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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Sagas heroicas: cinemas de rua buscam fórmulas criativas para resistir

Com novos endereços (e salas tradicionais ameaçadas de fechar), eles lutam para sobreviver à ascensão dos streamings e às mudanças de hábito pós-pandemia

Por Barbara Demerov
Atualizado em 18 fev 2023, 13h59 - Publicado em 17 fev 2023, 02h00
O CineSesc, na Rua Augusta: água de graça e preços atrativos
O CineSesc, na Rua Augusta, receberá mostra de filmes do Agosto Indígena (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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No sábado de pré-Carnaval (11), um grupo de frequentadores deu um “abraçaço” em um dos cinemas mais queridos de São Paulo, o Anexo do Espaço Itaú, na Rua Augusta, cujo anúncio de fechamento entristeceu a comunidade cinéfila na semana anterior.

+Cultura cria comissão para avaliar caso do anexo do Itaú Cinema na Augusta

O endereço — onde ficam duas das cinco salas do cinema, além do acolhedor Café Fellini — é um patrimônio cultural da cidade e ficou famoso pelos filmes cult e pouco comerciais que exibe desde 1995.

Pessoas dão as mãos em volta da árvore do Café Fellini, na Augusta
“Abraçaço” no Anexo, realizado na noite de sábado (11) (Pedro Piai/Veja SP)

A entrega do imóvel à incorporadora Vila 11 está prevista para o dia 28. Após a pressão dos fãs, porém, o Ministério Público entrou com uma ação na Justiça para tentar postergar o fim das atividades. “Se a prefeitura reconhecê-lo como uma ZEPEC-APC (Zona Especial de Proteção Cultural), seria possível mantê-lo aberto enquanto o processo tramitar”, diz o ex-vereador Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor.

Na contramão do drama que se desenrola na Rua Augusta, o setor de cinemas de rua vive um inesperado renascimento na cidade. Após décadas sem a inauguração de novos endereços, duas salas abriram as portas nos últimos meses: o Cineclube Cortina, na República, e o Cine LT3, em Perdizes.

Três homens brancos de barba e cabelos escuros dentro de uma sala de cinema. O que está sentado faz carinho em uma cachorrinha sentada, cujo pelo é uma mescla de branco e caramelo
Marcelo Sarti, Paulo Vidiz e Rapha Barreto (com a mascote Bel), do Cineclube Cortina: estacionamento virou cinema. (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Elas engrossam uma lista de onze endereços (veja todos ao fim da reportagem), concentrados no Centro e na Zona Oeste da capital, que lutam para reconquistar um público transformado pelo boom dos streamings e pela pandemia, mas que não abre mão de uma experiência cinéfila “de raiz”. “Eu achava que o ‘cineclubismo’ tinha morrido nos anos 1970, mas ele voltou. As pessoas têm interesse nas seleções de filmes mais criteriosas desses locais”, afirma a cineasta Laís Bodanzky, ex-diretora da Spcine.

Para os especialistas, o desafio atual é o maior já enfrentado pelo segmento. “Desde a chegada das televisões, os cinemas sempre driblaram as mudanças sociais e terão de fazer isso novamente. As fitas VHS e a pirataria também sacudiram o mercado, embora menos que o streaming”, diz o pesquisador Ricardo Soriano. Mas as salas de rua, aponta Soriano, além do charme, têm um apelo próprio: elas criam programações diferenciadas, que vão além das estreias comerciais das grandes redes, como seleções de filmes clássicos ou diretores famosos.

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Velasco e o sócio Adhemar Oliveira: fila para a sessão noturna
Velasco e o sócio Adhemar Oliveira: fila para a sessão noturna (Pedro Piai/Veja SP)

Além da curadoria mais cuidadosa, diversos espaços de rua lançam mão da gastronomia para completar o orçamento. É o caso do Cinesala, em Pinheiros, que fez na entrada o bar Barouche, onde se formam filas durante as sessões mais badaladas; do Cine Marquise, com uma unidade do café Cheirin Bão; e do tradicional bistrô do Reserva Cultural, na Avenida Paulista.

“Desde o início do negócio, quisemos entregar uma mistura de cultura e gastronomia. Não temos patrocínio, então criamos um mini-shopping para ajudar a manter as pessoas no Reserva antes e depois das sessões”, explica o francês Jean Thomas Bernardini, criador do cinema e da distribuidora de filmes independentes Imovision.

