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Sete candidatos a vereador em São Paulo que dedicam a vida a uma causa

A maioria é candidato pela primeira vez e usa as plataformas em que construíram carreira para ganhar votos e representá-las na Câmara

Por Alice Padilha, Fernanda Campos Almeida
Atualizado em 13 nov 2020, 14h21 - Publicado em 13 nov 2020, 06h00

Matheus Hector (Novo)

O economista de 24 anos se inspirou na urbanização de grandes cidades como Seul, na Coreia do Sul, para criar suas propostas de mudanças nas leis de Zoneamento e Plano Diretor. Para ele, São Paulo não tem falta de planejamento urbano, mas excesso. “As restrições de construção da década de 60 impediram a concepção de moradia para todos, elevando preços e espraiando a cidade.” O adensamento para ele é benéfico. A lógica é que, com mais quantidade de prédios formais no centro, os preços cairiam e as pessoas teriam oportunidade de morar nas zonas centrais. “São Paulo errou nos projetos de habitação social. Moradores da Cidade Tiradentes, por exemplo, matam um leão por dia para chegar ao trabalho.”

Matheus Hector (Novo) (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Renata Falzoni (PV)

A campanha de rua de Renata, 67, foi feita em duas rodas. Jornalista e cicloativista há 44 anos em São Paulo, suas principais pautas são a criação e a requalificação de calçadas, ciclofaixas e ciclovias combinadas com propostas para transporte público: tarifas justas e mais corredores de ônibus. Para ela, a mobilidade é um espelho das desigualdades na cidade. “A mobilidade individual ocupa espaço. São Paulo seguiu modelos americanos e se tornou a cidade dos automóveis. Quem experimenta a bicicleta passa a ver e enxergar ciclistas como parte da solução da falta de mobilidade.” Para Renata, a cultura promovida pelo “Acelera SP” aumentou o número de mortes nas vias da capital. Colega de ativismo da candidata, Marina Harkot morreu atropelada no domingo (8) enquanto pedalava pelo bairro Sumaré.

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Renata Falzoni (PV) (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Carmen Silva (PT)

Fugida de um relacionamento abusivo na Bahia, Carmen, 60, chegou a São paulo há trinta anos, mas acabou morando nas ruas. Por necessidade, começou a participar das reuniões organizadas pelo Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC), que luta por moradia. Hoje, líder do movimento, organiza ocupações em prédios abandonados, que devem impostos. Suas propostas principais consistem em abertura de creches noturnas para profissionais que trabalham fora do horário comercial, linhas de crédito para pequenos empreendedores, projetos de incentivo à agricultura familiar em áreas rurais desocupadas e, é claro, moradia acessível e lei de Despejo Zero. “Estamos em plena pandemia, com recomendações de ficar em casa, e temos mais de 6 000 famílias com ordem de despejo na cidade.”

Carmen Silva (PT) (Alexandre Battibugli/Veja SP)

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Wesley Silvestre Rosa (PDT)

Nascido no Jardim Apurá, às margens da Represa Billings, Wesley, 33, lança a candidatura coletiva com o movimento Periferia Ativa Búfalos. O candidato é líder comunitário há quinze anos e ativista no reassentamento das famílias que vivem próximo à represa. Na Câmara, diz que o foco é pôr em prática programas que aumentem gradativamente o índice de área verde por habitante e oferecer opções de moradia à população trabalhadora periférica das áreas de mananciais. Ele afirma que vai pressionar o cumprimento da Política Estadual de Resíduos Sólidos (descarte de lixo) e a alteração da operação Defesa das Águas, para que apenas o governo municipal seja responsável pela preservação dos mananciais. “O município é isento de responsabilidade. Pouco se intervém para evitar a degradação florestal e o zoneamento clandestino na cidade”, critica.

Wesley Silvestre Rosa (PDT) (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Inti Queiroz (PSOL)

A professora de 47 anos nasceu em Santa Cecília, bairro onde reside até hoje. Sua família era formada por profissionais da cultura, o que a fez militar em defesa da área desde cedo como parte de coletivos e movimentos estudantis. É doutora e mestre em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. O interesse pela vida pública começou durante a pesquisa acadêmica, quando passou a participar ativamente de reuniões com o Legislativo. “Minha principal proposta é implementar o Sistema Municipal de Cultura (SMC). Também tenho como prioridade a aprovação de fomentos novos para a classe artística e a regulamentação do Fundo Municipal de Cultura.”

Inti Queiroz (PSOL) (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Gabriella Bueno (PSDB)

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Nascida em Ribeirão Pires, montou o próprio salão de beleza aos 17 anos. Treze anos depois veio para São Paulo, onde venceu o concurso Miss Brasil Trans 2018. Em 2019, atuou como diretora técnica do Programa Transcidadania, que atende pessoas transexuais em situação de vulnerabilidade social. Afirma que o projeto serviu como motivação para retomar a própria graduação em Engenharia Civil na Universidade Anhanguera. “Quero ser a primeira mulher trans eleita vereadora da cidade”, planeja. Gabriela pretende ampliar o Transcidadania e investir em novos programas de formação e complemento de renda para mulheres.

Gariella Bueno (PSDB) (Rogério Palatta/Veja SP)

Rúbia Mara (PSD)

Depois de se formar em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Rúbia, 31, decidiu criar a agência Evidência Paralella na Cidade Tiradentes, onde mora desde a infância. “Na periferia, tudo é diferente do que aprendi na faculdade. Aqui as informações precisam ser ainda mais claras e completas, porque as pessoas estão mais cansadas fisicamente”, avalia. Desde 2015 atua como uma das coordenadoras do Projeto Brasil Afroempreendedor, que apoia microempresas e empreendedores individuais afro-brasileiros. Pretende criar incentivos para jovens empreendedores e pequenos comércios da periferia.

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Rúbia Mara (PSD) (Alexandre Battibugli/Veja SP)

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 18 de novembro de 2020, edição nº 2713. 

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