Bares: as dez melhores estreias de 2015
A Casa do Porco, do chef Jefferson Rueda, está na lista com as melhores novidades elaborada pelo crítico de VEJA SÃO PAULO
Crise. Talvez esta seja a palavra mais ouvida em 2015. No quesito gastronômico, sim, ela veio forte. Mas, prova de que o paulistano não deixa de bebericar nem de petiscar, 2015 foi um ano de boas estreias.
Confiira abaixo as dez melhores aberturas de bares do ano. Entraram na seleção as casas avaliadas por VEJA SÃO PAULO e que vão ser publicadas até a edição nº 2459, que vai às bancas no dia 30 de dezembro.
10º lugar – CANAILLE BAR
Neste wine bar desencanado, que venceu a categoria bom e barato em VEJA COMER & BEBER, as garrafas raramente ultrapassa os dois dígitos. Nos dias de semana, as 23 opções em taça são servidas no esquema peça uma, beba duas, das 18h às 20h. A brincadeira não teria graça se os petiscos custassem os olhos da cara. A porção dos bons croquetes de queijo brie com chutney de manga sai a R$ 18,00.
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9º lugar – GOYA
Em fevereiro, o chef Diego Belda reinaugurou o antigo Rothko com a alcunha de Goya e o salão ligeiramente reformado. O menu foi dominado pelos bocados, como o chef gosta de chamar seus petiscos, criativos e cheios de sabor. São exemplos a abóbora japonesa assada e umedecida por um azedinho molho de iogurte e caramelo de alho negro (R$ 28,00) e o bolinho de arroz aromatizado com pequi (R$ 26,00, seis unidades).
8º lugar – CATETO (PINHEIROS)
O bar de pegada hipster nasceu na improvável Mooca. Pequeno e dedicado à venda de cervejas artesanais e embutidos, o espaço atraiu gente de todos os cantos da cidade. Em outubro, Pinheiros ganhou a primeira filial da casa, maior e tão boa quanto a matriz. De diferente, há drinques de bourbon exclusivos da unidade, mas são as cervejas especiais que fazem brilhar os olhos da clientela. Ataque o sanduba blue punch (R$ 20,00), de pancetta curada no melaço, cebola caramelada, queijo azul de ovelha e agrião na focaccia.
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7º lugar – LA REINA
A chef Renata Braune se dedicou à cozinha francesa durante dezoito anos no refinado Chef Rouge e, depois, passou um período focada em ministrar aulas de culinária. Em março, a mestre-cuca inaugurou este desencanado estabelecimento em Pinheiros. Em vez de focar a comida de bistrô, a cozinheira manda bem nos petiscos de diferentes matrizes. A melhor pedida é o croquete de carne, paio e tomilho (R$ 26,00, seis unidades), cheio de sabor. Caprichada, a caipirinha de limão-taiti (R$ 20,00) tem um toque picante de gengibre confitado.
6º lugar – IZAKAYA MATSU
Inaugurado em fevereiro, o boteco japonês é o filhote do Izakaya Issa, da Liberdade. Sem muita divulgação, o espaço discreto e bem simples, composto apenas de uma mesa e balcão, conquistou o público interessado nos ótimos petiscos orientais. Um deles é o tebasaki (R$ 25,00), asinhas de frango fritas e banhadas de um delicioso caldo de shoyu e gengibre. Foi considerado o melhor tira-gosto na última edição do prêmio VEJA COMER & BEBER. Para bebericar, há saquês e cervejinha (Serramalte, R$ 11,00).
5º lugar – Z CARNICERIA
A antiga casa de shows Aeroanta, no Largo da Batata, é a sede do mais recente negócio de Facundo Guerra. O nome é o mesmo do extinto bar do empresário na Rua Augusta, fechado em setembro. Na prática, o novo estabelecimento é bem diferente. No maior estilo saloon estilizado, o espaço recebe atrações de música independente que passeiam por jazz, blues, folk e rock. Encorpado e de toque picante, o ótimo bloody mary leva suco de tomate feito na casa (R$ 26,00).
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4º lugar – FRANK
O barman Spencer Amereno Jr., que já levou dois prêmios VEJA COMER & BEBER, tem um novo balcão para chamar de seu. Associou-se ao Hotel Maksoud Plaza e passou a ter a responsabilidade sobre o velho bar do lobby desde abril. Ele e sua equipe preparam deliciosas misturas, a maioria de clássicos resgatados. Uma taça umedecida com absinto recebe a incrível mistura de gim, vermute tinto e bitter (R$ 31,00).O mississippi punch (R$ 31,00), de armanhaque, rum, bourbon e limão-taiti, ganha refrescância com injeção de gás carbônico.
3º lugar – CAMDEN HOUSE
No início, a casa que se autodenomina gastropub causou desconfiança. Afinal, convenhamos, “gastro”, tal como “gourmet”, de tão usado não significa mais quase nada. Porém, a casa da chef Elisa Hill surpreendeu pela cozinha e venceu a categoria em VEJA COMER & BEBER. Depois de onze anos de Londres, e a paulista montou este endereço em janeiro. Ela serve delícias como o fish and chips na versão míni (R$ 32,00), feito de bacalhau fresco envolto com batatas gordinhas e crocantes, e a costelinha suína ao barbecue (R$ 57,00).
2º lugar – SALA ESPECIAL
Depois de uma estreia vacilante em maio, com o serviço pra lá de atrapalhado, a badaladíssima casa finalmente se aprumou — e venceu a categoria bar revelação no prêmio VEJA COMER & BEBER. Infelizmente, em julho, morreu o barman do lugar, Marcelo Vasconcellos. Ele deixou de herança ótimos drinques como o orange marmelade (vodca, maracujá, geleia de laranja com cenoura e espumante; R$ 29,00). Outra atração é a decoração bacanuda, com direito a árvore fake e plantas que forram as paredes sem medo de parecer artificiais.
1º lugar – A CASA DO PORCO
Depois de brilhar no Pomodori (Itaim Bibi) e no Attimo (Vila Nova Conceição), o chef Jefferson Rueda rumou ao centrão para abrir este bar-restaurante em outubro. O sucesso foi imediato, e filas são quase regra por lá. O porco é utilizado da cabeça aos pés em receitas autorais, caso dos tijolinhos de barriga crocante cobertos de goiabada e brotos (R$ 24,00 a porção). Prato fundamental do cardápio, o porco de san zé (R$ 42,00) é úmido e de pele durinha ao lado de tutu de feijão, tartare de banana e salada de couve.