Jean Thomas Bernardini, dono do cinema Reserva Cultural
Jean Thomas Bernardini, dono do cinema Reserva Cultural (Fernando Morais/Veja SP)

Os patrocínios de marcas, por sinal, têm sido uma solução recorrente para as mudanças que desafiam o setor. Os mais ostensivos incluem a venda dos naming rights, como no Espaço Itaú e no Petra Belas Artes (que passou anos fechado e, em 2019, quase fechou novamente após o fim da parceria com a Caixa). Outros, mais discretos, vendem apenas o nome das salas ou benefícios para os clientes da patrocinadora — no Cinesala, em Pinheiros, por exemplo, usuários dos hotéis da rede Accor têm descontos nos ingressos.

Espaços que não têm o apoio de empresas precisam inovar para driblar as dificuldades. “A gente sentiu que a pandemia ‘quebrou’ o hábito das pessoas de irem ao cinema. Os streamings seguiram entregando conteúdos audiovisuais para suprir essa demanda, o que fez o público se acomodar”, diz Juliana Brito, diretora-executiva do Petra Belas Artes. Além de ter uma bonbonnière com bons preços, o hall do espaço recebe feiras aos domingos, programações com música ao vivo e o tradicional Noitão, com três filmes de uma mesma temática exibidos madrugada adentro.

Carlos Costa com o interior do cinema de rua que fundou atrás dele
Pequeno e acolhedor:
produtor investiu
100 000 reais na
empreitada (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Descendo a Rua da Consolação, o Centro tem salas de rua que contam a história da cinefilia paulistana. Algumas fecharam, como o Cine Metro, inaugurado em 1938 na Avenida São João e atualmente transformado em igreja. Outros endereços icônicos, como o Marabá e o Cine Bijou, buscaram maneiras de se reinventar.

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O Marabá passou a ser administrado pela PlayArte, até então especializada em cinemas de shopping, em 2009. O Bijou foi rebatizado de Cine Satyros Bijou (com o adendo “Sala Patricia Pillar” ao nome) graças a uma parceria com a trupe Os Satyros, em 2019. Após uma reforma, vai reabrir em março e promete uma programação recheada na Praça Roosevelt, incluindo uma mostra sobre a diversidade no cinema brasileiro.

Fachada do Cine Satyros Bijou, no centro da cidade
Fachada do Cine Satyros Bijou, no centro da cidade (Andre Stefano/Divulgação)

Mesmo diante da queda generalizada de público (entre 2019 e 2022, a frequência caiu 48% nos cinemas da cidade e 57% nas salas de rua, segundo o portal Filme B), o mercado parece otimista com os lançamentos do ano. “O streaming é concorrente das opções de lazer que temos em casa, enquanto o cinema é um programa. São complementares”, acredita Marcelo Lima, administrador do Cine Marquise.

“O streaming é uma realidade irreversível, mas não substitui a curadoria desses espaços”, completa Paulo Velasco, sócio do Cinesala. Juliana, do Petra Belas Artes, relata que o filme Aftersun, disponível tanto na plataforma MUBI quanto em vários endereços de rua, teve ótimo público no formato presencial. “Seguramos o título em cartaz por várias semanas devido à procura”, diz.

Fachada do Belas, na Consolação: lugar cativo dos cinéfilos
Fachada do Belas, na Consolação: lugar cativo dos cinéfilos (Petra Belas Artes/Divulgação/Divulgação)

Outra ideia que tem dado certo são os ingressos a preços populares. Encerrada na quarta (15), a Semana do Cinema, realizada em diversas redes do país (incluindo shoppings e cinemas de rua), teve dezenas de sessões lotadas graças às entradas a 10 reais.

“Precisamos de mais promoções de ingressos. Os streamings têm orçamentos pesados, o preço da assinatura é equivalente a apenas uma entrada”, aponta Bodanzky. “Estamos na fase de descobrir uma nova forma de manter as salas de exibição”, diz Rodolfo Vázquez, do Cine Satyros Bijou. “Cinema sempre foi uma ação política, devemos nos manter abertos às novidades.”

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Além do mérito cultural, as salas de rua trazem vantagens urbanísticas inegáveis. “Não existe maior segurança para as ruas que a circulação de pedestres”, diz Adhemar Oliveira, também sócio do Cinesala. “Os cinemas de rua são aliados das cidades. Fazem as pessoas se apropriarem da calçada e circularem mais a pé”, conclui Renata de Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Fachada do CineSesc com pessoas e movimento na rua
O CineSesc, na Rua Augusta: água de graça e cardápio mais barato (Alexandre Battibugli/Veja SP)

