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Os melhores bairros da cidade em 23 categorias

Entre os critérios estão segurança, volume de áreas verdes, infraestrutura para idosos, variedade de opções de compras e quantidade de imóveis de luxo

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 nov 2017, 14h25 - Publicado em 10 nov 2017, 06h00

Os 1 521 quilômetros quadrados da cidade dividem-se por 96 grandes áreas. No norte, Tremembé figura como o ponto mais extremo. No sentido oposto, aparece Marsilac. O Itaim Paulista limita-se com o município de Itaquaquecetuba no leste da capital, sendo que, no oeste, Anhanguera é o local mais próximo da cidade de Santana de Parnaíba. Esses distritos chegam a abrigar mais de cinquenta bairros.

Em termos de área, o título de gigante da metrópole vai para Marsilac, com 200 quilômetros quadrados — 100 vezes maior que o da Sé, o menor no ranking. Além das questões geográficas, outras características podem revelar campeões. Qual lugar, por exemplo, apresenta o maior índice de valorização de imóveis? Onde há menos crimes? Que pedaço é melhor para passear com o cachorro, praticar esportes, frequentar uma balada gay ou renovar o estoque de cosméticos?

Para ajudar a responder a essas e outras perguntas, VEJA SÃO PAULO cruzou dados e ouviu especialistas com o objetivo de criar uma seleção dos melhores bairros da capital em 23 critérios. Confira abaixo todos os eleitos.

VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA

Vila Prudente

Além de oferecer praticidade aos moradores, uma estação de metrô também pode provocar fenômenos econômicos no bairro onde é instalada. Foi o que ocorreu recentemente na Vila Prudente, na Zona Leste, que em 2014 recebeu uma parada da Linha 15 – Prata do chamado monotrilho. A inauguração é apontada por especialistas do setor imobiliário como a grande responsável pelo aumento do preço do metro quadrado na região, que saltou de 5 900 para 6 500 reais entre 2015 e 2016, uma elevação de 10%.

O complexo IN SP, na Avenida do Estado: 10% de aumento no preço do metro quadrado (Divulgação/Veja SP)

“A chegada desse meio de transporte foi o gatilho que impulsionou o crescimento em uma região que já era propícia ao desenvolvimento, por ser residencial e contar com muitos serviços”, explica o engenheiro Reinaldo Fincatti, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).

Trata-se do maior índice de valorização imobiliária em toda a cidade. Os demais bairros não registraram aumento no mesmo período, à exceção de Santana, na Zona Norte, que teve alta de 5% — lá, o metro quadrado passou de 8 400 para 8 700 reais. O fenômeno na Vila Prudente provocou o surgimento de dezenas de novos prédios. Nos últimos dois anos, apareceram 47 empreendimentos no distrito, totalizando 6 000 unidades.

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Um deles é o Complexo IN SP, inaugurado no ano passado em uma área arborizada de 5 000 metros quadrados ao lado da Avenida do Estado. O conjunto oferece apartamentos de um, dois ou três dormitórios, vendidos por valores a partir de 200 000 reais. Entre outros lançamentos da região estão o YUP, na Rua Francisco Rosano, e o Space Vila Prudente, na Rua Ibitirama, com preços entre 175 000 e 300 000 reais.

A expectativa é que o bairro se beneficie ainda mais quando forem concluídas as obras de todo o trecho da Linha 15 – Prata, que vai até São Mateus, no extremo da Zona Leste, com previsão de entrega até 2018.

ARTE

Vila Madalena

O tradicional reduto boêmio da Zona Oeste é também um forte centro cultural. Em poucos quarteirões funcionam quinze galerias de arte, incluindo algumas das mais conceituadas da cidade, como a Fortes D’Aloia & Gabriel, que representa artistas contemporâneos renomados do porte de Adriana Varejão e da dupla osgemeos.  Outros exemplos são a DOC Galeria, especializada em fotografia, e o centro cultural b_arco, que oferece cursos.

