Memória: Ben Zion Berlovich (1953-2021), fundador da Pinati
Conhecido pela qualidade do homus e do faláfel que servia em sua lanchonete, o empresário foi vítima de um infarto silencioso
Quem passou alguma vez pela Pinati, em Santa Cecília, notou a presença de Ben Zion Berlovich. Fundador da lanchonete, o empresário israelense estava sempre de olho no que acontecia na cozinha e também não se descuidava do salão. Desde o início da pandemia, Ben e a esposa, Berta, porém, tinham se recolhido em casa, enquanto o filho Alon Berlovich tocava o negócio.
Mesmo distante, Ben era o responsável pelo financeiro enquanto a mulher se encarregava das compras para preparar a comida típica de rua de Jerusalém e outras cidades israelenses de acordo com as normas kosher, ou seja, com a supervisão de um rabino. Na noite do dia 23, a última terça, Ben se sentiu mal. Estava com pressão muito baixa. Havia tido um infarto silencioso. Do pronto-socorro do Hospital Samaritano, foi transferido direto para a UTI, onde sofreu três paradas cardíacas e não resistiu. Morreu às 3h45 da madrugada.
Ben montou um escritório em sua casa para não precisar sair à rua em meio a pandemia. Incansável, deu expediente até a noite de sua morte. “Até ontem [dia 23] ele estava falando com o contador às 20h30. Então, ele trabalhou até o último dia de vida”, conta o filho Lior Berlovich.
Nascido em Givatayim em 6 de janeiro de 1953, Ben veio para o Brasil 35 anos atrás para fazer uma viagem pela América do Sul. No Carnaval, conheceu Berta Roizenblit “e já marcaram casamento”, recorda Lior. Até abrir a Pinati, em 28 de abril de 2011, sempre trabalhou com tecidos no Bom Retiro. Foi uma mudança radical e ninguém da família sabe direito por que aconteceu, como contam no post de despedida, publicado no Instagram da Pinati. Em hebraico, Pinati significa “minha esquina”, a esquina ocupada pela lanchonete.
O homus, a pasta de grão-de-bico muito apreciada no café da manhã na região do Oriente Médio, fez fama pelo sabor. Era apreciados por praticamente todos os clientes, inclusive membros da família Safra, que fazem encomendas da receita. Outra das joias do cardápio é o faláfel de casquinha crocante e interior úmido com coloração esverdeada pela adição de ervas. Era também o prato favorito do empresário.
Cabe agora à esposa Berta e aos filhos Tomer, Lior e Alon tocar o negócio familiar que Ben construiu de maneira apaixonada a partir de 2 de março, a data marcada para a reabertura da Pinati. Ben deixa ainda os netos Isaac e Ariel.
Reportagem: Gabriela Del’Moro
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