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Fundação no Ipiranga planeja escola de música em mansão onde viveu o maestro Furio Franceschini

Local é tombado; Funsai completa 125 anos

Por Humberto Abdo
26 nov 2021, 06h00
Imagem mostra casarão branco com jardim e estátua na frente.
Centro de Apoio à Juventude em casarão tombado: planos para mais de 100 anos.  (Arquivo Funsai/Divulgação)
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Na Zona Sul da cidade, um projeto que nasceu como orfanato para garotas acaba de completar 125 anos com estrutura para crianças, adolescentes e idosos, além de planos para uma nova unidade. Criada no século XIX, a atual Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga (Funsai) surgiu a partir de uma promessa feita pelo conde Vicente de Azevedo.

“A família vivia em situação nababesca e tinha terras em Lorena, mas a coisa virou quando o pai foi assassinado”, narra Carlos Eduardo Franceschini Vecchio, atual presidente da organização. “A mãe se viu com todos os bens presos, mal tendo como alimentar os filhos e costurando para fora. Na época, Vicente falou que, se conseguisse um patrimônio, faria alguma coisa pelos órfãos. e foi o que ele fez.”

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Imagem mostra busto de bronze sobre mármore.
Conde José Vicente de Azevedo: fundador do casarão. (Arquivo Funsai/Reprodução)

Desde o início da empreitada, o advogado e filantropo paulista acreditava na longevidade de sua iniciativa, tanto que deixou instruções para determinar como a festa de 100 anos deveria ser organizada. “Nunca vi alguém agendar um evento com um século de antecedência”, diverte-se Carlos. “E ele separou até o dinheiro! Só não serviu por causa da inflação.”

Vinte e cinco anos mais tarde, o sucesso da instituição não será celebrado com banquete nem com espetáculo pirotécnico, como na festa centenária, mas com a promessa de construir o Liceu de Artes Musicais Furio Franceschini na antiga residência do maestro italiano, tombada pelo Patrimônio Histórico assim como a primeira unidade.

O espaço será usado para aulas musicais voltadas a jovens em situação vulnerável. “Convenci o conselho a comprar a casa, que estava detonada e com vários processos. Como sou advogado, posso cuidar da parte jurídica, enquanto ela é reformada para abrir as portas em 2022, no bicentenário da independência do Brasil”, antecipa.

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Publicado em VEJA São Paulo de 01 de dezembro de 2021, edição nº 2766

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