O Beco do Batman, na Vila Madalena: museu a céu aberto (Leo Martins/Veja SP)

Mas o cartão de visitas da área é o Beco do Batman, o principal museu a céu aberto da capital. Os muros do trecho de 170 metros da Rua Gonçalo Afonso começaram a ser pintados nos anos 80 e reúnem cerca de cinquenta obras. Um grupo de grafiteiros renova constantemente esses trabalhos. A poucos metros dali está o Armazém da Cidade, centro que oferece intensa programação cultural e gastronômica aos domingos.

SEGURANÇA

Mooca

A delegacia que registra o menor número de crimes na capital está situada em um bairro da Zona Leste. Trata-se do 18º DP, localizado no Alto da Mooca, no qual o índice de ocorrências — que inclui roubos, furtos e homicídios — é de 34,8 para cada 100 000 habitantes, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP). O índice está bem abaixo da média da cidade, de 809.

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Praça Visconde de Sousa: baixo índice de crimes (Reinaldo Canato)

Nesse distrito policial não houve nenhum caso de homicídio entre janeiro e agosto deste ano. A taxa no Estado de São Paulo, a menor do país, é de 8,7. “Bairros com grandes características residenciais como a Mooca costumam ser mais tranquilos e seguros”, diz o coronel da reserva da PM José Vicente da Silva Filho.

“O perfil do morador também ajuda”, afirma Ana Pantaleão, presidente do Conselho de Segurança Comunitária da Mooca. “Aqui as pessoas se conhecem, cumprimentam-se, ficam de olho no que ocorre nas ruas, engajam-se nas causas e problemas do bairro e não ficam apenas cobrando o poder público.”

OUTLETS

Moema

Hoje em dia não é mais preciso sair dos limites do município e encarar uma estrada para encontrar outlets de grifes bacanas. Basta ir até Moema, na Zona Sul, que reúne o maior número de lojas dessa categoria na cidade. São dezenas, principalmente nas redondezas das ruas Normandia, Bem Te Vi e Gaivota. Nelas, é possível deparar com pontas de estoque de grandes marcas nacionais e internacionais como L’Occitane, Jogê e Max Mara.

No endereço da Lacoste, por exemplo, uma camisa polo com botão sai por 199 reais, 30% menos que nos pontos de venda convencionais da famosa companhia francesa. Há também lojas menos conhecidas, mas com boas pechinchas, como a casa de calçados Less Price, que vende botas, sandálias e outros calçados com preços remarcados. As alpargatas, por exemplo, saem por 69 reais.

RELIGIÃO 

Brás

Católicos, evangélicos, ortodoxos e muçulmanos dividem a área mais religiosa da capital. Considerado a “Jerusalém paulistana”, o Brás reúne o maior número de fiéis — 45 000 circulam por ali nos fins de semana — e de igrejas e templos. São 22 endereços (quase o dobro dos de bairros vizinhos), a maioria concentrada na Avenida Celso Garcia. O maior é a sede da Igreja Universal. Inaugurada há três anos, tem capacidade para 10 000 pessoas. A poucos metros está o principal prédio da Assembleia de Deus, com 5 000 poltronas.

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O Templo de Salomão, na Avenida Celso Garcia: área para 10 000 fiéis (Divulgação/Veja SP)

A região ainda abriga a antiga Paróquia São João Batista do Brás, prestes a completar 110 anos, a Catedral Ortodoxa Grega, na Rua Bresser, e a Mesquita do Brás, o mais importante centro islâmico xiita da cidade, na Rua Elisa Whitaker. Apesar do nome, o local conhecido como Mesquita do Pari também fica no Brás, na Rua Barão de Ladário.

SAÚDE

Cerqueira Cesar

Para quem procura atendimento médico de ponta, é difícil escapar de Cerqueira César. A região, na Zona Oeste, concentra os principais hospitais públicos e privados, muitos deles centenários e pioneiros. São ao menos dezessete, sendo oito do complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, aberto em 1931.

