Restaurantes franceses com clima informal e moderninho
Nova leva de bistrôs aposta em cardápio prático que inclui até hambúrgueres
Fechado em fevereiro de 2012, o Boa Bistrô, que oferecia culinária contemporânea, deixou vago o ponto localizado no número 950 da Rua Padre João Manuel, nos Jardins. Meses depois, iniciaram-se ali as obras para a inauguração de outro restaurante, desta vez de especialidade francesa. Ambiente pomposo, cardápio refinado e funcionários vestindo ternos faziam parte do imaginário dos vizinhos sobre o em – preen dimento. Em novembro do ano passado, quando começou a funcionar ali o Bistrot Bagatelle, importado de Nova York, alguns detalhes surpreenderam.
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Além dos pratos tradicionais da cuisine française, estão presentes sugestões como sundae e hambúrguer e o serviço é bem peculiar: os garçons, saídos de agências de modelo, adotam uma postura simpática, quase íntima. Não faltam brindes e até paquera com a clientela. “Sofri bastante nos primeiros meses, as pessoas achavam que esse tipo de comida não combinava com o clima descontraído e animado que oferecemos”, conta Guilherme Chueire, um dos sócios.
A cozinha francesa é uma das culinárias internacionais que mais ganharam presença por aqui. São quarenta casas cadastradas no portal de VEJA SÃO PAULO (www.vejasp.com.br). Desse universo, 25% surgiram de um ano para cá. Na próxima semana, deve iniciar as atividades o Le Bilboquet, com uma fórmula semelhante à do Bagatelle.
“Como a marca é muito forte em Nova York e já conhecida dos brasileiros, acreditamos que será um sucesso”, aposta Rico Mansur, responsável pela vinda do negócio para São Paulo, ao lado dos sócios Pedro Viggiano, Laly Mansur e Roger Rodrigues. O ponto escolhido foi a Rua Vittorio Fasano, no Jardim Paulista. Nos Estados Unidos, o restaurante é famoso pelo clima de balada e pela clientela descolada.
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Sinal dos tempos do foie gras mo derninho, a La Brasserie Erick Jacquin, um dos melhores franceses do Brasil, ganhou uma versão bem menos requintada. Trata-se do Tartar&Co, inaugurado há quatro meses. A casa tem preços mais camaradas e o som ambiente aos cuidados de um DJ, que remixa clássicos da música francesa. “Conseguimos assim atrair clientes jovens, que antes se assustavam com a ideia de ir a um restaurante desse tipo”, conta Georges Foz, sócio do chef Erick Jacquin no negócio de 2 milhões de reais.
Outro que decidiu tentar abocanhar esse público foi Benny Novak, titular do Ici Bistrô, em Higienópolis. Nesse caso, a fórmula envolveu uma parceria com os empresários da Companhia Tradicional de Comércio, que controlam endereços como os botecos Pirajá e Astor. O resultado: uma casa francesa com clima de bar. “Unindo o talento dele na cozinha com nossa experiência no setor, conseguimos criar um lugar único”, entende Ricardo Garrido, um dos sócios. Instalado no Shopping JK Iguatemi, o Ici Brasserie, inspirado no ambiente do badalado DB Bistro, de Nova York, investiu tanto na proposta que criou até um rótulo próprio de cerveja, a ICI 01.
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O desafio de toda essa turma é se manter na crista da onda em um mercado sempre ávido por novidades. Que o digam os espanhóis. No início do ano passado, os endereços com esse sotaque dominavam a cena. Vinte meses depois, dois dos principais, Alma María e Eñe, fecharam por falta de movimento, enquanto outros tantos viram sumir em suas portas as filas de espera pelas sangrias e croquetas de jamón.