião, era um dos mais antigos funcionários do Pão de Queijo Haddock Lobo – e também um dos mais queridos. O baiano começou a trabalhar ali ainda em 1970 e, por mais que desse palpites na cozinha, seu lugar era mesmo no balcão. Em dezembro passado, aos 72 anos, não resistiu a um AVC.
Mitsuaki Shimizu
Discreto, Mitsuaki Shimizu (1941-2017) ganhou notoriedade ao abrir em 1974 o Sushiguen, um dos primeiros restaurantes japoneses fora da Liberdade. Ele chegou ao Brasil em 1959 vindo de Kagoshima, no Japão, e amealhou uma fiel clientela com suas receitas tradicionais, em especial os tirashi. Morreu em janeiro, aos 75 anos, em decorrência de uma bactéria que teria sido contraída durante viagem ao seu país natal.
Luiz de Oliveira
Luiz de Oliveira (1921-2017), o Luizinho, era o garçom mais famoso do Bar do Léo, onde trabalhou por 55 anos. Nesse período, serviu chopes e acepipes a personalidades como o ex-presidente Jânio Quadros. Pensou em se aposentar por diversas vezes, mas sempre voltava ao trabalho. Morreu em fevereiro, aos 95 anos.
Belarmino Iglesias
Belarmino Fernandez Iglesias (1931-2017) despertou nos paulistanos a mania de um bom churrasco. Fundou em 1957 o Rubaiyat, então na elegante Rua Vieira de Carvalho, no centro. A partir daí, se dedicou incessantemente a procurar novas matrizes bovinas e técnicas para conseguir uma carne de qualidade, como conta o editor Arnaldo Lorençato em seu blog Como, Logo Existo. Com excelência, expandiu seus negócios para outras regiões e até mesmo outros países, como Espanha, Chile, México e Argentina. Se foi em maio, aos 85 anos.