Masterchef 4: miúdos e cozinha amazônica nas provas da noite
MasterChef 4: como transformar vísceras em iguarias e a nobreza da culinária paraense
Foi bonito ver no MasterChef da semana anterior a representação de um dos muitos Brasis na primeira parte do programa, cujo tema era a cozinha do Centro-Oeste. Entre os chefs convidados, estava a cuiabana Ariani Malouf, do Mahalo. Tive a oportunidade de conhece-la na bancada do Bons de Garfo, programa de entrevistas que em breve estará de volta à programação de TVEJA. Foi uma conversa deliciosa como você confere aqui.
A equipe da Mirian perdeu de lavada nessa prova. Os concorrentes comandados pela dentista não conseguiram ter a mesma tranquilidade do time concorrente, liderado por Vitor V. Aliás, a líder e o Fabrizio se estranharam bastante, o que fez muito mal para a qualidade da comida. Até hoje fico me perguntado como servir um ensopado num prato raso. Do outro lado da batalha, impressionou o arroz doce de pequi da Nayane.
Mais do que a saída de Caroline, surpreendeu a avaliação ruim do Leonardo pelos jurados Paola Carosella (Arturito e La Guapa Empanadas), Erick Jacquin (Tartar & Co e Le Bife) e Henrique Fogaça (Sal Gastronomia, Jamile, Admiral’s Place e Cão Véio). Até agora, o competidor parecia entender de cozinha, mas tretou na truta. E fez o segundo pior prato da noite. Nem as escamas de abobrinha salvaram o pescado de ficar seco. Ou seja, entender um pouco de técnica e fazer uma apresentação bonita nem sempre garantem um lugar ao competidor.
A primeira prova de hoje é de grande sabedoria. Começa com partes do boi que são desprezadas, o que não deixa de ser uma estupidez num mundo que passa fome. Tanto que uma das competidoras ao erguer a caixa surpresa e ver as vísceras dirá “Que nojo! Vou vomitar”. Tadinha, diante do alimento que é sempre sagrado.
Não sei se porque sou do interior, sempre gostei dos famosos miúdos. Os de galinha eram uma festa na farofa de farinha de milho em flocos que minha mãe fazia. Com o boi, ela preparava iguarias como dobradinha ou bife de fígado acebolado. Também sou vidrado em miolo empanado, coisa rara em São Paulo, mas mais fácil de encontrar em alguns botequins cariocas.
Nessa prova, a novidade é a Paola se juntar ao time de competidores, embora não seja algo inédito – o Fogaça fez a mesma coisa da disputa da cabeça de porco na temporada anterior. Não deixa de ser divertido ver o próprio Fogaça no teaser tentando pilhar a Paola.
Resultado (sem spoiler): várias pessoas se atrapalham com as vísceras, ingredientes que muita gente nunca cozinhou e também não sabe o que está perdendo. Entre os erros mais comuns estão o ponto e a textura.
Quem não conseguir vaga no mezanino terá de passar por mais uma prova de culinária brasileira. Primeiro, o chef premiado Thiago Castanho, do Remanso do Bosque, faz uma apresentação dos ingredientes amazônicos, em especial da região de Belém onde está seu restaurante. Como sempre, não faltam surpresas, uma vez que é mais fácil sapecar uma massa italiana do que elaborar um pato no tucupi. A noite se encerra com a vingança do tacacá.
Veja os participantes:
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