Filiais de bares e restaurantes do Rio fazem sucesso na cidade
A próxima casa a chegar a São Paulo é o Boteco da Rainha, no Itaim Bibi, do chef Pedro de Artagão. Conheça as novidades
Para se sentir no Rio, não faz pouco tempo, o público paulistano tinha de frequentar bares à la carioca, com bossa nova na trilha e salão enfeitado com quadrinhos do Arpoador. Mas isso tem mudado com uma recente onda de inaugurações de filiais de restaurantes e bares genuínos de lá que não para. Com oito endereços na cidade maravilhosa, a rede Belmonte é um êxito na Vila Madalena desde julho de 2021. Os donos preparam mais uma unidade, na Vila Olímpia, para o segundo semestre.
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“Vamos ver se a gente consegue abrir em Pinheiros também”, planeja o sócio Antônio Rodrigues. Versão mais arrumadinha do clássico Bracarense, do Leblon, o Braca esvazia barris e barris de chope desde fevereiro no Itaim Bibi. O próximo da fila a chegar será o Boteco Rainha, um sucesso da fervida Rua Dias Ferreira desde 2020, que deve aportar, também no Itaim Bibi, em 25 de maio.
O Rainha paulistano será o primeiro negócio fora do Rio do Grupo Irajá, tocado por Pedro de Artagão, premiado como o chef do ano na mais recente edição de VEJA RIO COMER & BEBER. O cozinheiro e restaurateur, que promete vir todo mês à capital, cuida, ainda, dos cariocas Irajá Gastrô, Irajá Redux, do quiosque Azur e do Boteco Princesa, “filhote” do Rainha. A nova unidade ficará na esquina das ruas Pedroso Alvarenga e Pais de Araújo.
“O Itaim tem muitas características do Leblon: vida social forte, escritórios e ruas arborizadas”, acredita. A decoração seguirá o padrão da casa-mãe, com ladrilhos na fachada, mas terá o dobro de lugares, cerca de setenta. Haverá, ainda, um futuro salão com um cardápio mais focado nos grelhados, como existe no Rio.
“O cardápio inicial será 100% igual ao carioca”, promete Artagão. Isso significa que vão poder ser provados bons petiscos, como o torresmo carnudo, além de pratos fartos, entre eles o arroz de polvo. Para bebericar, chope e batidinha de caju. “O conceito é inspirado em restaurantes antigos do Rio”, afirma. “Já tínhamos a ambição de ir a São Paulo com o Irajá, mas, com a pandemia, trouxemos o foco de volta para o Rio”, conta ele, que, ao retomar o antigo desejo, decidiu investir na marca mais pop. O bartender Tai Barbin, dono do ótimo Liz Cocktails & Co., também no Leblon, foi outro que retomou o objetivo pausado pela crise sanitária. “Temos planos de expansão para São Paulo até o fim do ano. Estamos no meio de negociação de ponto”, conta.
Com nove unidades no Rio, a rede de cozinha rápida de pegada saudável Delírio Tropical deve inaugurar a primeira loja física fora da capital fluminense no Shopping Vila Olímpia em fins de julho. O Gula Gula promete abrir uma segunda casa na cidade no início de julho, no imóvel que foi do Attimo Per Quattro, na Vila Nova Conceição. Amplia, assim, a participação carioca em restaurantes, representados anteriormente por nomes como Pipo e o Chez Claude.
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“O público paulistano é bastante exigente, tem muita informação, é muito antenado e muito politizado, o que torna o desafio maior. E tem muito volume e muita concorrência”, observa o sócio do Gula Gula, Eduardo “Duda” Daniel. Rodrigues, do Belmonte, acrescenta: “Serviço ruim, o paulistano não perdoa”. “Queremos levar aquela malemolência do carioca com aquela qualidade e serviço que o paulistano está acostumado”, revela Artagão.
A ponte aérea gastronômica não deve parar por aí. Com planos de chegar até o fim do ano, o Canastra Bar deve trazer seu clima descontraído para bebericar vinhos a preços razoáveis ao som de música alta. “Está difícil achar um lugar amplo que seja aberto para a rua, como queremos”, diz o sócio Gerard Giaume. Outro endereço que tem grandes chances de ganhar uma sucursal é o Velho Adonis, um tradicional botequim da região de Benfica, ainda sem data definida para aportar aqui.
Artagão se arrisca palpitar o porquê dessa onda. “O carioca aprendeu a se profissionalizar e, com isso, vem a coragem de apostar numa praça um pouco mais exigente”, diz ele.
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Publicado em VEJA São Paulo de 11 de maio de 2022, edição nº 2788