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Na pior fase da pandemia, Doria avalia fechar todo o estado nesta semana

A escalada de casos, internações e óbitos pela Covid-19 faz Centro de Contingência pedir lockdown em São Paulo; medida é analisada pelo governo

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h38 - Publicado em 2 mar 2021, 16h55

O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta terça-feira (2) que o estado entrou na pior semana da pandemia desde o começo da crise sanitária e afirmou ainda que não descarta nenhuma medida contra o avanço do coronavírus. A expectativa é de que ele anuncie na quarta-feira (3) a regressão de todo o estado para a fase vermelha do Plano São Paulo. Reuniões com o Centro de Contingência devem acontecer ainda nesta terça para definir os rumos de combate à pandemia. 

“Entramos na pior semana da Covid-19 da história da pandemia desde 26 de fevereiro. Isso não apenas em São Paulo, os demais estados também, eu tenho falado com governadores de outros estados. Há uma preocupação generalizada”, disse o governador. “Não se descarta nenhuma medida, desde que elas sejam embasadas pela ciência e pela saúde”, afirmou Doria.

No Brasil, 18 dos 26 estados estão com mais de 80% de ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) para Covid-19, o que indica início de um colapso generalizado nos sistemas de saúde do país. Em São Paulo, os números de mortes e internações chegaram ao maior nível desde o começo da pandemia. 

Na última semana, segundo dados do governo estadual, o número de internações por Covid-19 em UTI no estado paulista foi 14,7% maior do que na pior semana da pandemia, em julho. Em relação à semana anterior, foram 9,7% novos casos a mais e 18,3% de aumento no número de internações.

Na última sexta-feira (27), a capital paulista bateu o recorde negativo de ocupação de leitos nos hospitais privados. Albert Einstein e Emílio Ribas chegaram a 100% da ocupação de leitos de UTI, Beneficência Portuguesa chegou a 98% e Sírio-Libanês teve 97%. 

Adoção de Lockdown?

Dimas Covas, o diretor do Instituto Butantan, reconheceu o momento delicado e acredita que medidas mais restritivas devem ser levadas em consideração. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, defendeu um recuo de toda São Paulo no plano de reabertura econômica.

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“Eu defendo que o estado todo deveria ser colocado imediatamente em uma fase mais restritiva, com diminuição da circulação principalmente a partir das 20h para evitar festas e aglomerações. Isso deveria ocorrer por um período mínimo de 15 dias. Com isso, conseguimos esfriar a velocidade inicial de transmissão da P1 (variante da Covid-19 descoberta em Manaus) e ganharmos mais tempo”. 

Covas também afirma que só a vacina não será suficiente para conter o avanço da pandemia e que seus efeitos serão sentidos em uma prazo maior. “Para atingirmos o mínimo de 50 milhões (de imunizados), vamos aguardar um bom tempo ainda. não vai acontecer antes de junho ou julho. Não é a vacina que vai interferir neste momento no número de mortes, ela vai proteger progressivamente”.

O centro de contingência da Covid-19 estuda junto ao governo do estado de São Paulo criar uma fase ainda mais restritiva que a vermelha, a fase roxa. Nela, só poderiam funcionar exclusivamente serviços essenciais. 

No entanto, secretário da Saúde do estado Jean Gorinchteyn afirmou em entrevista à rádio CBN ser contrário a um possível lockdown, pois não há auxílio emergencial para as pessoas mais fragilizadas em questões financeiras. “Sou contra lockdown como é feito em outros países, enquanto nós não tivermos esse auxílio (emergencial) para as pessoas que dependem disso. Temos que fazer restrições mais robustas e enérgicas, mas o lockdown no nosso país, não temos condições de fazer. As pessoas vão morrer de fome. Vamos ter um problema civil”.

Por outro lado, Gorinchteyn falou na mesma entrevista que sua pasta vai solicitar a suspensão das aulas presenciais no estado. “O problema não é a escola. Mas o problema é a circulação de pessoas. Eu vou levar meu filho para a escola, pego condução para levá-lo, buscá-lo”, disse. “É um tema que estamos discutindo. se nós estamos entendendo que as pessoas estão ameaçadas frente ao vírus, nós temos que reavaliar”. 

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O governo sinalizou que deve reativar os hospitais de campanha com o anúncio sendo feito na próxima quarta-feira (3).

Coordenação nacional

João Gabbardo, outro médico do centro de contingência do estado de São Paulo, disse que gestores de saúde do Brasil estão pedindo ao Ministério da Saúde uma ação coletiva do país para combater a doença.

“O país inteiro está colapsando. Todos os estados. Não é mais possível que as medidas fiquem na responsabilidade apenas dos gestores estaduais, dos governadores e dos prefeitos. É impossível que a gente continue o enfrentamento dessa pandemia sem ter uma unificação de conduta”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde defende o fechamento do maior número de atividades, com exceção das essenciais, em todas as regiões que atingirem 85% de ocupação de leitos de UTI, além de promover também um toque de recolher nacional, das 20 às 6 horas. 

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