O novo Mocotó, na Vila Leopoldina, em detalhes
O restaurante de sucesso do chef Rodrigo Oliveira, na Zona Norte, ganha a primeira filial e com novos pratos no cardápio
Para quem mora na Zona Oeste não será mais necessário cruzar parte da cidade para provar as pedidas do Mocotó, na Zona Norte. Pratos e petiscos como a carne de sol na chapa, o baião de dois, o torresmo carnudo e a mocofava poderão ser saboreados em um charmoso imóvel de esquina da Vila Leopoldina.
A casa da Vila Medeiros ganha, assim, sua primeira filial de rua. “Somos inquilinos da O2 Filmes”, explica o chef Rodrigo Oliveira, que colocou o Mocotó no mapa da gastronomia ao lançar os irresistíveis dadinhos de tapioca, em 2005. O prédio de dois pavimentos faz parte do complexo da produtora de audiovisual, cujo portfólio inclui películas de sucesso, como Cidade de Deus e Marighella, e já abrigou outro restaurante, o extinto Comedoro.
“Quando recebemos o convite, em setembro, por indicação de nosso amigo Antonio Moreira Salles, viemos ver o ponto só para falar não. Mas não tivemos como recusar”, garante o cozinheiro. Fui conhecer em primeira mão para os leitores da Vejinha o mais recente endereço, quase um decalque da matriz com visual assinado mais uma vez pela LAB Arquitetos — inclui uma agradável varanda protegida por um toldo e que precede o salão.
As melhores novidades, porém, estão no cardápio. Há, por exemplo, dadinhos em versão vegana preparada com leite de macadâmia e um mix de sementes. Esse extenso e apetitoso capítulo inclui sugestões como o PF. Trata-se do “prato formoso”, versão motoconiana do prato-feito (ou pê-efe). Ainda em ajustes sob o olhar atento do chef, esse filé de frango à parmigiana gratinado com queijos brasileiros na companhia de arroz de cheiro-verde com muito coentro e mandioca frita crocante deve ser expedido com uma quantidade um pouco maior de molho de tomate, mas passa longe dos exageros cantineiros paulistanos.
Outro recém-chegado, um “fish sem chips”, variação do original britânico sem a batata, feito com bastonetes de pirarucu envoltos numa massa fermentada não com cerveja, mas com tucupi carbonatado no bar do restaurante. Vai com maionese amazônica feita com coentro, chicória, jambu e pimenta-de-cheiro.
Alinha-se ainda no menu uma língua braseada ao vinho do Vale do São Francisco, ou seja, assada e depois finalizada no forno a carvão, mas numa porção pequena e para partilhar. Também foi reduzida a mocshouka, cozido judaico de ovos em molho de tomate com a adição de torresmo e originalmente conhecida como shakshouka.
Os lançamentos chegam às sobremesas. Uma delas deve imantar paladares: a torta basca, batizada de romeo e juliette, preparada com requeijão do norte e banhada por calda de goiabada cremosa de produção própria com um toque sutil de vinho nacional.
Vale lembrar que essa não é a primeira expansão do Mocotó. O restaurante tem duas versões café, uma no Mercado Municipal de Pinheiros e a outra no Shopping D. Há ainda o Balaio IMS, de pegada autoral, que faz lembrar o extinto Esquina Mocotó, único restaurante brasileiro que chegou a ter as cinco estrelas máximas de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER.
Rodrigo, que tocou a reta final das obras junto com as gravações do MasterChef (ele ocupa o lugar de Henrique Fogaça nesta temporada), começa a receber convidados nesta semana e haverá um jantar fechado na segunda (10). Na quinta (13), o Mocotó Leopoldina abre as portas para receber o público. Nessa fase inicial, vai operar somente no almoço. A conferir.
Mocotó Leopoldina
Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina, ☎ 3294- 4814
Segunda a domingo, das 12h às 17h.
Tem acessibilidade.
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de abril de 2023, edição nº 2836