Um dos chefs deixa o premiado Clos de Tapas
O empresário Marcelo Fernandes, dono do Kinoshita, do Attimo e do Mercearia do Francês, trouxe da Espanha o casal Ligia Karazawa e Raúl Jiménez García para pilotar os fogões do Clos de Tapas, inaugurado no ano passado. A quatro mãos, os cozinheiros elaboraram um instigante menu que levou o restaurante a ser eleito o melhor […]
O empresário Marcelo Fernandes, dono do Kinoshita, do Attimo e do Mercearia do Francês, trouxe da Espanha o casal Ligia Karazawa e Raúl Jiménez García para pilotar os fogões do Clos de Tapas, inaugurado no ano passado. A quatro mãos, os cozinheiros elaboraram um instigante menu que levou o restaurante a ser eleito o melhor espanhol pela mais recente edição especial “Comer & Beber”, de VEJA SÃO PAULO. Foi premiada a força criativa da dupla, autora de um cardápio ibérico contemporâneo constantemente renovado.
A parceria profissional e o casamento chegaram ao fim. Jiménez deixou o estabelecimento no dia 17 de novembro e retornou à Espanha. No Facebook, ele explicou que motivos pessoais o levaram a se desvincular do restaurante. “Três anos de ilusão, esforços e reconhecimentos me fazem encarar o futuro com otimismo e com a certeza de que a cada dia amo mais minha profissão”, escreveu. “Desejo tudo de bom a Ligia e a equipe, que são incríveis.”
Conversei com Ligia. Ela conta que Raúl estava com certa dificuldade de se adaptar em São Paulo “Para você ter uma ideia, ele foi assaltado umas seis vezes, em uma delas com muita violência indo parar no hospital”, diz. A chef lamenta a perda. “Ele é um cara supercriativo. Era muito bom trabalhar com ele. Tínhamos uma convivência e uma cumplicidade de vários anos.”
Sobre o restaurante, a chef é categórica: “O projeto segue. Embora tivesse a parceria do Raúl, eu tinha mais peso no trabalho. Não haverá mudança de estilo. O nível e a qualidade serão mantidos.”
De acordo com ela, o que levou a saída do ex-companheiro foi a incapacidade dele se desligar do trabalho. “Ele é uma pessoa maravilhosa, mas muito nervosa. Não conseguia se desprender do trabalho. Em alguns momentos de ele dizia que ia embora o que acabou gerando um desgaste. São ciclos que se fecham para outros se abrirem.”
Conversei com o restaurateur Marcelo Fernandes, que está em viagem pelo Japão. “Lamento que o Raúl não tenha se adaptado à ideia de tropicalizar o conceito do Clos de Tapas, um pedido dos clientes”, afirma. “Confio no trabalho da Ligia em seguir o conceito que imprimimos, fazendo atualizações constantes no menu .” O empresário reforça que o Clos de Tapas continua a trabalhar com ingredientes exclusivos de pequenos produtores sempre com o uso de técnicas avançadas e apresentações simples. “É a nossa marca”.