Localizado na Avenida Doutor Arnaldo, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, por exemplo, obteve o melhor desempenho na última avaliação de pacientes realizada na capital, com índices de satisfação de 94% e 93% nas categorias internação e ambulatório, respectivamente. Seu vizinho, o Instituto Emílio Ribas, é referência nacional no tratamento de doenças infectocontagiosas.

Ali por perto ficam também importantes centros de saúde particulares, como o Hospital Santa Catarina e a maternidade Pro Matre. O distrito conta ainda com 23 farmácias e 33 clínicas. A concentração de serviços de saúde está relacionada ao bom acesso a meios de transporte, fenômeno que remonta ao século XIX. “A região recebeu os primeiros bondes, tornando-se acessível a pacientes de todos os bairros”, explica o urbanista Nestor Goulart Reis, da USP.

SOLTEIROS 

Bela Vista 

Próxima ao centro e à Avenida Paulista, a Bela Vista é o pedaço preferido por quem vive sozinho em São Paulo. O bairro aparece em primeiro lugar na busca por apartamentos de um dormitório, seja para aluguel, seja para compra, segundo levantamento do Zap Imóveis. Com a procura em alta, a oferta também cresceu. Por ali foram lançados 3 000 apartamentos de um dormitório ou lofts desde 2010, de acordo com a VivaReal-Geoimóveis. O índice só é menor que o da vizinha República,
com 4 637 unidades.

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Outra dica importante para os solteiros que circulam nas imediações: a Avenida Paulista, em especial a área próxima ao Masp e a esquina com a Rua da Consolação, é o local da capital onde mais ocorrem crushes (quando um usuário curte o outro) no aplicativo de paquera Happn.

NATUREZA

Morumbi

Parque Burle Marx: uma das várias áreas verdes nas imediações (Guilherme Tosetto/Veja SP)

Apesar de concentrar dezenas de prédios ultraluxuosos vizinhos à segunda maior favela da capital, a Paraisópolis, o Morumbi é o melhor local do município para encontrar áreas verdes. Isso ocorre graças à presença de bons parques, com áreas de preservação ambiental, no distrito da Zona Sul. Um deles é o Alfredo Volpi, um dos raros locais de mata fechada na capital, com 140 000 metros quadrados. Basta uma caminhada por ali para deparar com saguis, bichos-preguiça e papagaios, algumas das 110 espécies que habitam o espaço.

A pouco mais de 1 quilômetro está a Fundação Maria Luísa e Oscar Americano, com 75 000 metros quadrados e trinta espécies de plantas catalogadas. Outros terrenos vizinhos bem ajardinados são a Praça Vinicius de Moraes e o Palácio dos Bandeirantes. Próximo ao bairro há ainda o Parque Burle Marx, com jardins projetados pelo famoso arquiteto e paisagista que lhe dá o nome.

Essas imensas áreas verdes ajudam a região a ostentar o posto de a terceira mais arborizada da cidade, com 15 000 árvores, atrás apenas de Cidade Dutra e Santo Amaro, ambas também na Zona Sul, de acordo com levantamento da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

IDOSOS

Higienópolis

As calçadas arborizadas, largas e iluminadas de Higienópolis, na região central, são feitas sob medida para quem já passou dos 60 anos. Apesar de inclinações em pontos como a Avenida Angélica, vários quarteirões por ali são planos, o que facilita a caminhada de quem tem dificuldade de mobilidade. As vias também são bem sinalizadas, com muitos semáforos espalhados pelas esquinas.

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Há ainda uma ampla gama de serviços, como unidades das redes de supermercados Pão de Açúcar e Natural da Terra, cinemas, teatros e os hospitais Samaritano e Santa Isabel. Para exercícios físicos, o Parque Buenos Aires conta com aparelhos de ginástica específicos para idosos. “Ali eles interagem com crianças e cachorros, o que é recomendável à saúde”, diz a urbanista Adriana Almeida Prado, mestre em gerontologia, que estuda o processo de envelhecimento humano.

