25 motivos para amar Santa Cecília
O bairro que ganhou fama de descolado tem boas rotas musicais e gastronômicas
Sentir-se em uma cidade do interior mesmo estando ao lado do centro de São Paulo. Santa Cecília é assim: com quase todas as ruas planas, dá para andar bem a pé ou a bordo de uma bicicleta. A rota gastronômica, para muitos, se mostra um ótimo atrativo. Tem comida baiana, japonesa, brasileira e hambúrguer. Matou a fome? Ainda pode virar a noite e se acabar em um dos karaokês da empresária Lilian Gonçalves. Confira 25 boas atrações do bairro:
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1. Santa Cecília é padroeira dos músicos e suas imagens podem ser encontradas com instrumentos musicais nas mãos, como harpas, violinos ou órgãos.
2. O bairro não é bem o centro da cidade, mas está muito próximo dali. Por isso, torna-se mais simples chegar a qualquer outra região de São Paulo – não é exatamente fácil, porque o trânsito se mostra intenso como em qualquer outra parte da cidade. Além disso, estar ao lado de duas estações de metrô, Marechal Deodoro e Santa Cecília, é para poucos.
3. Amando-o ou odiando-o, querendo derrubá-lo ou não, o Minhocão está lá. Então, deve ser aproveitado. Nos dias de semana, à noite, vê-se uma galera jovem andando de bike ou de patins e mesmo a pé mesmo por ali. Aos domingos, a turma é variada, de fãs de piquenique a comerciantes.
4. No começo, os moradores torceram o nariz. A chegada de um food park poderia causar tumulto. Mas o Marechal Foodpark tem seu valor. Um terreno enorme abriga os trucks de boas comidinhas e bebidas. Eventualmente, rola uma apresentação musical diferente (de jazz, por exemplo).
5. A portinha bem em frente ao foodpark esconde o Elevado, um café dentro de um galpão. Quase sem decoração, o lugar é agradável para quem quer sossego para trabalhar, por exemplo, especialmente durante as tardes, quando o sol entra pelo janelão do espaço. É bom ficar de olho na programação do endereço, que oferece workshops, palestras e exposições – e vez ou outra, uma festinha.
6. Morar bem e (mais ou menos) barato. Santa Cecília não chega a ser um bairro em conta, mas assim como o vizinho de alto padrão, Higienópolis, oferece amplos apartamentos, mas com preços em média menores.
7. A convivência de diferentes religiões se mostra uma característica interessante do pedaço. Na região da Rua Barão de Tatuí, tem sinagoga, igreja católica, centro espírita… E todo mundo bem próximo e andando lado a lado, sem atritos.
8. O Conceição Discos, restaurante-bar da chef Thalita Barros, se tornou um dos pontos fervidos do bairro. O que tem ali de bom para comer? O sanduíche de pernil e o ovo frito montado no pão de queijos curados e frescos são estrelas da casa. Quando for experimentar este último, fure a gema com cuidado e observe-a escorrer na carne. A cada dia da semana, Thalita prepara um tipo arroz diferente, como o de costelinha, com pedaços de carne, milho, cheiro-verde e cebola roxa. O tíquete médio é de 50 reais. Então, nada de esfolar muito o bolso. Antes ou depois da refeição, o cliente consegue dedilhar os vinis disponíveis para venda.
9. A Pair, loja de decoração-design-moda-arte, conta com um diferencial divertido – e visualmente lindo. Todos os itens do endereço são pretos e brancos (e também só pretos ou só brancos). Há mesas, cadeiras, bancos, quadros, jogos de jantar, roupas com cortes diferentes… A alguns metros dali, aparece o carasão do Studio Bergamin/Beef Passion. O Bergamin é uma loja de decoração, com objetos garimpados pelo arquiteto Alexandre Bergamin. Os preços não são lá muito amigáveis, mas vale pela curiosidade dos achados. No mesmo casarão, na parte inferior, existe o Beef Passion, açougue gourmet. Eles são fornecedores do D.O.M, Dalva e Dito, Fasano e outros.
10. Na Rua Barão de Tatuí, um portão discreto abriga o galpão de produção dos designers irmãos Campana. Infelizmente, não está aberto ao público. Mas só o fato de tê-los ali, já configura um motivo para amar Santa Cecília.
11. Em vez de revistas, a Banca Tatuí vende livros de escritores e artistas independentes, com pequena tiragem. Jornais ficam disponíveis para a leitura. O balanço em frente à porta pode ser usado à vontade. O espaço também virou ponto de referência para alguns eventos na rua. Não se espante de um dia passar por lá e ver uma banda no telhado.
