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Rua Guaicuí, em Pinheiros, vira uma das mais badaladas da cidade

Antes pacata, a pequena via se encheu de bares e já é ponto turístico

Por Fábio Galib Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 nov 2017, 06h00 - Publicado em 24 nov 2017, 06h00

Cento e vinte passos. É o que basta para percorrer toda a extensão da Guaicuí, uma pequena rua escondida nos arredores do Largo da Batata. Antes pacato, o lugar passou a ser o ponto mais fervido do chamado Baixo Pinheiros depois que os irmãos Gabriela Mattos e Piero Mazzamati, mais o primo Mauricio Cavallari e o amigo Thiego Montiel desembarcaram por ali, em janeiro de 2015.

O quarteto foi responsável por transformar um velho estacionamento no bar Pitico, conhecido pelo espaço aberto, com cadeiras de praia e cozinha instalada em contêineres. “De início, pensamos em abrir uma portinha para vender faláfel”, conta Montiel, que, antes de se juntar ao grupo, foi sócio do restaurante Tuju, na Vila Madalena.

Com um terreno inteiro nas mãos, o grupo tornou a proposta mais ambiciosa e transformou a ideia numa casa com capacidade para 250 pessoas — estima-se que até 1 000 clientes passem por lá em noites mais movimentadas, em sua maioria jovens a fim de beber e paquerar. “Agora o desafio é fazer com que a rua seja um lugar mais agradável, pois o movimento cresceu demais”, diz ele.

Piero, Thiego, Gabriela e Mauricio: o grupo é dono de cinco casas na rua (Leo Martins/Veja SP)

Não à toa, dos cerca de trinta imóveis da Rua Guaicuí, perto de vinte são hoje ocupados por estabelecimentos comerciais — bares e restaurantes na maior parte. Só essa turma do Pitico mantém também ali o empório de produtos orgânicos Quitandoca, aberto no ano passado, o Mica, de cozinha asiática, e a lanchonete Buraco, ambos em funcionamento desde janeiro.

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Há quatro meses, eles ainda levantaram as portas do Mercedes, que consiste em uma janelinha dedicada a vender empanadas. “A região está sempre movimentada, toda noite parece Carnaval”, diz o consultor de marketing André Tocci, que vai à Guaicuí ao menos uma vez por semana. “Comecei a frequentar a rua para ir ao Pitico, mas agora estou descobrindo outros lugares, como o Capivara Caldos.”

O Mica, de cozinha asiática (Clayton Vieira/Veja SP)

Proprietário há dois anos do Capivara e da hamburgueria 4Eat, também naquele trecho, além do célebre Bar das Batidas, a poucos passos dali, Luiz Carlos Bianchi sonha com a transformação do lugar num calçadão. “Essa rua é charmosa, me atraiu”, conta o empresário. Responsável por enfeitar todo o seu perímetro com fios de lâmpadas coloridas, ele já tem planos de investir em mais um empreendimento na área. “De um ano para cá, o movimento pegou forte.”

Entre os outros inquilinos da via está o Baixo Pinheiros Bar, que em setembro de 2016 passou a ocupar o número 62 para vender cervejas e pratos brasileiros, como um saboroso baião de dois ao lado de carne-seca desfiada com ovos e cebola. “A Guaicuí virou um ponto turístico”, comemora o ator Davi de Almeida, um dos sócios do bar.

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Os empresários, no entanto, acreditam que são necessárias medidas para controlar o fluxo de pessoas e de carros. “O ideal seria instalar câmeras de vigilância em todo o trecho”, afirma Almeida.

Baião de dois com carne-seca do Baixo Pinheiros Bar (Clayton Vieira/Veja SP)

Outras queixas recorrentes entre moradores e comerciantes mais antigos são a presença de ambulantes que vendem bebidas alcoólicas e seguram o movimento até as 3 da madrugada, quando a maioria dos estabelecimentos já fechou as portas em decorrência do Programa Silêncio Urbano (Psiu), e a sujeira.

“Cresci nesta rua, nunca vi algo assim”, afirma Margareth Assakaga, dona de uma farmácia que funciona há 63 anos na esquina com a Rua Padre Carvalho. “Todos os dias temos de limpar a calçada. E não são só os frequentadores que descartam lixo em frente ao meu negócio; proprietários de estabelecimentos também fazem isso. Há sempre restos de comida e garrafas de vidro espalhados por todo canto, sem falar no mau cheiro.”

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