Cepa despede-se do Tatuapé
O casal de proprietários, o chef Lucas Dante e a sommelière Gabrielli Fleming, transfere um dos melhores restaurantes da Zona Leste para a Zona Oeste
Uma das melhores missões de fazer VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER é voltar anualmente a todos restaurantes publicados no guia especial que sai agora em setembro (não custa repetir: de maneira anônima e com as contas pagas pela Editora Abril, que publica a Vejinha). Foi na visita feita em maio (leia aqui) que descobri que um dos melhores endereços gastronômicos do Tatuapé estava de mudança. O Cepa permanece somente até este domingo (14) no bairro mais efervescente da Zona Leste, quando o assunto é comida.
Quem me contou sobre a mudança foi Gabrielli Fleming, a Gaby, sommelière das boas e sócia do marido e chef Lucas Dante no negócio. “É nosso último serviço no Tatuapé. Estamos com todas as mesas reservadas”, disse Gaby na conversa que tivemos nesta manhã. E brincou: “Se a gente falasse toda semana que ia sair do Tatuapé, nem precisaria sair de verdade. Bombou.”
A sensação agora é de gratidão. “Amamos e seremos eternamente gratos à nossa casa na Zona Leste e tudo que ela nos proporcionou. Aqui, fomos conhecidos, sobrevivemos a uma pandemia e nos mantivemos firmes até hoje. Mas nos tornamos um restaurante de destino e a maior parte dos nossos clientes não é do bairro. Para crescimento e desenvolvimento de todos que estão conosco, precisamos dar esse passo”, afirmou Gaby na nossa conversa de maio.
“Só temos movimento aos finais de semana, que é quando realmente a galera se programa para vir. Durante a semana, o Cepa ficava vazio”, reforça. Ela explica que o restaurante não fechava no vermelho, mas não dava lucro. “Estagnamos em um faturamento, que não sobe há mais de ano. Temos uma equipe maravilhosa, nossa subchef, nosso confeiteiro e nossa maître estão com a gente há mais de três anos. Eles merecem ganhar mais dinheiro, são profissionais incríveis! Mas só conseguiremos saindo daqui.”
Na procura pelo novo ponto, Gaby e Dante acabaram encontrando o imóvel onde funcionou o Gardênia, em Pinheiros. Para quem não se lembra, a casa funcionou de 1997 a 2020 no número 110 da Praça dos Omaguás, um micro-oásis no bairro, cada vez mais verticalizado.
Na primeira fase, da inauguração a 2004, era chamado de Café Gardênia, com cozinha italiana, e pertenceu ao casal Monica Falconi e Marco Antônio Rezende, também proprietário do imóvel. Até fechar apenas como Gardênia, era um endereço variado e especializado em pratos de cordeiro, da chef Marina Moraes.
A mudança do Cepa para o ponto atual teria sido mais rápida, caso não tivesse havido a tragédia climática no Rio Grande do Sul. “A Thonart não conseguia entregar nossos móveis”, conta Gaby sobre a fábrica que fica no estado devastado pelas chuvas.
No novo endereço, a promessa é começar a funcionar a partir de 27 de julho. “Até 4 de agosto, atenderemos com capacidade reduzida, somente sob reserva”, adianta ela. São cinquenta pessoas por turno.
A abertura oficial está marcada para 7 de agosto, aí sim com todo o salão em operação com setenta lugares, contra os cinquenta anteriores do Tatuapé. “Usaremos a calçada, que é maravilhosa, enorme. Tem 3,5 metros de largura”, adianta Gaby. Nessa primeira fase, haverá jantar de quarta a sábado, das 19h às 23h, e almoço no domingo, das 12h às 16h.
“A ideia é abrir sábado no almoço também, mas não sabemos se conseguiremos no dia 10. Talvez um pouco mais para frente”, projeta a restauratrice.
No cardápio, não faltarão pratos como os pastéis de queijo comté, o atum com wassabi e a língua com caldo de frango, quiabo e hortelã. São os favoritos da clientela.
Cepa
Rua Antônio Camardo, 895, Tatuapé, tel. 2096-0687. Tem acessibilidade. $$
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