Outro local para atividade ao ar livre é a Praça Esther Mesquita. Não à toa, a faixa da terceira idade representa 21% da população local, índice inferior só ao dos Jardins e do Alto de Pinheiros, com 22%.

COMPRAS 

Jardim Paulistano 

De ateliês de vestidos de noiva caríssimos na Rua Bela Cintra a endereços com camisetas descoladas na Rua Augusta, os Jardins concentram hoje a maior variedade de lojas da cidade. Além das centenas de pontos de venda na rua, o local na Zona Oeste ganhou neste ano seu primeiro centro de compras, o Jardim Pamplona, do grupo Carrefour, que conta com supermercado da rede e outras marcas, como Imaginarium e Samsung.

O comércio de luxo, responsável pela fama do bairro e, principalmente, da Rua Oscar Freire, é sustentado mais pelas grifes nacionais, como Osklen e Reinaldo Lourenço. Em contrapartida, nos últimos anos, a região tem sido ocupada por flagships, lojas- modelo de marcas fortes dos segmentos de fast-fashion, calçados e roupas esportivas, como Forever 21 e Riachuelo. “Frequento a área há anos e ela se tornou mais democrática, sem perder o charme”, diz a relações-públicas Clarissa Wagner, que faz compras ali uma vez por semana.

ESPORTES

Ibirapuera

Grupo de ioga no parque: sessões aos domingos (Antonio Milena/Veja SP)

Com 1,5 milhão de metros quadrados e equipamentos de diferentes modalidades, de handebol a crossfit, o Parque Ibirapuera é um dos principais destinos do paulistano que deseja suar a camisa. A cada fim de semana, o local recebe cerca de 150 000 pessoas, muitas de olho nos 6 quilômetros da ciclovia que corta o espaço.

Nas manhãs de domingo, os gramados ficam repletos de grupos de ioga, caso do Home Yoga, que reúne cerca de trinta participantes. “Além de trabalhar o corpo e a mente, a atividade permite fazer novas amizades”, diz a fisioterapeuta Giselle de Almeida Carvalho, que frequenta as sessões com a filha, Laís, de 4 anos.

Durante a semana, a maior área verde da cidade abriga 120 equipes de corrida. Outros pontos concorridos são os aparelhos de ginástica ao ar livre, o serviço de aluguel de bicicletas e o campo de futebol — reinaugurado em agosto, após passar por reformas. Nos arredores há ainda o Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, que reúne um centro de treinamento aquático, o Estádio Ícaro de Castro Melo e o Ginásio Geraldo José de Almeida, famoso por receber eventos esportivos internacionais.

Mas engana-se quem pensa que o bairro do Ibirapuera é um polo esportivo apenas por causa do parque. A região abriga mais de vinte academias, o dobro da média da maioria dos bairros da capital.

LGBT 

República 

Nos últimos cinco anos, a região que abrange o Largo do Arouche e as ruas adjacentes tornou-se a queridinha do público LGBT. Nas noites de sexta e sábado, centenas de gays, lésbicas, transexuais e travestis lotam as imediações, no centro. Eles se instalam principalmente em endereços como o Barouche, inaugurado no ano passado, ou o Caneca de Prata, na Avenida Vieira de Carvalho, considerado o primeiro bar gay da cidade.

A balada Lions: um dos points da agitada vida noturna da região (Victor Vivacqua/Veja SP)

A turma fica por ali até o início da madrugada, quando o fluxo se dirige a casas noturnas como a Cantho Club, no próprio largo, a L’Amour, na Rua Bento Freitas, e a Lions, a poucos quilômetros dali, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Outros points concorridos são o Freedom Club, no Arouche, o Soda Pop, na Vieira de Carvalho, e o ABC bailão, na Rua Marquês de Itu, esse último conhecido por atrair o público LGBT mais maduro. Há um ano a festa Sarrada no Brejo, na Mary Dinning Club, na Rua Barão de Campinas, é voltada às lésbicas. Ocorre uma vez por mês e reúne pelo menos 300 pessoas.

