Rodolfo De Santis arremata o ponto da Tappo Trattoria, de Benny Novak
Saiba o que acontecerá com o antigo restaurante, agora dedicado ao delivery, e o que o cozinheiro italiano pretende abrir no endereço
Quinze dias atrás, uma amiga me mandou uma mensagem entristecida: “A Tappo Trattoria fechou? Era um dos meus restaurantes favoritos. Passei em frente e o neon não está mais lá”. Não, o restaurante de clássicos italianos de Benny Novak, em funcionamento desde 2007, não acabou. Mas também não existe mais nesse ponto. Conversei com o chef-empresário, dono da marca junto com Renato Ades.
Novak e o sócio não viam sentido em manter, no atual e delicado momento, uma casa que merecia aplausos pela qualidade e regularidade de sua cozinha, mas tinha apenas 28 lugares. “Está programada a reabertura dos restaurantes com apenas 40% de lugares. A varanda iria ficar com duas pessoas e o salão, vazio. Decidimos tirar custos da frente. Só de aluguel eram 16 000 reais. Temos um público que ama a nossa marca. A gente vai botar o Tappo (sim, Benny trata sempre a trattoria no masculino) na parte de cima do Ici Bistrô, que ainda não tem data definida para reabrir. O Tappo não morre, se reinventa agora e deve reabrir em um mês”, explicou o cozinheiro. Por enquanto, a marca italiana funciona apenas para entregas em domicílio.
Novak conta que foi procurado por um testa de ferro que dizia ter interessados em montar um restaurante árabe naquele ponto, passado adiante por 450 000 reais. Na realidade, tratava-se de um representante de Rodolfo De Santis, o restaurateur do ano por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2019. “Soube que estavam vendendo e pedi a compra no nome de outra empresa”, confirma De Santis.
A reforma já encontra-se em andamento. “Estou fazendo a elétrica e detalhes na estética, mas quero manter o lugar como está”, conta o chef italiano que trabalhou na Tappo em 2013. Aliás, guarda boas recordações dessa época. O irmão calçula, Matteo, fez um desenho dele no restaurante quando o visitou na cidade. Também foi lá que De Santis conheceu Marcelo Guimarães, sócio investidor do pequeno império, o Grupo Famiglia Nino, que não para de crescer — estão previstas as reaberturas do Nino Cucina e da Peppino Cantina na quarta (8); na semana seguinte, retornam Giulietta Fogo & Vino e Da Marino, e, só na terceira semana, o Forno Da Pino. Ainda estão programadas para este mês as inaugurações do Madame Suzette Bistrô e loja física da hamburgueria Vito Burger.
“A casa me traz outras grandes lembranças. Foi lá que conheci Iran Costa, parceiro na operação do Nino no salão desde sempre, e Edmilson de Sousa, hoje chef do Nino e que também estava no Tappo como ajudante, lavando louça”, recorda-se. A cozinha ficará nas mãos de Sousa, que terá a parceria de Henrique Lira, chef da Peppino Cantina.
O nome do novo endereço já está definido: Ninetto Trattoria, uma versão menor do Nino. Além das luvas, De Santis calcula que vai colocar mais 300 000 reais na remodelação. “É um investimento na estrutura. Não mudaremos muita coisa no ambiente, mas vamos refazer um salão de espera no segundo andar”, adianta. A previsão é que o restaurante esteja pronto em um mês.
De Santis se dedica ainda ao desenvolvimento e à criação de uma linha de molhos prontos para entrega, que será lançada nesta semana e vendida pelo Instagram Nino Casa Tua. São os clássicos cogumelo e tartufo, pesto e tomate e matriciana.
Em meio a tanto trabalho, ele conseguiu se envolver numa polêmica via um post de stories do Instagram. Dizia o texto: “Chefs famosos e grandes ‘estrelas’ da gastronomia demitindo e fechando negócio. Nosso grupo Família NINO NÃO DEMITIU, NÃO FECHOU NADA. ABRIU 2 novos negócios durante a crise, o Vito Burger e o Nino Casa Tua. E vamos abrir mais 3 esse ano: Madame Suzette Bistro, Valentino Ristorante e uma grande surpresa”, no caso o Ninetto, tema deste post.
De imediato, uma colega de ofício fez uma contestação e houve troca de farpas. A postagem causou mal estar no meio gastronômico, que está enfrentando imensas dificuldades por causa do fechamento forçado devido à pandemia. Afinal, ninguém encerra um negócio que vai bem nem coloca funcionários em massa na rua a não ser por um motivo de força maior (leia o triste balanço que publiquei sobre o encerramento de restaurantes, bares e endereços de comidinhas). É uma condição tão inédita quanto essa crise sanitária mundial.
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