SAIBA MAIS SOBRE OS CINEMAS DE RUA EM SÃO PAULO

AGRADOS PARA O PÚBLICO. “As últimas sessões antes da pandemia, uma mostra sobre o (cineasta italiano) Federico Fellini em março de 2020, ficaram lotadas”, diz Graziela Gomes, coordenadora da programação do CineSesc, na Rua Augusta. Elogiada pelos cinéfilos, a sala ainda se recupera do baque pandêmico e aposta em programações diferenciadas para retomar a lotação — como a seleção de indicados ao Oscar exibida em fevereiro. “Muita gente não voltou aos cinemas, mas sessões com filmes que não estão nos streamings têm bom público”, diz a gerente adjunta Simone Yunes. Com projetor e áudio modernos, o espaço conta com o orçamento do Sesc para equilibrar o balanço — por isso, pode oferecer água de graça e um cardápio mais barato que a média. “O prédio foi comprado pelo Sesc, só pagamos aluguel no anexo. Talvez pudéssemos nos manter de forma independente, mas não teríamos essas benesses para o público”, diz Simone. Outra aposta é o Cine Clubinho, aos domingos, gratuito para crianças de até 12 anos.
Rua Augusta, 2075, Cerqueira César, ☎ 3087-0500. instagram.com/cinesescsp.

RENDA DIVERSIFICADA. Inaugurada em 2014, a Cinesala usou a pausa da pandemia para voltar em melhor forma. “Pegamos o dinheiro em caixa e trocamos os estofamentos das poltronas por couro ecológico. Não desligamos nenhum funcionário no período”, diz o sócio Paulo Velasco. “Estou otimista, 2023 deve ser positivo em termos de bilheteria e lançamentos”, afirma. Os ingressos representam mais da metade do faturamento do espaço, completado pelos patrocínios da ALL (braço da Accor) e da imobiliária Refúgios Urbanos e pelas vendas do bar Barouche no saguão, que oferece pipoca, drinques e comidinhas.
Rua Fradique Coutinho, 361, Pinheiros. instagram.com/cinesala.

NA LUTA PELO ANEXO. “Lembro das salas que fecharam com tristeza. Ao mesmo tempo, elas ajudaram a manter vivo o circuito de cinemas de rua”, diz Adhemar Oliveira, administrador do Espaço Itaú, ameaçado de perder as duas salas de seu “Anexo”. Nos próximos dias, a prefeitura tomará uma decisão sobre o processo de tombamento do imóvel. O empresário, que também tem cinemas em shoppings, diz que as salas do Bourbon se recuperam melhor que as da Augusta, mas a diferença é pouca. “No geral, precisamos subir 40% na bilheteria para voltar ao nível de 2019”, diz. A meta é esperada só para 2024. “Estamos pegando no tranco.”
Rua Augusta, 1475 e 1470 (Anexo), Consolação. instagram.com/itaucinemas.

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Fachada do Espaço Itaú de Cinema na Augusta
Fachada do Espaço Itaú de Cinema na Augusta: ponto agitado (Solange Macedo/Divulgação)

SOB NOVA DIREÇÃO. Reaberto em 2021, o Cine Marquise (antigo CineArte) teve queda de 50% no público após a pandemia. “Usamos as salas para eventos como a Expocine”, diz Marcelo Lima, CEO da Tonks (que também realiza a feira do cinema). O espaço conta com patrocínios da Globoplay e da Sabesp, além das vendas do café Cheirin Bão no saguão. Em meados de março, abrirá sua terceira sala.
Avenida Paulista, 2073, Cerqueira César, ☎ 3289-7275. instagram.com/cinemarquise.

Sala 1 Globoplay do Cine Marquise: tela gigante
Sala 1 Globoplay do Cine Marquise: tela gigante (Yago Moreira/Divulgação)

PREÇOS ATRATIVOS. Um dos responsáveis por quebrar uma sina de décadas sem inaugurações de cinemas independentes em São Paulo, o Cine LT3, aberto em julho, aposta nos preços acessíveis. “O que tem garantido o público é o boca a boca e os valores dos ingressos (20 reais a inteira e 10 reais a meia-entrada)”, diz o proprietário Carlos Costa (ao lado). Sem patrocínios, ele ainda completa o aluguel (na faixa dos 20 000 reais) do bolso, mas está otimista. “Tivemos quase 600 ingressos vendidos em janeiro”, diz. Deve abrir um café no saguão em breve. “É um recomeço todos os dias.”
Rua Apinajés, 135, Perdizes, ☎ 91679-5588. instagram.com/cine_lt3.

ESTREIAS NO CENTRO. Fechado para reformas, o Cine Satyros Bijou reabre na primeira semana de março. A companhia de teatro Os Satyros, vizinha do cinema, assumiu o espaço em 2019. “Filmes brasileiros como Marte Um e Medida Provisória esgotaram a bilheteria”, diz o sócio Rodolfo Vázquez. Para se manter, o Bijou aluga a sala para pré-estreias. Também tem programações especiais para trazer adolescentes da periferia para as sessões. “Eles precisam ter um diálogo com o Centro”, diz Vázquez.
Praça Franklin Roosevelt, 172, Consolação. instagram.com/satyrosbijou.