IMÓVEIS DE LUXO 

Vila Madalena 

Com 97 novos apartamentos, cada um custando 2 milhões de reais — valor estimado para uma unidade de três quartos e 100 metros quadrados —, a Vila Madalena é a região que mais teve lançamentos de luxo entre novembro de 2016 e julho deste ano, segundo levantamento da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). O número corresponde a 20% de todos os novos empreendimentos do tipo lançados na cidade.

Prédio da Idea! Zarvos: projetos modernos (Leonardo Finotti/Veja SP)

Por ali, o metro quadrado vale salgados 20 000 reais, o dobro do preço cobrado na vizinha Vila Leopoldina, também em expansão imobiliária. Recanto boêmio badalado na Zona Oeste, a “Vila Madá” ganhou, no último ano, complexos de onze e 22 andares e unidades de até quatro dormitórios, boa parte deles encabeçada pela incorporadora Idea! Zarvos, famosa por seus edifícios modernos e ajardinados.

A companhia tem outros 24 empreendimentos no bairro, entre prédios residenciais e comerciais. “Todos os nossos lançamentos tiveram boa venda ou foram alugados rapidamente”, afirma Otávio Zarvos, dono da empresa e morador do pedaço há vinte anos.

CRIANÇAS 

Morumbi 

Alunos no Porto Seguro: um dos melhores no ranking do Enem (Ricardo D'angelo/Veja SP)

Uma das áreas mais nobres da Zona Sul, o Morumbi destaca-se por concentrar alguns dos melhores colégios do país. Cinco dos cinquenta primeiros colocados no ranking municipal do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 ficam por ali: Visconde de Porto Seguro, Miguel de Cervantes, Pentágono, Franciscano Pio XII e Escola da Vila. A região também é bem servida de unidades de grandes redes de escolas de idiomas — entre elas, Cel.Lep e Wise Up — e de bufês infantis — há mais de vinte.

Some-se a isso uma boa oferta de atrações para a garotada. Os shoppings Morumbi e Jardim Sul têm teatros com vasta programação infantil e o Morumbi Town dispõe de um parque de camas elásticas, o Urban Motion, e pista de kart, além de um espaço com brinquedões e escorregadores e outro para passear com skate elétrico.

MOBILIDADE 

Centro 

Com uma gama de 526 ônibus e cinco estações de metrô — uma delas, a Luz, tem interligação com as linhas Coral e Rubi, que chegam até Mogi das Cruzes e Jundiaí, na Grande São Paulo —, o centro é o campeão de mobilidade na capital. O Terminal Parque Dom Pedro II, o maior da cidade, abriga 54 itinerários de ônibus, dos quais 23 operam de madrugada (da meia-noite às 4 horas).

Marcia, no Viaduto do Chá: trajeto entre o Tatuapé e a Paulista (Leo Martins)

E a Sé, que faz a ligação entre as linhas Azul e Vermelha, é a estação mais movimentada do metrô. Diariamente circulam por ali 603 000 usuários, número três vezes superior ao de outras de porte considerável, como a Palmeiras–Barra Funda.

A região dispõe ainda de 45 quilômetros de ciclovias. “Meu percurso dura cinquenta minutos, metade do que demoraria se eu fosse de ônibus”, diz a designer de moda Marcia Fernog, que passa pela Sé de bicicleta quase todo dia no trajeto de 14 quilômetros entre sua casa, no Tatuapé, e o trabalho, na Avenida Paulista.

O MENOR CONDOMÍNIO 

Santana

Uma das principais despesas de quem mora em apartamento, a taxa de condomínio é menor na Zona Norte da cidade. Em Santana, o preço médio é de 520 reais, quase metade da quantia cobrada, por exemplo, em bairros da Zona Sul (1 030 reais).

Um dos motivos apontados para o valor mais em conta é o grande número de apartamentos dos edifícios do entorno. “Se mais famílias dividem as despesas do prédio, o custo por unidade diminui”, explica Angélica Arbex, gerente de relacionamento da imobiliária Lello, responsável pelo levantamento realizado neste ano. Em Santana e nas imediações, os prédios dispõem de 89 unidades, em média. Na Zona Sul, essa quantidade cai 30%, ou seja, fica em torno de 61.

