Os desafios da próxima gestão de Ricardo Nunes
Atual prefeito derrotou Guilherme Boulos e terá mais quatro anos de mandato
Reeleito no domingo (27) com 3,3 milhões de votos, cerca de 1 milhão a mais do que Guilherme Boulos (PSOL), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) dormiu poucas horas. Nesta segunda, saiu de casa logo cedo, concedeu entrevistas, concederá outras e depois seguirá à cidade de Aparecida, no interior, onde visitará o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.
Católico, o mandatário vai agradecer à padroeira do Brasil pela reeleição. Depois, Nunes retorna à capital e seguirá trabalhando. Pelo menos até março, o prefeito não tirará férias. “Só depois do período chuvoso”, afirma.
Tão logo as urnas foram desligadas e o resultado foi proclamado, Nunes já vê pela frente dois grandes desafios que não vão esperar o início do novo mandato, em primeiro de janeiro: acomodação dos onze partidos que o apoiaram e o cumprimento das metas que ainda não foram efetivadas.
Em relação ao primeiro tema, caciques como Gilberto Kassab (PSD), Milton Leite (União Brasil), Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP), entre outros, que já possuem espaços no governo, negociam mais espaço em postos nos diversos escalões da burocracia paulistana.
Outro ponto de preocupação do mandatário é sobre como será a relação com o Legislativo, sem a presença de Milton Leite, que diz se aposentar da política legislativa e não concorreu à reeleição.
No âmbito de programas e ações, Ricardo Nunes vai precisar correr para conseguir entregar nos próximos quatro anos os 40 quilômetros de corredores de ônibus prometidos para o primeiro governo. Desse montante, apenas 4,1 quilômetros ficaram prontos.
Um dos maiores projetos, o BRT da Radial Leste, que já foi licitado, teve seu início efetivado, mas os reflexos das interdições que ocorrerão ainda não foram sentidos pela população. Também deverá sair do papel o transporte aquático na Represa de Guarapiranga, a exemplo do que ocorreu na vizinha Billings.
Ainda no tema mobilidade, outro desafio de Nunes será decidir pelo aumento ou manutenção da tarifa de ônibus, atualmente em 4,40 reais. Sem dizer sim nem não, o prefeito afirma que espera os cálculos feitos até o fim do ano para decidir se elevará os preços, o que geralmente vem sucedido por desgastes pessoais, efêmeros ou não.
Também estão no radar de Nunes outras promessas e desafios, tanto de governo quento de campanha: aumento de pressão contra a Enel após novo apagão, instalação das 40 000 câmeras da Smart Sampa, construção de moradias populares, contratação de 2 000 guardas municipais e a situação das pessoas que vivem nas ruas.
Para isso e as demais demandas, Ricardo Nunes terá em 2025 um orçamento de cerca de 123 bilhões de reais, valor 10% maior do que disponibilizado em 2024.