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Baile da DZ7 sai de Paraisópolis e aterrissa no Cineclube Cortina

Um dos maiores bailes funks do país acontece no Centro, no dia 1º de abril.

Por Tomás Novaes
Atualizado em 24 mar 2023, 09h28 - Publicado em 24 mar 2023, 06h00
Raul Nunes posa no Cine Cortina com um óculos de sol
Empreendedor: Raul Nunes, dono do Club da DZ7  (Alexandre Battibugli/Veja São Paulo/Divulgação)
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Da multidão concentrada na Rua Ernest Renan, em Paraisópolis, para o interior do Cineclube Cortina, no Centro (bar revelação na edição mais recente do guia COMER & BEBER). O Baile da DZ7 — um dos maiores bailes de favela do país — acontecerá pela primeira vez fora da comunidade, no dia 1º de abril.

“Como o pessoal vinha para cá e curtia muito o baile, as pessoas queriam levar essa sensação para o ambiente delas. E a gente começou a pensar: por que não? As nossas músicas já tocam lá, mas com outras pessoas representando”, conta Raul Nunes, 28, dono do selo Club da DZ7.

O empreendedor, que em 2017 comprou o estabelecimento que hoje centraliza o evento, expandiu a marca para se tornar uma gravadora que representa artistas e faz ações de impacto social na comunidade — e agora quer espalhar a festa da Zona Sul de São Paulo pelo país.

Centenas de pessoas em Baile em Paraisópolis
Baile em Paraisópolis (Jairo Malta/Divulgação/Divulgação)

“O pessoal achou legal porque, além de levar o baile, vamos representar a comunidade em outros ambientes”, disse Raul, sobre a receptividade da iniciativa.

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Ele também deixou claro que “o baile vai continuar rolando, gratuitamente, de quinta a domingo” e explicou o porquê de o Cineclube ser o primeiro destino. “É um lugar no centro da cidade. Ali tem uma representatividade muito legal.”

O line-up da noite terá DJ Nogueira, MC Taya, DJ Grafxp, MC Vigarista e participações especiais. Raul também falou sobre a Escola do Funk, um dos projetos selecionados para o Expo Favela, que aconteceu no último fim de semana.

“A ideia é capacitar tanto os artistas — com aulas de canto e produção musical — quanto produtores, editores de vídeo e designers”, explica. “Temos que estar atentos ao funk, porque às vezes só um direcionamento já muda a vida de mais de 100 pessoas.”

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Ele conta que a primeira sede será aberta em Paraisópolis em agosto. “A nossa maior luta é a discriminação do funk”, reforça, antes de lembrar a tragédia que deixou nove mortos após um Baile da DZ7 em 2019.

Doze PMs chegaram a ser denunciados pelo Ministério Público. “Até hoje não teve uma resposta na Justiça.”

Cineclube Cortina. Rua Araújo, 62, 18 anos. Sáb. (1o ), 23h. A partir de R$ 40,00. @cineclubecortina.

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Publicado em VEJA São Paulo de 29 de março de 2023, edição nº 2834

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