PETS 

Higienópolis

Laeticia com Mel no shopping local: serviços para cães (Reinaldo Canato)

Residencial e repleto de ruas arborizadas, o bairro de Higienópolis é uma boa pedida para os donos de animais de estimação passearem nos fins de semana. Um dos motivos é a ampla oferta de serviços destinados a esse público. Por ali existem dezenas de clínicas veterinárias, hoteizinhos para cachorros e pelo menos trinta pet shops, entre elas uma filial da Petland, uma da Petz e a Toca dos Gatos, a única especializada em produtos para felinos na capital.

A adoção também tem vez: todo sábado, o grupo Luiz Proteção Animal promove uma feira na Avenida Angélica com cerca de quarenta cães e bichanos à espera de uma nova família. Outro destaque é o Shopping Pátio Higienópolis, onde as mascotes se multiplicam pelos corredores. A matilha é tamanha por ali que o centro de compras conta com bebedouros específicos, elevador preferencial, pet shop e um desfile anual de fantasias carnavalescas.

Além dos saquinhos grátis para recolher as fezes, há uma equipe de limpeza preparada para atuar em caso de “acidentes”. “Venho com ela todo fim de semana e sempre sou bem atendida”, diz a psicóloga Laeticia Haguenauer, referindo-se à cadela shih tzu, de 5 anos. Ali perto, o Parque Buenos Aires oferece uma espaçosa e disputada área cercada para os pets interagirem. Tem chão de terra batida e bastante sombra.

IMÓVEIS POPULARES

Campo Limpo 

Uma das áreas mais populosas da capital, com cerca de 650 000 habitantes, o Campo Limpo também foi a que mais recebeu lançamentos imobiliários populares nos últimos meses. As 860 unidades colocadas no mercado entre novembro de 2016 e julho deste ano representam 11% do total que surgiu na cidade neste período, segundo a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). Por ali, o metro quadrado custa 4 500 reais, em média.

“É um dos menores preços de São Paulo”, afirma Reinaldo Fincatti, diretor da Embraesp. Um apartamento de 50 metros quadrados, por exemplo, sai na faixa de 225 000 reais, dentro do limite do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, que financia imóveis de até 240 000 reais.

CULTURA 

República

O Sesc 24 de Maio: inaugurado em agosto (Rogerio Albuquerque/Veja SP)

O sobe e desce das rampas do Sesc 24 de Maio, inaugurado em agosto, confirma a vocação dos arredores da Praça da República para território cultural. Trata-se da região com a maior variedade de atrações do gênero, em sua maioria com entradas a preços bastante acessíveis ou até gratuitas. Ao todo são onze teatros, entre os quais o Municipal se mantém como o mais nobre desde 1911.

O público encontra mais opções de programa nos teatros Itália e Aliança Francesa, ativos desde os anos 60, na Galeria Olido e nos espaços da Praça Roosevelt e da Rua Doutor Teodoro Baima, com seus palcos italianos, arenas e galpões.

Totalmente reformado, o Cine Marabá reabriu com cinco salas em 2009, somando 1 022 poltronas. Trata-se do único representante da chamada Cinelândia. Nas décadas de 40 e 50, ela concentrou mais de trinta endereços.

Movimentada, inclusive à noite, a Biblioteca Mário de Andrade, de 1925, desperta interesse para além do acervo de 365 000 livros e promove saraus, espetáculos e exibição de filmes. Muitos dos frequentadores circulam pelos bares da Galeria Metrópole e da Praça Dom José Gaspar, febres paulistanas de outros tempos que voltaram à moda e animam a noite, também estendida até o Largo do Arouche.

HAPPY HOUR 

Itaim Bibi

Empresas de tecnologia, bancos de investimento, escritórios de advogados. O Itaim Bibi, na Zona Sul, está repleto de edifícios comerciais, onde, sabemos, o pessoal não vê a hora do fim do expediente para molhar o gogó. São ao menos dez barzinhos bacanas entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima e a Rua João Cachoeira, perímetro que se tornou o mais fervido de cinco anos para cá.

