Os bastidores da festa e a repercussão do prêmio de gastronomia
A edição especial de VEJA SÃO PAULO elegeu os campeões da gastronomia paulistana em celebração com prêmios entregues por personalidades como Ana Maria Braga
Aos dezoito anos, a edição VEJA COMER & BEBER 2014 foi lançada no fim da semana passada e mereceu uma grande festa para celebrar os melhores da gastronomia paulistana. Sediada na Casa Fasano, no Itaim, a cerimônia realizada no dia 16 recebeu cerca de 800 convidados e teve a bem humorada apresentação da atriz Ingrid Guimarães. Em quase duas horas, foram conhecidos 43 campeões, divididos entre restaurantes, bares e comidinhas.
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Para entregar os prêmios, revezaram-se no palco as apresentadoras Ana Maria Braga e Ticiane Pinheiro, a jornalista Ana Paula Padrão, a culinarista Palmirinha, o novelista e escritor Walcyr Carrasco, o navegador Amyr Klink, o locutor esportivo Silvio Luiz, o cabeleireiro Marco Antônio de Biaggi e os atores Bárbara Paz e Marcelo Médici.
Além dos vencedores, a principal novidade do guia anual é que todos os 1 000 endereços reunidos na edição estão estrelados. Para chegar a esses resultados, os especialistas visitaram ou revisitaram todos os estabelecimentos apresentados nas 464 páginas da publicação e atribuíram a eles de uma estrela, cotação que corresponde a fraco, a cinco estrelas máximas, destinadas somente aos estabelecimentos que alcançaram o grau de excelência.
Como é norma de VEJA SÃO PAULO, os profissionais cumpriram a saborosa e desafiadora tarefa sem se identificar e pagando a conta, num investimento de 215 937 reais ao longo de um ano. Foram avaliados rigorosamente itens como qualidade da comida, da bebida, do ambiente e do serviço. Do total, apenas cinco atingiram a almejada classificação de cinco estrelas, o equivalente a 0,5%. Chegaram a esse patamar apenas restaurantes — o brasileiro Esquina Mocotó, na Vila Medeiros, o contemporâneo D.O.M., o francês Chef Rouge e o italiano Fasano, trio nos Jardins, todos vitoriosos também em suas categorias. Completa o quinteto o igualmente excelente Maní, de cozinha contemporânea.
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Não houve mesmice nos resultados. Dos vinte ganhadores em restaurantes, por exemplo, só quatro deles tinham subido ao pódio em 2013 — Fasano, Osteria del Pettirosso, Kan e ChefVivi. Entre os estreantes, levou o título de português o quatro-estrelas Tasca da Esquina, no Jardim Paulista, do chef alentejano Vítor Sobral. “No último domingo, tivemos um aumento de 50% no movimento”, comemora Edrey Momo, sócio de Sobral. O empresário também contabiliza: triplicou a venda do hambúrguer de alheira, cuja foto está publicada na avaliação do restaurante. Localizada em Santana, a pizzaria campeã Graça di Napolli viu acumular uma multidão na sala de espera e na calçada, pessoas que não se incomodaram em aguardar mais de quarenta minutos durante o fim de semana. “Era gente que trazia a revista nas mãos e queria apenas as pizzas citadas na reportagem”, diz o sócio Tony Martin.
Com uma coleção de prêmios internacionais, o D.O.M., do chef Alex Atala, volta ao topo neste ano. “Ganhar como contemporâneo confirma a consistência que buscamos há muitos anos: manter o restaurante equilibrado. Confirma também que estamos no caminho certo, e isso é reflexo de um time seguro trabalhando bem em conjunto”, afirma Atala. Fundadora da cantina Nello’s junto com o marido, Nello de Rossi, já falecido, dona Rina de Rossi, 81 anos, foi eleita a personalidade gastronômica do ano. “Fiquei muito comovida. Os fregueses vêm e me abraçam, dizem que eu mereço o título”, conta com a voz embargada.
Em bares, pintam bem-vindas novidades como o Quintal da Mooca, dos ex-garçons Chiquinho Pascifal e Didi Fernandes. Aberto em março de 2012, é o melhor boteco da cidade. “O último foi nosso melhor domingo até agora e conseguimos fechar só às 22 horas, de tanta gente que apareceu”, afirma Pascifal, que costuma baixar as portas às 20 horas. No atendimento dos frequentadores, descobriu que a maioria deles ficou sabendo da vitória pelo Facebook de VEJA SÃO PAULO.
A edição flagra ainda as tendências que têm renovado o mercado de garfo e faca. Segmento dos mais fervilhantes desde o ano passado, a chamada comida de rua foi contemplada com a escolha do melhor food truck, o Buzina. Estacionado em diferentes pontos da cidade a cada dia da semana, o veículo tem como pilotos os chefs e sócios Márcio Silva (ex-Oryza) e Jorge Gonzalez (ex-D.O.M.). “Quando voltamos a circular depois da premiação, passamos a atender cerca de 15% a mais de pessoas”, conta Gonzalez.
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Outra onda forte é das sorveterias em estilo mexicano, conhecidas como paleterias. Não por acaso, a Me Gusta Picolés Artesanais não é só a melhor do segmento como faz os sorvetes campeões de São Paulo. Inaugurada há menos de um ano, pertence aos garotões Ravi Leite, 23 anos, e Gabriel Fernandes, de 21 anos, o que dá sinais claros de um ingresso de empresários cada vez mais jovens no ramo. Ainda em comidinhas, o título inédito de confeiteiro do ano destacou o trabalho de Rafael Barros, que foi escolhido também pelo melhor chocolate, da Opera Ganache. “Na festa, até o Alex Atala olhou para mim e falou ‘olha você aí com duas placas’”, vibra Barros.
Outra atração é a nova seção com cinquenta lugares bons e baratos, reunidos no início da revista. Afinal, um dos maiores interesses dos paulistanos é comer bem sem esvaziar a carteira. Prova de que isso é possível, o almoço completo no francês On Va Manger, na Bela Vista, vencedor em restaurantes, custa 34,50 reais. Ainda mais em conta é bebericar no botequim Sala da Sogra, em Mirandópolis, e devorar um hambúrguer na lanchonete Na Garagem, em Pinheiros, outros dois vitoriosos. Completa a seleção de campeões que não esfolam o bolso o almoço executivo do Attimo. Custa 49 reais, quando uma refeição à la carte fica, em média, em 150 reais.
Além de desfrutar todas essas dicas na parruda versão impressa, o leitor pode consultar tudo no site e no aplicativo de VEJA SÃO PAULO.