SALVO PELO PATROCÍNIO.Petra Belas Artes tem hoje 60% do público do período pré-pandemia. A crise obrigou o espaço a inovar — o Noitão, sessão que emenda três filmes na madrugada, lotou duas salas em fevereiro. “O baque acelerou o processo criativo”, diz a diretora-executiva Juliana Brito. Tudo somado, porém, apenas a bilheteria e a bonbonnière (que tem preços populares) não bancariam o cinema, que depende do patrocínio do Grupo Petrópolis. O espaço quase encerrou as atividades em 2019, quando perdeu o apoio da Caixa, mas acabou salvo pela parceria com a cervejaria — isso após ficar fechado entre 2011 e 2014. “A expectativa de público para 2023 é positiva”, ela afirma.
Rua da Consolação, 2423, Consolação, ☎ 2894-5781. instagram.com/petrabelasartes.

Fachada do PlayArte Marabá
Marabá continua no centro, desde 2009 administrado pela PlayArte (Ricardo Soriano/Divulgação)

FÓRMULA MISTA. O Cineclube Cortina, inaugurado em julho, não cobra pelos ingressos de forma obrigatória, ou seja, cada cliente decide quanto quer pagar pela entrada — casos especiais, como as exibições de Aftersun, tiveram um preço fixo de 15 reais. Não é a bilheteria, portanto, que sustenta o negócio, mas outras atividades como o bar, o restaurante, os shows e as animadas festas semanais no espaço. “Não queremos ser uma concorrência, mas mais uma opção de cinema na cidade”, diz a programadora Letícia Santinon. Graças ao modelo com receitas diversificadas, a sala (pequena, mas charmosa) se dá ao luxo de uma curadoria cuidadosa nas sessões. Em menos de um ano de operação, o espaço já fez parcerias com a Mostra SP e o Festival Finos Filmes, além de uma mini-mostra sobre o cineasta Steven Spielberg.
Rua Araújo, 62, República. instagram.com/cineclubecortina.

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VETERANO NA ATIVA. Administrado pela PlayArte, o Marabá é um dos dois espaços do grupo que seguem em atividade (junto das salas no Shopping Ibirapuera). Nos últimos meses, a empresa fechou os cinemas que tinha nos shoppings Center 3 e Pátio Paulista. Inaugurado em 1945, foi reformado em 2009 com projeto de Ruy Ohtake. Costuma exibir estreias comerciais em cópias majoritariamente dubladas. Avenida Ipiranga, 757, Centro, ☎ 5053-6996. instagram.com/playartebr.

Sala Grande Otelo da Cinemateca
Sala Grande Otelo da Cinemateca: lugar cativo dos cinéfilos (Cinemateca/Divulgação/Divulgação)

BISTRÔ PIONEIRO. O Reserva Cultural, aberto em 2005, nunca teve patrocinadores. O espaço inovou ao criar um restaurante francês (o Bistrô Reserva) no saguão das salas, para completar o orçamento. Jean Thomas Bernardini (acima), dono do cinema (que tem filial no Rio de Janeiro, aberta em 2016) e da Imovision, sente uma reação do setor no início de 2023, mas mantém certa cautela. “Metade do público que tínhamos em 2019 voltou para as salas de rua, mas o cenário tinha ficado tão ruim na pandemia que a melhora serviu apenas para diminuir as perdas.” Para o empresário, as bilheterias de março e abril serão cruciais para compreender se a alta significa mesmo uma retomada. No mais, Bernardini segue orgulhoso da programação de filmes independentes, sempre elogiada pelos cinéfilos da cidade.
Avenida Paulista, 900, Bela Vista, ☎ 3287- 3529. instagram.com/reserva_cultural.

PATRIMÔNIO PÚBLICO. Após a crise que quase fechou a instituição, em 2020, a Cinemateca retomou, em maio, o uso da sala de cinema para exibições regulares. Somou 30 000 espectadores no ano. Em 2023, teve mostras gratuitas como Nordestern (sobre o cangaço) e do cineasta David Lynch, que atraiu 2 000 pessoas. É mantida por um repasse anual de 15 milhões de reais do governo federal. A gestora Sociedade Amigos da Cinemateca também capta outros recursos, como no Projeto Nitratos, que recebeu 13 milhões de reais da Vale e da Shell via Lei Rouanet. “Somos investimento, não despesa”, diz a diretora técnica Gabriela Queiroz.
Largo Senador Raul Cardoso, 133, Vila Clementino, ☎ 5906-8000. cinemateca.org.br.

Publicado em VEJA São Paulo de 22 de fevereiro de 2023, edição nº 2829

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