Locais inaugurados no Quarto Centenário de SP que seguem em ação
Restaurantes, hotel e até loja de canetas abriram as portas há setenta anos e continuam em plena forma
De restaurantes de culinária francesa até uma loja de canetas, a Vejinha traz uma lista de locais inaugurados durante o Quarto Centenário da capital paulista. Setentões neste ano, os endereços seguem em funcionamento em toda a forma.
Loja de canetas na Avenida São João
Instalada na Avenida São João, no Centro, desde 1954, a Ravil Canetas e Lapiseiras segue em atividade mesmo em tempos em que o ato de escrever anda mais associado a digitar em uma tela de celular. “As vendas ficaram mais restritas, mas temos um público fiel. São principalmente advogados, médicos, colecionadores e alunos de escolas que exigem canetas tinteiro”, diz Helena Vieira, 51, filha de Sebastião Vieira, que comprou o negócio em 1986. “Tem também uma nova geração que aprendeu sobre as canetas no YouTube”, ela conta.
Restaurante francês no Largo do Arouche
Clássico da culinária francesa, o La Casserole está desde 1954 no mesmo ponto, no Largo do Arouche. “Em janeiro, promovemos um ensaio fotográfico só com crianças que vêm aqui”, diz a restauratrice Marie France Henry. A casa foi fundada pelo casal Fortunée e Roger Henry, pais dela, e hoje conta com o caçula da empresária, Leo Henry, na administração. Em 2021, ganhou o Infini, um bar futurista de coquetelaria montado nos fundos do salão.
Prédio modernista na Avenida Rio Branco
O prédio envelheceu bem. Já a região… Projetado pelo arquiteto e incorporador Gregori Warchavchik, pioneiro do modernismo no Brasil e autor das sedes sociais dos clubes Paulistano e Pinheiros, o Edifício Cícero Prado fica na Avenida Rio Branco, ao lado do viaduto que a separa da Avenida Rudge, nos Campos Elíseos. Quando foi inaugurado, em 1954, a sede do governo de São Paulo ficava no bairro. A administração se mudou para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, em 1965. Quatro anos depois, fez-se o viaduto vizinho. Os dois fatos ajudam a explicar a degradação da vizinhança, onde o condomínio resiste como uma ave solitária da época de ouro da arquitetura na cidade.
Parque Ibirapuera
Antes de virar o parque mais famoso da cidade, o trecho da Vila Mariana abaixo da Avenida 23 de Maio era apenas um terreno alagadiço. Isso até 21 de agosto de 1954, quando o Parque Ibirapuera foi inaugurado como um dos marcos do Quarto Centenário — a área foi drenada graças ao plantio de eucaliptos australianos. É administrado pela iniciativa privada desde outubro de 2020.
Restaurante libanês no Centro
O Jacob Cozinha Árabe nasceu em 1954 na Rua 25 de Março. Segue no Centro, em outro ponto: atualmente, atende na Rua Comendador Abdo Schahin, 144, e mantém uma filial no Paraíso (Rua Rafael de Barros, 91). Tem um bufê a quilo de especialidades libanesas. “Meu avô aprendeu as receitas antes de vir ao Brasil”, conta Rene Mauad, neto do fundador, o libanês Jacob Mauad.
Hotel com painéis de artistas consagrados
No atual Novotel São Paulo Jaraguá Conventions, inaugurado como Hotel Jaraguá em 1954, os hóspedes são saudados por um painel de Di Cavalcanti (1897-1976) na fachada — e há outro de Clóvis Graciano (1907-1988) no lobby. O prédio, no Centro, foi construído no ano anterior como sede do jornal O Estado de S.Paulo.
Aniversário da Osesp
Fundada em 13 de setembro de 1954, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é um dos mais importantes grupos emergentes de música clássica do mundo e fez turnês por América Latina, Europa, China e Estados Unidos. No aniversário de 70 anos, lança um disco de composições inéditas e uma série de concertos vespertinos às sextas-feiras a preços populares.
Publicado em VEJA São Paulo de 26 de janeiro de 2024, edição nº 2877