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Por Arnaldo Lorençato
O editor-sênior Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Últimos dias do Mangiare Gastronomia, caprichado restaurante da Vila Leopoldina

Endereço do empresário Benny Goldenberg, sócio da chef Paola Carosella no Arturito e na rede La Guapa, vai fechar definitivamente

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h22 - Publicado em 16 mar 2021, 12h02

Esta é uma triste contabilidade que parece não ter fim: o encerramento de estabelecimentos gastronômicos paulistanos. Desta vez, é o Mangiare Gastronomia que fecha as portas. Aberto em 2011 pelo empresário Benny Goldenberg, que se tornou sócio-gestor de Paola Carosella no Arturito e na rede La Guapa, o charmoso restaurante, instalado em um galpão da Vila Leopoldina, funciona somente até 30 de março. Se continuasse operando, completaria uma década em outubro.

Para quem quiser embarcar numa saborosa despedida, pratos como o ravióli de abóbora, manteiga, sálvia e amaretti (54 reais) e o corte bovino Mangiare (250 gramas) com polenta grelhada, cebola e tomate tostados (82 reais) podem ser retirados em sistema de drive-thru numa janela do restaurante que se abre para o estacionamento. Também podem ser pedidos em casa pela Rappi.

Mangiare Gastronomia - pratos
Ravióli de abóbora e corte bovino: pratos que podem ser pedidos em casa ou retirados no drive-thru (Divulgação/Divulgação)

“Tive outras experiências na vida como empresário e o momento da decisão tem de ser acertado. Estou finalizando com o pouco de caixa que ainda temos. Tenho que parar sem dívidas, pagar todos os direitos de quem ralou conosco, suou a camisa até agora”, diz Goldenberg em relação aos 34 funcionários que dão expediente no Mangiare. Nas duas próximas semanas, o empresário pretende encontrar oportunidades para a brigada. “A gente tem plano de oferecer realocação para a maioria deles”, conta.

Esse é um saldo que deixa um gosto amargo. “O que sei fazer é a gestão. Mas faz tempo que a gente não planeja mais, a gente aposta. Não podemos fazer mais nada. Temos que lidar com isso”, lamenta.

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Um dos principais entraves para a manutenção do Mangiare foi não conseguir uma negociação melhor com os proprietários do imóvel que ocupa, um antigo galpão. “Não é o único, mas é um dos fatores que fazem a conta não fechar no futuro”, aponta. “Com Arturito e La Guapa, temos cerca de 20 imóveis alugados no grupo. Esse foi o único que não topou negociar”.

Goldenberg garante que na sua carreira de restaurateur, pela primeira vez, vê negócios sendo encerrados devido a causas externas. “Em geral, somos nós, os donos, que erramos ao escolher um ponto que não é bom ou tomar uma decisão inadequada do cardápio. Dessa vez, não. Somos obrigados a enfrentar a pandemia e conduções de políticas equivocadas”, queixa-se.

O empresário vê problemas nas três esferas de poder. “É um problema conjunto. Não há ninguém liderando no município. No âmbito estadual, o governador tomou decisões inteligentes — não fosse ele, não teríamos vacina –, mas os fechamentos de fim de semana em janeiro e fevereiro machucaram muito os negócios. Na esfera federal, não existe nada”, crítica. “O setor tem uma pauta única sobre o auxílio independente de restrições ou lockdown. Precisamos de financiamento e isenção de impostos, por exemplo”.

Goldenberg vai se dedicar integralmente ao Arturito e ao La Guapa. No caso da rede de empanadas, os planos são ambiciosos. O projeto é torná-la um conglomerado de fast casual. “A ideia é criar novas marcas a partir do La Guapa”, antecipa. “A princípio, me despeço do Mangiare Gastronomia. Por enquanto, vou pegar a placa (de aço cortada a laser) da fachada e colocar no meu escritório. Mas isso não quer dizer que ele não volte.”

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