25 motivos para amar a Mooca

O bairro paulistano que fez surgir um novo dialeto na cidade, o mooquês, tem mais de 450 anos de história 

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 17h16 - Publicado em 16 ago 2014, 20h42
Carlini
Carlini (Divulgação/ Carlini/)
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Um dos bairros mais tradicionais da cidade, a Mooca, que abrigou milhares de imigrantes e foi palco de reivindicações trabalhistas na primeira metade do século XX, mantém ainda hoje, após mais de 450 anos, o clima familiar e persevera no objetivo de manter viva sua história. 

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Bairristas convictos, os moradores, antes de se apresentarem como paulistanos, afirmam ser “mooquenses”. O bairro da Zona Leste tem até bandeira e hino próprios. VEJA SÃO PAULO foi à procura do que a região tem de melhor: dos novos empreendimentos, como o Mooca Plaza Shopping, aos antigos tesouros do distrito, caso da doceria Di Cunto.

Confira 25 dicas e curiosidades.

1. Aos finais de semana, o bairro oferece um passeio que transporta os paulistanos para outra época. Uma maria-fumaça, original de 1922, sai da estação da Mooca e percorre três quilômetros em uma viagem de 25 minutos. No trajeto, a locomotiva transita por uma vila ferroviária do século passado e passa também por antigos trens da SP Railway.

2. Sua vocação industrial no começo do século XX trouxe junto uma forte agitação política, que reverberava os ideais comunistas trazidos por imigrantes eruropeus. 

3. Para conhecer um pouco sobre o cotidiano dos primeiros anos do século passado, dê uma passadinha na Rua Henrique Dantas. Calçada de paralelepípedos, ainda hoje abriga as casas de três cômodos construídas pelos operários das fábricas instaladas na região.  

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4. Em contraste com o  passado, o moderno Mooca Plaza Shopping é boa opção para compras e diversão. Há diversas opções de lojas e restaurantes.

5. Cantinas e restaurantes italianos não podem faltar. O Carlini, em funcionamento desde 1985, cumpre bem a função. Entre as opções para compartilhar, aparece a perna de cabrito marinada em vinho tinto e ervas acompanhada de cebolinha caramelada e capellini na manteiga de sálvia.

 

6. Quem prefere uma bela pizza também encontra ótimos lugares. A Antonietta oferece os discos num amplo salão com ambiente familiar. Servidas por metro, a Bendita Maria tem mais de quarenta opções de sabores. Mais tradicionais, a Pizzaria do Angelo e a São Pedro são bem populares entre os moradores. 

7. “Belo, me vê um chopps e dois pastel.” Assim é o mooquês, dialeto que perdura nos grandes sambas paulistanos e nas novelas da televisão. De tão característico, pode virar patrimônio imaterial de São Paulo. 

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8. O futebol tem espaço especial no coração do mooquense, que deposita no Juventus sua confiança. O Estádio Conde Rodolfo Crespi, localizado na Rua Javari, é um dos locais mais conhecidos da cidade. Atletas de esportes amadores e olímpicos treinam na sede social do Clube Atlético Juventus, um complexo esportivo de 80 000 metros quadrados, que recebe também shows e eventos. 

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9. Em dias de jogos, uma figura histórica da Mooca aparece. Desde 1970, o Seu Antônio vende seus famosos e tradicionalíssimos cannolis. Preparados com esmero por ele, há duas opções: creme e chocolate. 

10. Se sua praia é música, você vai adorar o Casarão do Vinil (Rua dos Trilhos, 1212). Dá para encontrar bolachões das antigas de diversos estilos, do samba ao rock. Alguns dos preços também são convidativos.

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Feira de Vinil na Mooca ()

11. Iniciada como capela em 1943, a Paróquia São Pedro Apóstolo foi inaugurada em 1958 e é um ponto tradicional do bairro. Ainda mais antiga, a Paróquia de San Gennaro data de 1914 e atrai cerca de 200 fiéis por semana nas missas. 

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12. Promovida pela igreja, a Festa de San Gennaro acontece há quarenta anos. Iguarias típicas italianas, como macarronada, fogazza, polenta e pizza, fazem sucesso entre o público, que ainda contribui com as obras sociais mantidas pela congregação.