O Tatu Bola, na Rua Clodomiro Amazonas: destino após o expediente (Bruno Geraldi/Veja SP)

Eleito o melhor bar para paquerar na mais recente edição VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, o Tatu Bola, na Rua Clodomiro Amazonas, é uma casa típica de happy hour. O público de colarinho afrouxado vai atrás de uma cerveja em garrafa, uma carne grelhada e um sonzinho.

Dos mesmos sócios, o Eu Tu Eles, com unidade no mesmo bairro, segue linha idêntica. A algumas quadras dali, o Vaca Véia é outro ponto tradicional para ir depois do batente. Mal a noite cai, o salão fica apinhado de gente. Não diferente é o bar revelação Peppino, sempre concorrido.

RESTAURANTES 

Pinheiros 

Com um público afoito por novidades, Pinheiros é a área onde estão os restaurantes mais interessantes abertos nos últimos tempos. Reina o estilo informal, sem a cobrança de preços estratosféricos. Em nenhum outro lugar os chefs se sentem tão à vontade para lançar casas descoladas, com menus mais modernos. Em 2016, o bairro ganhou pelo menos sete novas, além de uma quantidade ainda maior de bares.

Rua dos Pinheiros: casas modernas com ambiente descolado (Reinaldo Canato/Veja SP)

Dos 400 restaurantes incluídos no guia COMER & BEBER 2017, cerca de cinquenta ficam ali. No Lilu, o chef André Mifano muda sempre o cardápio e aposta em pedidas como o sanduíche de rosbife de pato. Não muito longe, o badalado Piccolo oferece receitas italianas com toque autoral. As filas se formam não apenas pelo melhor menu executivo da cidade, por 48 reais, mas também pelas receitas à la carte.

Perto do Largo da Batata nasceu recentemente o Fitó, de comida piauiense, no qual a chef Cafira Foz reinterpreta à sua maneira as receitas e não exagera nos valores dos pratos.

BELEZA 

Jardim Paulistano 

Marco Antonio de Biaggi: dono de um dos salões mais conceituados (André Schiliró/Veja SP)

Frequentado por celebridades como Flávia Alessandra e Gabriela Duarte, o salão de Marcos Proença, na Rua Professor Artur Ramos, é um dos points que consagram o bairro como o rei da beleza. Segundo dados da consultoria Cognatis, são quinze endereços, entre eles o do conceituado Wanderley Nunes, no bairro. Nas imediações também há outros nomes de peso, como o MG Hair, de Marco Antonio de Biaggi, na Estados Unidos. Para quem procura cosméticos, o Shopping Iguatemi reúne a drogaria homônima, a loja de perfumes Jo Malone, a Chanel e o spa da rede americana La Mer.

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA 

Vila Clementino

No bairro da Zona Sul estão os principais centros para portadores de necessidades especiais: o hospital da AACD (físicos), o Instituto Dorina Nowill e o Centro de Apoio ao Deficiente Visual (cegos) e o Instituto Santa Teresinha (surdos). Juntos, eles recebem 34 500 pessoas por mês. No primeiro semestre, a prefeitura reformou as calçadas de 28 ruas, instalando piso tátil. A região ainda reúne a maior frota de ônibus acessíveis, 30% do total. Em outros distritos, esse porcentual não passa de 10%.

MAIS CAMPEÕES

Alguns bairros que se destacam em índices importantes

População*

O maior: Grajaú – 360 787
O menor: Marsilac – 8 258

Área**

O maior: Marsilac – 200
O menor: Sé – 2,1

Domicílios***

O maior: Grajaú – 103 043
O menor: Marsilac – 2 349

Empregos****

O maior: Barra Funda – 60 900
O menor: Marsilac – 168

* Em habitantes ** Em quilômetros quadrados *** Em número absoluto **** Por 10 000 habitantes

 

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