Hospital Sírio-Libanês completa um século de história
Centro médico foi fundado em 1921, quando a imigrante Adma Jafet criou a Sociedade Beneficente de Senhoras
Famoso por receber gente do alto escalão do poder — os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer já passaram por seus leitos —, o Hospital Sírio- Libanês começou a ser gestado um século atrás.
Em 1921, um grupo de mulheres que acreditavam poder intervir — para o bem — na sociedade se reuniu e, liderado pela imigrante Adma Jafet, fundou a Sociedade Beneficente de Senhoras, com o objetivo de montar um hospital. Era essa uma maneira, pois, de agradecer pela recepção que as comunidades sírio e libanesa, da qual faziam parte, tiveram no país.
No último domingo (28), dia do centenário, foi aberto um pequeno memorial na instituição da Bela Vista, que conta com recortes de jornal, fotografias antigas e medalhas, que mostram a trajetória do local. Os festejos têm, ainda, um lançamento de um livro que traz a história — não sem percalços — do estabelecimento de saúde, uma referência no Brasil e no mundo pela excelência.
Embora tenha começado a ser construído em 1931, o Sírio- Libanês teve a abertura postergada. Foi tomado, em 1943, pela Escola Preparatória de Cadetes em plena II Guerra. Foi apenas em 1959 que o prédio foi devolvido pelo governo, não sem a luta do grupo feminino (atualmente com cerca de 300 associadas), e começou a ser restaurado. A inauguração oficial aconteceu em 1965, sob a direção do médico Daher Elias Cutait e de dona Violeta Jafet, filha da fundadora, presidente do hospital por cinquenta anos.
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Nesses anos de atividade, o Sírio-Libanês investiu em tecnologia e contratação de médicos ligados à academia. “O hospital se consolidou como um dos grandes centros de oncologia da América do Sul e um importante centro de formação”, acredita Fernando Ganem, diretor- geral da instituição desde maio. Em 2010, teve início um processo de ampliação, com unidades no Itaim Bibi e nos Jardins, além da inauguração de um hospital em Brasília, em 2019.
Se há lugar para mais um Sírio-Libanês na capital paulista? “Não acho que haja espaço para mais leitos em São Paulo”, diz o diretor. Para 2022, os projetos em inovação e tecnologia devem continuar fortes. “Vamos construir um ‘Waze’ para os pacientes transitarem pelo complexo”, promete.
A abertura na capital paulista do carioca Vila Nova Star, em 2019, trouxe um concorrente de peso ao seleto grupo de notáveis centros médicos da cidade. O recém-chegado planeja uma expansão significativa e contratou inclusive estrelas do Sírio-Libanês. “Um médico que trabalha conosco leva consigo parte de nossa reputação. Tal benefício reverte para a sociedade”, afirma Ganem.
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Publicado em VEJA São Paulo de 08 de dezembro de 2021, edição nº 2767