Livro mostra os espetáculos das faquiresas nas décadas de 20 e 50 em São Paulo
Entre as décadas de 20 e 50, o centro da capital foi palco recorrente de shows de faquires — homens que se exibiam deitados sobre cama de pregos, geralmente trancados em uma urna de cristal, e permaneciam sem comer por dias, em algumas ocasiões. Nesse cenário majoritariamente masculino, surgiram também algumas mulheres, que sensualizavam no […]
Entre as décadas de 20 e 50, o centro da capital foi palco recorrente de shows de faquires — homens que se exibiam deitados sobre cama de pregos, geralmente trancados em uma urna de cristal, e permaneciam sem comer por dias, em algumas ocasiões. Nesse cenário majoritariamente masculino, surgiram também algumas mulheres, que sensualizavam no encarceramento com biquíni e roupas de odalisca enquanto repousavam sobre cacos de vidro ou entre cobras.
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Para resgatar esse período insólito, foi lançado recentemente o livro Cravo na Carne — Fama e Fome (Editora Veneta; 300 páginas; 49,90 reais), escrito por Alberto de Oliveira e Alberto Camarero. A dupla detalha a história de onze faquiresas que costumavam exibir-se no Largo do Paissandu, no saguão de teatros e cinemas da Avenida São João e na Praça do Correio.
A obra narra ainda o célebre caso do casal Lookan e Yone. Em 1958, os dois tornaramse os primeiros brasileiros a quebrar recordes mundiais de jejum, ele com 134 dias e ela com 76. O feito obteve cobertura diária da imprensa. Oito anos depois, o marido assassinou a esposa com quatro tiros em uma pensão no centro.
Com reportagem de Adriana Farias