Ruella, um dos bistrôs mais charmosos de SP, fecha por tempo indeterminado
"Para não falir e poder aguentar a reabertura, parei tudo. Tive de demitir todos meus amados colaboradores" diz a chef e sócia Danielle Dahoui
Na coleção de mensagens tristes que tenho recebido com frequência ultimamente, a mais recente é de Danielle Dahoui. A chef e restauratrice acaba de me avisar por WhatsApp que fechou, nessa segunda (22) o Ruella Bistrô, um dos restaurantes mais charmosos da capital. Localizada numa viela em um pedaço da cidade chamado por uns de Itaim Bibi e por outros de Vila Olímpia, a casa sempre chamou a atenção pela atmosfera acolhedora, perfeita para ir a dois.
Na mensagem, diz Dahoui:
“Não sei se você viu, mas fechei o Ruella por tempo indeterminado e demiti todos meus amados colaboradores. Acho que vc também não sabe? Mas não sou só chef e restauratrice. Cuido de tudo dentro dos meus restaurantes, principalmente de RH, compras e administrativo… Delivery não cobre nem 30% dos custos. Na verdade, é um tiro no pé e, a longo prazo, só faz as dívidas aumentarem. Um coisa é ter uma estrutura só para delivery e outra é a de um restaurante. Por isso, a conta não fecha. E pra não falir e poder aguentar a reabertura, parei tudo. Ou seja, lindão, ainda vamos ver muitos falirem… muito, muito triste.”
No caso do Ruella, o funcionamento fazia sentido, em especial, no jantar. É um lugar com clima romântico, luz de velas e uma decoração personalíssima. Por isso, nunca se dedicou aos almoços. Com o fechamento, Dahoui teve de dispensar 15 funcionários.
Para se ter uma uma ideia, a última vez que estive no Ruella foi em 7 de outubro do ano passado — nesse período, a entrada de clientes era limitada até as 21h. Era numa quarta-feira que poderia ser sem maiores predicados em outros lugares. Não no Ruella. Assisti a um pedido de casamento, com trilha sonora especial para o momento. O jovem noivo, nervoso, de joelhos para entregar a aliança, e a mocinha emocionada e cheia de lágrimas com o sim. A garota saiu de lá carregando um urso de pelúcia gigante, que apareceu do nada pelas mãos da equipe do salão.
Na mesa ao lado da minha, tinha um casal que não parava de comer e fotografar. O motivo? Nenhuma glutonaria. A dupla estava fazendo a escolha dos pratos para o casório no restaurante, que seria celebrado no mês seguinte e para pouquíssimos famialiares. Isso em uma fase mais branda da pandemia.
Agora, é esperar pelo retorno. “Se pudermos voltar a abrir até setembro de 2021, continuaremos por mais 25 anos”, assegura Danielle Dahoui, que inaugurou o Ruella em 1996.
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