13. Desde 1935, a Di Cunto prepara as melhores guloseimas do bairro. Delícias como a sfogliatella, uma massa folhada recheada de ricota e frutas cristalizadas, acompanhada de um expresso com leite, fazem o fim da tarde do mooquense muito melhor. 

Di Cunto - Mooca
Di Cunto – Mooca ()

14. Com um acervo de aproximadamente 21 000 obras em um espaço de mais de 2 000 metros quadrados, a Biblioteca Affonso Taunay se mostra uma das joias do bairro. Inaugurada em 1954, foi transferida em 1965 para o prédio da Secretária Municipal de Esportes, onde funciona até hoje. Abriga também importantes documentos da Mooca. 

15. É possível se divertir com toda a família no Roller Jam, um rinque de patinação que agrada crianças e adultos. A área de 450 metros quadrados tem piso de madeira que funciona como um tapete, feito para não machucar os menos habilidosos. Ao som de jazz e soul music, os patinadores se sentem profissionais quando as luzes coloridas refletem na pista.

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16. Apaixonados por carro e hambúrguer se sentem no paraíso no Cadillac Burger, onde a decoração e o cardápio trazem um pouquinho dos Estados Unidos ao bairro italiano. Tradicional na casa, o la mafia combina 180 gramas de carne, mussarela de búfala, rúcula, tomate confitado e manjericão.

Cadillac Burger
Cadillac Burger ()

17. Movimentada, a Praça Vermelha já foi palco de inúmeras manifestações de trabalhadores durante a primeira metade do século XX. Na época, por se tornar ponto de encontro do Partido Comunista Brasileiro, recebeu o apelido com o qual é conhecida até hoje. 

18. Inaugurado em 1952, o Teatro Arthur Azevedo já foi considerado um dos mais modernos da cidade. Passou recentemente por uma reforma orçada em 7,8 milhões de reais e virou sede do Clube do Choro.  

19. Abrigando uma das maiores fábricas do início do século XX, o Cotonifício Rodolfo Crespi está intimamente ligado à história da Mooca. Aberto em 1897, empregou centenas de imigrantes e foi uma das primeiras indústrias a ter energia elétrica na cidade. Após sofrer com o abandono, foi adquirido por uma rede de supermercados e parcialmente demolido.

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Cotonifício Rodolfo Crespi
Cotonifício Rodolfo Crespi ()

20. A Escola Estadual Oswaldo Cruz consiste na mais antiga da Mooca. Datada de 1914, foi construída para atender os filhos de imigrantes que chegavam ao bairro em busca de trabalho. 

21. Para reunir os amigos, os bares da região são excelentes pedidas: O Quintal da Mooca tem cinquenta rótulos de boas cachaças; no Elídio Bar, uns dos melhores bolinhos de bacalhau da cidade e uma enorme variedade de acepipes no balcão e no A Boa Cerveja, mais de 350 opções do líquido engarrafado.

22. Um dos responsáveis pela disseminação do mooquês por São Paulo foi o grupo Os Demônios da Garoa. O conjunto, formado ali em 1943, gravou sessenta discos e vendeu mais de 10 milhões de cópias, cantando principalmente os sambas de Adoniran Barbosa.

Demônios da Garoa nos anos 1950 Mooca 2220a
Demônios da Garoa nos anos 1950 Mooca 2220a ()

23. A Avenida Paes de Barros, a principal do bairro, ganhou o nome em homenagem ao precursor do Jóquei Clube, o fazendeiro Rafael Aguiar Paes de Barros. Foi a primeira avenida da capital a receber faixa exclusiva de ônibus, em 1980.

24. Boa opção para apreciar uma guloseima, a Casa do Churro serve opções do doce em diferentes sabores, como chocolate e doce de leite. Versões mais inusitadas, caso do bacalhau com catupiry, tem formato de espiral. Os tubinhos são fritos na hora em óleo de soja. 

25. O amor à Mooca é tanto que o bairro tem até símbolos de “patriotismo”. A bandeira, criada em 1991 e oficializada em 2006, reconta a trajetória do local. Já o hino da nação mooquense, adotado em 2007, exalta o “portal da Zona Leste”.  

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