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Teste do rodízio árabe: avaliamos oito endereços paulistanos

Monte Líbano, Almanara e Casa Líbano aparecem no topo da lista

Por Arnaldo Lorençato
Atualizado em 25 abr 2023, 16h23 - Publicado em 2 jun 2012, 00h51

Conhecida pela fartura, a culinária libanesa pode ser saboreada em longas refeições especiais em alguns restaurantes típicos, que oferecem o rodízio árabe. Em todos eles, os itens variam um pouco, mas não faltam o trio de pastas babaganuche, homus e coalhada seca, a salada tabule, o quibe cru, a esfiha com diferentes recheios, os charutinhos e a cafta.

“Fomos os primeiros a servir essa sequência de pratos, a maioria deles preparada na hora de ir à mesa”, diz o empresário Douglas Coury, sócio da rede Almanara, fundada em 1950, que dispõe desse tipo de menu só na unidade do centro.

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Durante um mês, entre os dias 25 de abril e 24 de maio, VEJA SÃO PAULO testou o rodízio em oito endereços, sem se apresentar e pagando a conta, como é a norma da revista. De todas as casas visitadas, apenas o Kibe Kibe prepara o rodízio só no jantar. Localizado na região da movimentada Rua 25 de Março, o simplíssimo e caprichado Monte Líbano sagrou-se campeão. Confira esse e os demais resultados.

Monte Líbano: Escondido em um prédio comercial perto do começo da Ladeira Porto Geral, tem cozinha comandada pela proprietária Alice Maatouk. Essa senhora cheia de vigor aos 78 anos é auxiliada pela filha, Regina. Talvez por isso a comida preparada por elas possua um irresistível gostinho caseiro. Como todos os pratos apresentam bom padrão, fica difícil destacar um deles. Não há como não louvar as virtudes do quibe cru, dos charutos de folha de uva e das esfihas abertas de carne valorizadas por um toque cítrico. O rodízio custa 43,90 reais. A versão com arroz marroquino mais uma opção extra, que pode ser o tenro espeto de cordeiro ou o ótimo quibe grelhado, sai por 61,50 reais.

Almanara: Das oito lojas paulistanas, somente a simpática unidade que fica pertinho da Praça da República serve o rodízio. Encantam em particular a abobrinha recheada de carne e arroz mergulhada em um equilibrado molho de tomate, o tabule valorizado pela salsinha fresca, a esfiha fechada de carne com massa macia e o tenro espeto de frango. Está incluída também a curiosa salada almanara, composta de cenoura em fios, alface e croûtons ao molho rosé. Houve um deslize, porém, no quibe cru, que, embora bem temperado, foi mantido em um balcão refrigerado, servido frio demais e coberto por hortelã quase murcha. O preço de 54 reais dá direito ao café expresso no fim da refeição. O serviço é impecável.

Casa Líbano: Em uma cozinha aberta e sob a supervisão da proprietária Hanie Moussa, uma equipe só de mulheres faz algumas pedidas memoráveis. São exemplos o arroz marroquino com o cordeiro cozido perfumado por especiarias e as deliciosas esfihas, inclusive a nada oleosa versão de mussarela. Poderiam ser melhores, porém, os charutinhos de recheio um tanto seco e o quibe cru com excesso de trigo. O rodízio sai por 32,90 reais de terça a sexta e 46,90 reais aos fins de semana e feriados.

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Brasserie Victória: O mais antigo representante libanês da cidade é o que cobra o preço mais elevado: 72 reais por cabeça. Das receitas provadas, mostrou-se primoroso o quibe, que é, provavelmente, o melhor da cidade. Não provocou o mesmo entusiasmo a gordurosa esfiha aberta de carne sobre massa folhada nem a cafta guarnecida de arroz de aletria quase frio. Como o babaganuche não chegou junto do trio de pasta, foi preciso insistir muito com os garçons para um deles servir essa pasta de berinjela, infelizmente quase amarga, no fim da refeição.

Halim: Entre as especialidades estão os doces que encerram a refeição e fazem parte do rodízio, ao preço de 56 reais. Há uma grande variedade de esfihas, mas não vale a pena provar todas elas. Concentre-se nas duas melhores, as fechadas de carne e de ricota. Há também uma caprichada versão de massa folhada. O faláfel (bolinho de fava frito) ao molho de gergelim também é muito bom. Embora condimentado na medida, o arroz de cordeiro vem um tanto gorduroso. A cafta estava um pouco salgada.

Baruk: Na casa de visual moderninho, uma grande variedade de itens compõe um dos únicos rodízios que incluem sobremesa, como o sorvete com calda crocante de nozes. Funcionam bem as pastas ricas de sabor (babaganuche, homus e coalhada seca), a esfiha aberta de carne e o arroz de aletria. Evite, porém, a insossa chacrie (carne cozida na coalhada), a cafta ressecada e o quibe cru desprovido de tempero. O rodízio custa 33,90 reais (almoço de segunda a sexta), 35,90 (almoço de sábado, domingo e feriados) e 37,90 (jantar).

Abu-Zuz: Numa das mais movimentadas ruas de comércio popular de roupas da cidade, apresenta uma versão enxuta do rodízio por 37,50 reais. Revelaram-se apetitosos o quibe pequeno, frito na hora e muito crocante, e os charutos de folha de uva. Quase líquida, porém, a coalhada seca mais lembrava um iogurte. Uma falha grave aconteceu com as esfihas de carne e de verdura. Embora estivessem com a massa quente, tinham o recheio gelado. Informei o problema a uma das garçonetes e solicitei a substituição. Infelizmente, a atendente ignorou o meu pedido.

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Kibe Kibe: É o único representante que oferece o rodízio apenas no jantar, a partir das 18 horas. Custa 39,90 reais por pessoa. De todos os pratos provados, despontou como o mais saboroso o michui de frango, espeto que intercala a carne com cebola e tomate. Também estavam razoáveis a cafta e os charutinhos de folha de uva. Bem, os acertos param aí. O trio de pasta mostrou-se completamente sem graça, com o babaganuche ácido demais, quase azedo de tanto limão. Massudo, o quibe labanie veio mergulhado numa coalhada com excesso de óleo. A berinjela recheada estava meio amarga.

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