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Vejinha premia os melhores ambientes da CASACOR; confira ganhadores

Dez jurados elegeram os vencedores da mostra de arquitetura em treze categorias, como loft, estúdio e espaço comercial

Oferecimento de: 20 jul 2023, 23h00
A arquiteta Ticiane Lima: melhor loft do evento (Leo Martins/Veja SP)
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A 36ª edição da CASACOR, maior mostra brasileira de arquitetura, decoração e paisagismo, tem 74 ambientes para visitação — como casas, estúdios, lofts e espaços comerciais. Nas últimas semanas, um time de jurados esquadrinhou um por um para escolher os vencedores do Prêmio VEJA SP de Melhor Ambiente. “Acompanho a CASACOR desde a primeira edição. Neste ano, o nível dos projetos está excelente”, afirma o jurado Gianfranco Vannucchi, 73, ex-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (veja a lista completa dos avaliadores no final do texto).

Os vencedores, contemplados com troféus do Estúdio Paulo Alves, foram revelados em um coquetel no dia 20 — confira a cobertura no site da Vejinha e, a seguir, conheça os premiados em todas as categorias.

CASACOR 2023 — Conjunto Nacional, Avenida Paulista, 2073. Ter. a sáb., das 12h às 22h; dom. e feriados, das 11h às 21h. 101 reais (inteira) e 51 reais (meia). Até 6/8.

+Maximalismo desponta como tendência na CASACOR 2023; confira projetos

Loft

Os tons acastanhados, o ar minimalista, a luz natural — vinda de um janelão virado para a Avenida Paulista — e a amplitude de um pé-direito de 4,80 metros transformam o ambiente criado por Ticiane Lima, 37, em um convite ao sossego. “É um espaço feito para o silêncio. Para se escutar, se conectar consigo mesma”, ela afirma. Entre os jurados da Vejinha, o projeto foi escolhido como o Melhor Loft da atual edição da CASACOR.

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A arquiteta Ticiane Lima: convite ao sossego (Leo Martins/Veja SP)

Um dos destaques é a escada em curva, delimitada por uma lâmina de madeira de pau-ferro — cuja cor inspirou a arquiteta. “É uma homenagem à rampa do Conjunto Nacional (edifício onde ocorre a CASACOR)”, diz Ticiane. A estrutura liga a aconchegante suíte do mezanino a uma sala-cozinha equipada com móveis de designers como Zanini de Zanine e Sérgio Rodrigues — a exemplo do premiado Banco Mocho (no canto esquerdo da foto).

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Espaço comercial

O Bar Caracol montou uma base na CASACOR de São Paulo pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, fica na entrada do evento, onde pode ser usado pelos visitantes do Conjunto Nacional — é um dos oito espaços com acesso livre na mostra. O projeto da arquiteta estreante Luciana Viganó levou o prêmio de Melhor Espaço Comercial — categoria em que concorrem cafés, lojas e restaurantes e outros serviços. Os cartazes de cores vibrantes (no canto esquerdo da foto), parte da identidade visual da casa (que fechou as portas em março na Rua Jaguaribe, no Centro), dão um tempero ao clima intimista e aconchegante do ambiente de 247 metros quadrados. Na área central, a atração principal é o extenso balcão quadrado de vidro iluminado, feito em tons de âmbar.

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O Bar Caracol: acesso livre (Leo Martins/Veja SP)

Banheiro e lavabo

Inspirado na tradição do samba, o ambiente criado pelo arquiteto Marcelo Salum, 46, é uma mistura de móveis, arte e materiais que reverenciam o mais brasileiro dos ritmos musicais. O projeto de 200 metros quadrados tem painéis com padrões africanos e acessórios com as formas geométricas do artista Rubem Valentim (na foto: as banquetas de madeira e os puxadores).

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Marcelo Salum: homenagem ao samba (Leo Martins/Veja SP)

Nessa sinfonia, o visitante não pode deixar de reparar no auxílio luxuoso do banheiro: o espaço foi eleito o melhor da mostra pelos jurados da Vejinha. “O revestimento de cerâmica na cor coral é uma referência às fazendas onde aconteciam os batuques”, diz Salum. “Presto uma homenagem devida ao samba, um universo tão luxuoso e que sempre esteve presente na minha vida”, afirma o arquiteto catarinense.

