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Por Arnaldo Lorençato O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie

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COMER E BEBER

No Donna, chef André Mifano retorna à cozinha italiana clássica, mas com toque pessoal

Alguns dos pratos do restaurante dos Jardins enaltecem o porco

Por Arnaldo Lorençato SEGUIR SEGUINDO
14 abr 2022, 06h00

Chef André Mifano posa vestindo avental em frente à parede de azulejos de cor azul. Na mesma parede, há um faqueiro pendurado à direita de Mifano. — André Mifano: chef abre endereço nos Jardins (Ligia Skowronski/Veja SP)

O chef André Mifano foi ligeirinho em seu retorno ao comando de um restaurante. Ao mesmo tempo, deu dois passos atrás na sua proposta culinária. Explico. O cozinheiro irrequieto perdeu o teto em outubro de 2020, quando o imóvel ocupado pelo modernex Lilu bem como outros ao redor foram comprados para virar um edifício. Desse momento em diante, Mifano revisou a bancada de trabalho.

Ao gestar o Donna, começou por banir do futuro menu invenções como o tartare com flocos de milho também chamados de corn flakes, o waffle de frango e outras receitas de pegada autoral. Desde então vem lapidando contornos italianos no cardápio da casa nos Jardins, assim como enaltece as receitas de porco. Tudo a partir de uma linha clássica, mas com um toque muito pessoal.

Ambiente de restaurante iluminado por brancas. Mesas são dispostas lado a lado em frente à parede e, ao fundo, há um balcão de mármore escuro onde encontra-se o bar, decorado por garrafas expostas em prateleiras — Salão do restaurante: pedidas italianas (Ligia Skowronski/Veja SP)

Fiz duas visitas ao restaurante, a primeira delas em dezembro, um mês depois da inauguração, e a última em março. É possível notar uma tremenda evolução no andamento no pequeno salão, onde as mesas são coladas umas às outras — esse não é um espaço para papos íntimos.

Das entradas, beira a covardia a porção de pão de queijo frito (R$ 33,00, cinco unidades), boa demais. Mas muito melhor é a combinação de lula, tripa e pancetta espalhadas sobre uma torrada (R$ 50,00). Outra boa surpresa, o ravióli de carne-seca e requeijão de corte vem em linda apresentação e com toque docinho do molho de abóbora e mel mais sementes da hortaliça (R$ 78,00).

Ravióli de cor alaranjada é servido sobre prato raso de louça branca junto de sementes de abóbora, queijo ralado, fio de mel e pequenas folhas verdes — Ravióli de carne-seca e requeijão de corte: ao molho de abóbora e mel (Ligia Skowronski/Veja SP)

A ala dedicada ao porco inclui ainda um cremoso risoto de joelho cozido com milho tostado, molho de mosto cozido de uva e uma pururuca por cima (R$ 79,00) e a barriga de pele crocante com melancia, pepino ao limão e picles de rabanete (R$ 89,00).

Barriga de porco servida junto de brotos e pequenos pedaços de melancia sobre um prato raso de louça branca — Barriga de porco: com melancia, pepino ao limão e picles de rabanete (Ligia Skowronski/Veja SP)

Um descompasso: o bucatini com lagosta, bacon, conhaque e tomate tem molho cremoso enjoativo (R$ 134,00). Para o arremate perfeito, evite a panacota com creme de limão-siciliano, de acidez acentuada (R$ 38,00), e prefira o bolo de abobrinha com sorvete de queijo de cabra (R$ 38,00) com um café bem tirado (R$ 10,00).

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Avaliação: ÓTIMO (✪✪✪✪)

Faixa de preço: R$ 151,00 a 225,00

Donna
Rua Peixoto Gomide, 1815, Jardim Paulista, tel. e WhatsApp 97593-9047.
Das 19h até 22h45 (sexta até 23h30; sábado 12h30/16h e 19h30/23h; fecha domingo).
Instagram: @restaurantedonna_.

Confira o cardápio abaixo: