MasterChef 4: menu beneficente e sopa à francesa
...
Embora tenha sido um dos programas mais divertidos da temporada — receber a chef Dadá da Bahia e Daniela Mercury como convidadas para a primeira prova da noite foi um tremendo acerto — não houve emoções especiais fortes. A única exceção talvez tenha sido o acarajé feito pela dupla Vitor V. e Michelle, que desmanchou inteiro.
A prova do sorvete era bem mais desafiadora: como criar um gelado que pudesse ser companhia para um prato salgado. Nesse caso, quem levou a melhor foi o tranquilão Valter, catarinense de sangue frio e muito objetivo. O atum com sorvete que ele fez conquistou os jurados Paola Carosella (Arturito e La Guapa Empanadas), Erick Jacquin (Tartar & Co e Le Bife) e Henrique Fogaça (Sal Gastronomia, Jamile, Admiral’s Place e Cão Véio). E estava bonitaço no visual.
Por outro lado, sobraram Yuko e Taise. A personal trainer gaúcha acabou perdendo pontos e foi despachada. Ela que nunca havia saído de sua cidadezinha, fez uma despedida emocionante.
Numa mudança de curso, o episódio de hoje sai da cozinha estúdio para ser gravado em um dos lugares mais bonito de São Paulo. O hipódromo com um prédio neoclássico tombado será cenário para uma refeição beneficente, cuja renda se destina à Casa do Zezinho, conhecida por atender “crianças e jovens que vivem em situações de alta vulnerabilidade social”, como informa o site da ONG.
Divididos em dois times, os competidores terão de fazer um menu completo com entrada, prato principal e sobremesa. O ingrediente obrigatório de cada prato será decidido por sorteio. Para começar, duas iguarias: vieira ou foie gras. No prato, são duas carnes: cordeiro ou kobe beef. Finalmente, o chocolate de diferentes tipos, amargo e ao leite, é tema da sobremesa com participação de Alexandre Costa.
A equipe que tiver a maioria dos votos dos cinquenta convidados, vence.
Já dizia minha querida amiga Nina Horta no título de seu primeiro livro de gastronomia: Não É Sopa! É justamente essa a missão dos pretendentes ao troféu: reproduzir uma sopa de Jacquin. Ele apresenta um clássico, que é sopa coberta por uma capa de massa folhada. Na versão do cozinheiro, a receita é feita com molho bisque e frutos do mar.
Nesse quesito, a sopa gastronômica mais famosa da França é a soupe V.G.E., ou sopa de trufas negras, criadas pelo mestre Paul Bocuse, criada para homenagear presidente Valéry Giscard d’Estaing em 25 de fevereiro de 1975. Há ainda quem a chame de sopa Élysée, em referência ao palácio presidencial francês.
Tive a oportunidade de provar esse caldo límpido, delicado e rico em aromas, composto de trufas frescas, caldo de galinha, peito de frango, aipo, cenoura, cogumelo-de-paris, vermute e foie gras coberto por uma massa folhada, numa viagem a Collonges-au-Mont-d’Or, cidade colada à Lyon. Também fui recebido na cozinha pelo próprio monsieur Bocuse, um dos maiores cozinheiros de todos os tempos, inventor, com colegas como Pierre Troisgros, na nouvelle cuisine, talvez a mais importante revolução culinária do século XX. Depois dela, uma sopa não era apenas uma sopa. A receita original, em francês, você confere aqui.
Na eliminatória de hoje, os candidatos poderão escolher livremente os ingredientes e fazer a sopa que quiserem. Como se trata de uma receita lacrada por uma massa, o importante é que seja aromática. Soube que em quase totalidade, as sopas são muito boas o que gerará dificuldade extra para os jurados mandarem alguém embora. O caldo entornado dirá quem é o pior.
Conheça os participantes:
Obrigado pela visita. Aproveite para deixar seu comentário, sempre bem-vindo, e curtir a minha página no Facebook. Também é possível receber as novidades pelo Twitter.