Uso de obra de arte

O ambiente da Suite Arquitetos na CASACOR exibe, na parede principal, um conjunto de formas compostas de tijolos, obra do artista mexicano Héctor Zamora (nas primeira foto). “Eles são a parte de um projeto que normalmente fica escondida. Nossa brincadeira é justamente trazê-los para o primeiro plano”, conta Daniela Frugiuele, 38, sócia da Suite. Premiado como Melhor Uso de Obra de Arte, o espaço traz um cantinho com criações de Shirley Paes Leme e José Rufino, ao lado de um armário do Estúdio Campana (a segunda foto).

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Parede principal do ambiente (Leo Martins/Veja SP)
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Outro ângulo do ambiente da Suite Arquitetos (Leo Martins/Veja SP)

+Humberto Campana: “Assim como o tempo, criar arte também cura”

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Suíte

Com 117 metros quadrados, o loft dos arquitetos Moacir Schmitt Jr. e Salvio Moraes Jr. — premiado na categoria Melhor Suíte da CASACOR — junta quarto, sala, cozinha e banheiro em um ambiente perfeito para receber amigos e visitas. O sofá redondo da Artefacto com quase 7 metros de comprimento (na segunda foto) e o bar com iluminação voltada para as garrafas (um sucesso entre os visitantes) funcionam como um convite para as boas conversas. “Usamos poucas cores, quase somente preto e off white, para que o espaço seja um respiro entre os ambientes da mostra”, afirma Schmitt.

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Suíte (Marco Antônio/Divulgação)
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Projeto dos arquitetos Moacir Schmitt Jr. e Salvio Moraes Jr. (Marco Antônio/Divulgação)

Cozinha integrada ou espaço gourmet

O ambiente escolhido como Melhor Cozinha Integrada ou Espaço Gourmet da CASACOR, assinado pelo arquiteto Bruno Moraes, 37, usa apenas itens de decoração brasileiros. Vão desde artesanatos mineiros e fotos de povos indígenas feitas por Rogério Fernandes até peças contemporâneas como o premiado vaso da designer Suka Braga (na foto, ao lado do braço do arquiteto). No centro, a imponente bancada de pedra lembra o formato de um navio. “Ela é feita de um material conhecido pelo baixo custo, o granito Itaúnas, mas inovamos ao usá-lo fosco e com essa forma”, ele explica.

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O arquiteto Bruno Moraes: decoração brasileira (Leo Martins/Veja SP)

Casa/Living

A Casa LG, ambiente de 300 metros quadrados criado pelos arquitetos Bruno Carvalho (foto) e Camila Avelar na CASACOR, venceu duas categorias do Prêmio VEJA SP: Melhor Casa e Melhor Living da atual edição do evento. O espaço constrói uma ponte entre o passado e o futuro da arquitetura. Os tons de magenta e os tijolos de barro remetem a moradias ancestrais, ao mesmo tempo em que o projeto abriga uma série de tecnologias da marca patrocinadora, como TVs OLED e uma nova geração de eletrodomésticos. “Somos especializados em arquitetura afetiva, que traz memórias e sensações. Na mostra, combinamos esse conceito a itens de design modernistas e contemporâneos”, explica Bruno. “O ambiente é resultado de uma pesquisa antropológica aprofundada sobre as casas primitivas”, afirma o arquiteto carioca, radicado há oito anos na capital paulista.

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Bruno Carvalho: passado e futuro (Leo Martins/Veja SP)

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Ilha de bem-estar e lounge

Na CASACOR, são chamadas “ilhas de bem-estar” os cantinhos espalhados pelo circuito de visitação onde o público pode descansar, conversar e recarregar as baterias — inclusive as do celular. O espaço projetado pela arquiteta Isabella Nalon, 50, é mais que esse refúgio aconchegante. O ambiente é todo decorado com materiais sustentáveis (como os fios de algodão dos móveis, em parte feitos de garrafas PET recicladas) e itens exclusivamente brasileiros de arte, artesanato e design. “Os tons monocromáticos ajudam a relaxar”, diz a autora do melhor cantinho da mostra em 2023.

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Local para descansar: materiais sustentáveis (Rafael Renzo/Divulgação)

Instalações de arte

Em uma enorme praça de 420 metros quadrados repleta de plantas nativas brasileiras, o multipremiado arquiteto e designer de interiores Sig Bergamin criou uma instalação: seis banheiros que refletem sobre o passado e o futuro desses ambientes. O projeto é uma parceria com a Deca, para celebrar os trinta anos de patrocínio da marca à CASACOR — os banheiros são equipados com lançamentos da empresa. O jardim tem cinco minilounges para os visitantes, onde os ciclos de iluminação — e até o pio dos pássaros — simulam o dia e a noite, a cada vinte minutos.

