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Jovens e descoladas: conheça a nova geração de casas de comida do Oriente Médio

Modernos, restaurantes e lanchonetes como o Shuk e o Make Hommus. Not War trazem frescor ao setor, antes dominado por restaurantes árabes tradicionais

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
10 jun 2022, 10h04

Numa parede lateral do recém inaugurado Shuk, em Pinheiros, dois alfabetos vivem em harmonia: o hebraico (está escrito “bem-vindos” na língua oficial de Israel) e o árabe (“comida de rua do Oriente Médio”). “Vemos muito mais proximidade entre os povos daquela região que divisões”, diz o empresário e historiador Mauro Brosso. Ao menos, gastronomicamente falando. Ele e a designer gráfica Suzana Goldfarb, sua esposa e sócia, servem pastas como homus, babaganuche e coalhada, e salgados como o faláfel, pratos corriqueiros por lá. São consumidos tanto por árabes quanto por judeus em Israel — Suzana tem origem judaica — e também comuns na Síria, de onde veio parte da família de Brosso.

+Nascido como delivery, Yalah Falafel vira o restaurante Shuk

“Estamos dentro do universo da comida árabe, mas conectados com o que está rolando no mundo. A comunidade em São Paulo é bem antiga. Em cada momento em que vieram imigrantes, eles criaram restaurantes. O que a gente faz é dar continuidade a isso, com uma maneira mais recente de trazer ingredientes, temperos e técnicas do Oriente Médio, ligados em especial com Israel, onde os chefs têm renovado o entendimento do que se tem da culinária daquela área”, diz ele.

Salão do Shuk, restaurante árabe, com mesas e cadeiras brancas. Um vidro separada o ambiente da frente e o ambiente das cadeiras, que fica atrás. No vidro está escrito palavras em hebraico e árabe. O ambiente é escurinho, iluminado por LEDs amarelas e vermelhas
Salão do Shuk: cozinha de Israel, Líbano, Síria… (Crudo e Bruno Geraldi/Divulgação)

Ainda que não seja preciso, o termo Oriente Médio, que engaveta países entre Europa, Ásia e África, boa parte nas bordas do Mar Mediterrâneo, ajuda a definir esse tipo de cozinha repleta de especiarias. Ela vem sendo apresentada na cidade por uma nova geração de lugares, de espírito jovial e sem serviço cerimonioso, que não descuidam da comida.

+Bubbeleh Deli Shop serve quitutes israelenses em Pinheiros

Além do Shuk, outro endereço recém-aberto é o Make Hommus. Not War, também sem fronteiras — trata-se de um potpourri de influências daquele pedaço, como define o sócio Fred Caffarena, pesquisador dos sabores desses lados. “Eu defino o meu homus como levantino”, diz ele, em referência ao Levante, região que engloba países como Síria, Líbano, Israel, Egito e territórios palestinos, e onde a pasta de grão-de-bico, tahine, alho, limão e cominho é comum, em diferentes versões. Na casa de Pinheiros, esse creme sedoso ganha status de refeição, com coberturas como couve- flor assada. “Existe o estigma de que uma culinária tradicional não pode ser mexida. Mas essa nova onda de endereços mostra que essa cozinha pode ser cool e descolada”, acredita Caffarena.

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Pote de alumínio com hommus, pasta árabe de grão-de-bico, com couve-flor assada e salsinha em cima
Homus com couve-flor assada: opção do Make Hommus. Not War (Anderson Freire/Divulgação)

+Make Hommus. Not War ganha novo endereço físico

“O fato de essa gastronomia estar na moda no mundo, nos Estados Unidos e na Europa, também ajuda a atrair o público mais jovem.” Foi nessa toada que a chef Renata Vanzetto abriu o Mico, no fim de março, nos Jardins. Trata-se de um árabe, digamos, pouco ortodoxo, onde se comem pedidas atrevidas como croquete de babaganuche. Em uma ação anti-haters, ela decidiu definir a casa como “mediterrânea sem vergonha”. O público parece ter comprado a ideia – cerca de 3 800 clientes passam por lá a cada mês.

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+Mico, novo restaurante de Renata Vanzetto, já tem data de abertura

Nessa nova linhagem, ganharam evidência sobretudo os endereços de cozinha ligada com a de Israel. É o caso do Jaffa, que tem cardápio 100% vegano e serve um saboroso faláfel num minissalão em Santa Cecília, e o Nosh!, que prepara releituras criativas de sanduíches israelenses no mesmo bairro. “O pessoal está viajando, indo conhecer Israel e tem vontade de sentir o mesmo gostinho aqui”, acredita Marcelo Shoel, da lanchonete Bubbeleh. Aberta em setembro em Pinheiros, serve burekas, salgados que lembram pastéis, sanduíches e pastas que fazem sucesso nas ruas de Tel-Aviv.

sanduíche
Sanduíche do Bubbeleh: cardápio cada vez mais aberto (Anderson Freire/Divulgação)

+Jaffa serve quitutes de Israel em Santa Cecília

Embora a expressão “Traditional Israeli Food” (comida tradicional de Israel) esteja inscrita no toldo, o lugar vai crescer o portfólio, com esfirras e quibes. “O israelense em si não come muito, mas os paulistanos gostam desses salgados com as pastas. Então, decidimos incluir”, justifica. Não existem fronteiras para o sabor.

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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de junho de 2022, edição nº 2793

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