12. Estar perto dos restaurantes de comida baiana Rota do Acarajé, Sotero e Tabuleiro do Acarajé. Os dois primeiros são mais conhecidos, bares de clima informal e descolado. Agora, o Tabuleiro, das irmãs Fátima e Miri de Castro, funciona em uma janelinha da Rua Doutor Cesário Mota, quase na Rua da Consolação. Elas abrem a porta de segunda a quinta-feira, entre o fim da tarde e o ínicio da noite para servir apenas acarajé. Se a massa desandar ou acabar, elas fecham e só voltam no dia seguinte.
13. Em 2016, o Esquina Grill do Fuad completa cinquenta anos. A área externa é a mais agradável para se sentar e aproveitar a cerveja e os grelhados cortados em formato aperitivo, feitos na churrasqueira de tijolinhos.
14. Inaugurado no fim da década de 40, o Edifício Lili, de Giancarlo Palanti, chama atenção pelos detalhes em amarelo. O arquiteto é responsável pelos desenhos do Cine Belas-Artes e dos prédios Chipre e Gibraltar, entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação. O prédio não está totalmente conservado mas ainda guarda seu charme.
15. Conheça o bairro circulando de um lado para o outro de Santa Cecília de bike, pela ciclovia. O bairro propicia o uso da bicicleta para quem não quer fazer muito esforço. Com as vias planas, o pedalar se torna mais fácil. A faixa debaixo do Minhocão, na Avenida São João, se mostra boa pedida para cortar trânsito.
16. Há pelo menos três lojas de móveis retrô na Avenida São João, com muitos artigos curiosos.
17. Não deixe de passear pela enorme feira aos domingos da Rua Martim Francisco. Terminar com um pastel na mão.
18. A Paróquia de Santa Cecília exibe, entre outras belezas, um órgão de mais de 100 anos, restaurado há três, que foi instrumento da pianista Guiomar Novaes. A beleza interna da igreja é de encher os olhos. Aliás, a obra de Nossa Senhora da Imaculada Conceição foi pintada por Benedito Calixto.
19. Espere topar com intensa movimentação de estudantes (especialmente na Rua Maria Borba), por causa da Universidade Mackenzie, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e da Santa Casa. Os bares ao redor costumam oferecer preços honestos de cerveja.
20. Dois endereços pequenos, grandes hambúrgueres artesanais. O Holy Burger, na Rua Doutor Cesário Mota Jr., conquistou fama nos últimos tempos. Filas de espera são comuns. O Rocandor fica na Rua Jaguaribe. Menos cheio – e igualmente delicioso -, tem no comando o coreano André Lee. Ele desistiu da carreira de tradutor para se dedicar aos sanduíches. O mais caro custa 30 reais (e é bem servido).
21. Shows improváveis e inesperados são comuns no bairro. Ao passar em frente ao casarão do centro cultural Associação Cecília, do outro lado do Minhocão, dá para se deparar às vezes com uma banda legal tocando no salão. A área principal, com piso de madeira, se transforma em um palco para conjuntos independentes ou então em uma salinha improvisada de cinema. Um bar fica ao lado. De segunda a sexta, durante o dia, a cozinha funciona para quem quer almoçar. Perto dali, grudado em Santa Cecília, o Boteco Pratododia também garante uma programação descolada, com o charme do bairro vizinho.
22. O pedaço se mostra bem servido de padarias, sem dúvidas. No entanto, o novato café Beluga merece destaque. Sem frescuras, o endereço fica movimentado no horário da manhã e do almoço. O esquema ali é ser servido de rapidamente e ir trabalhar.
23. Se reparar bem, Santa Cecília não conta apenas com bons restaurantes. Outros dois tipos de estabelecimentos aparecem com frequência por ali: academias e cabeleireiros.
24. Existem dois endereços que a maioria das pessoas não dá o merecido crédito ao passar na frente. Na esquina das ruas Barão de Tatuí e Baronesa de Itu, fica a Loja de Azulejos e Pisos. Ali, dá para encontrar variedade de peças bonitas para decoração. A outra, um comércio de ferragens e ferramentas na Rua Martim Francisco, está sob comando de Leo Capote, designer de móveis que ganhou fama depois de apresentar cadeiras produzidas com objetos inusitados (como uma feita com mais de duzentas colheres).
25. Os estabelecimentos da empresária Lilian Gonçalves, na Rua Canuto do Val, configuram, digamos, um capítulo à parte. Ela chegou ali no fim da década de 60, quando o local estava degradado. Reformou os espaços, criou a calçada da fama e hoje seus sete negócios vivem lotados. O karaokê Coconut, por exemplo, vale a visita. Parece exagerado e cafona, mas depois da segunda cerveja e do terceiro hit no microfone, a turma vira a noite no local.