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Projeto de Sig Bergamin: festa na floresta (Fran Parente/Divulgação)

Prêmio especial

Com apenas 34 metros quadrados — suficientes para abrigar quarto, sala, banheiro, cozinha e hall de estudos —, o projeto de Ester Carro, 28, arrancou elogios dos jurados por trazer à mostra a reflexão sobre a moradia digna na periferia — o que motivou essa menção especial. Moradora do Jardim Colombo, na Zona Sul, Ester tem uma parceria socioambiental com a CASACOR desde 2020 — a arquiteta reaproveita sobras de materiais utilizados na mostra para reformar casas do bairro, por meio de um projeto chamado Fazendinhando. “Cresci sem referências de arquitetas periféricas, mas insisti nos estudos graças ao incentivo dos meus pais”, ela conta. “O ambiente adapta todas as funções de uma casa a um espaço pequeno”, diz a profissional.

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Ester Carro: moradia digna na periferia (Leo Martins/Divulgação)

Estúdio

O Espaço Solitude, da arquiteta e designer de interiores Érica Salguero, venceu a categoria Estúdio do prêmio da Vejinha. O projeto de 66 metros quadrados mistura texturas como mármore, couro e madeira para criar um espaço de contemplação e introspecção, realçado por um sofisticado jogo de luzes. “Solitude é um período de autoconhecimento, reflexão e conexão com a natureza. É um estado mental de paz consigo mesma”, disse a profissional, na sexta participação na CASACOR.

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Espaço Solitude: mistura de texturas (Renato Navarro/Divulgação)

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Paisagismo

A floresta urbana de 163 metros quadrados criada pelo casal Ricardo e Alessandra Cardim foi eleita o destaque na categoria Paisagismo. A dupla é conhecida por manter iniciativas de reflorestamento que espalham milhares de árvores nativas por São Paulo. Usado como descanso pelos visitantes, o ambiente tem bancos de madeira de demolição do designer Paulo Alves (na foto). Para manter a exuberância sem luz natural, o projeto usa lâmpadas com tecnologias agrícolas. Estreante na mostra, o casal assina ainda um jardim de espécies brasileiras na entrada da CASACOR.

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Floresta urbana: casal estreante (Leo Martins/Veja SP)

Banheiro público

Os visitantes que entram no banheiro criado pela designer de interiores Hellen Pacheco, estreante na CASACOR, são arrebatados pelo agradável clima mediterrâneo. As cores e formas remetem às ensolaradas rivieras, enquanto as bossas adicionam brasilidade — como o piso de porcelanato da estilista carioca Isabela Capeto. O mobiliário é assinado por nomes de peso do design brasileiro, como Roberta Banqueri e Zanini de Zanine. Louças e metais na cor ébano emprestam ao projeto um toque moderno. Com 47 metros quadrados, levou o prêmio de Melhor Banheiro Público nesta edição da mostra.

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Projeto de Hellen Pacheco: ares mediterrâneos (André Mortatti/CASACOR/Divulgação)

OS JURADOS

Dez convidados escolheram os vencedores

Alexandre Salles » Mestre em arquitetura e urbanismo, sócio do Estúdio Tarimba, pesquisador em design e arte e coordenador no Instituto Europeo di Design

Carolina Ferraz » Atriz, apresentadora e dona da marca Cimples, de produtos para casa

Catherine Otondo » Arquiteta e urbanista, presidente do CAU-SP

Gianfranco Vannucchi » Sócio do escritório Königsberger e Vannucchi Arquitetos Associados. Ex-presidente da AsBEA Nacional – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura

Isa Silva » Estilista e proprietária da marca Isaac Silva

Joice Berth » Arquiteta, curadora, psicanalista e escritora, autora de Empoderamento e Se a Cidade Fosse Nossa

Manuel Sá » Fotógrafo de arquitetura, arquiteto e diretor de fotografia

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Marianne Wenzel » Jornalista especializada em arquitetura e pós-graduada em cidades responsivas

Taissa Buescu » Jornalista, curadora da nova área de Home&Design do Shopping Cidade Jardim

Waldick Jatobá » Diretor do Estúdio Campana, do Instituto Campana e do MADE, feira de arte e design

Publicado em VEJA São Paulo de 26 de julho de 2023, edição nº 2851

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