Helena Rizzo, do restaurante Maní, é a chef do ano
Pela primeira vez, o Comer & Beber elege uma mulher como a número 1 de uma cozinha paulistana
Ela poderia ser mais um rosto bonito e estampar páginas de moda e beleza. Mas a gaúcha Helena Rizzo, de 30 anos, que começou a vida profissional como modelo, queria mesmo cozinhar. O pontapé inicial foi um estágio no extinto Roanne em 1997, sob as ordens do francês Emmanuel Bassoleil. Depois, a jovem transformou-se em chef do Na Mata Café e passou a causar sensação. “Era glamour demais, e eu estava enjoada de ser tratada como chef-modelo”, conta. Para fugir do estigma, pôs o pé na estrada. Rumou para a Itália e depois para a Espanha, onde entrou em contato com arrojadas técnicas culinárias. Lá também conheceu seu marido, o chef catalão Daniel Redondo. Na volta, a atriz e amiga Fernanda Lima a convidou para comandar um restaurante que planejava abrir nos Jardins. Assim, em 2006, surgiu o Maní. Junto do marido, Helena elaborou um cardápio instigante, com sugestões modernas e inusitadas, entre elas as esferas de recheios líquidos como queijo burrata e feijoada, indicadas para a entrada. Cada vez mais, a cozinheira demonstra esmero no preparo de pratos como o falso tortelli de lâminas de pupunha recheadas de abóbora com melão e amêndoa na manteiga de sálvia ou o atum levemente grelhado na companhia de quinoa, chutney de amora e espuma de gengibre. Durante parte deste ano, Redondo tirou um período sabático e se ausentou do Maní. Embora seja uma cozinha a quatro mãos, Helena é a face do restaurante e, por isso, foi eleita a chef do ano, a primeira mulher, aliás, a conquistar o título.