Quem era voluntário da vacina de Oxford que morreu com Covid-19
João Pedro Feitosa tomou placebo durante testes, ou seja, não recebeu a dose real do imunizante
João Pedro Feitosa, um médico recém-formado de 28 anos, morreu em decorrência de complicações da Covid-19 no último dia 15. Ele fazia parte do grupo de voluntários da vacina de Oxford. No entanto, ele tomou um placebo, ou seja, não recebeu a dose real do imunizante, mas uma substância sem efeito no organismo.
O jovem havia se formado no ano passado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e já atuava na linha de frente na luta contra o coronavírus. Familiares e amigos o descreveram como bom médico, aluno exemplar e bom namorado.
De acordo com o Jornal Nacional, João Pedro trabalhava em dois hospitais, ambos na Zona Norte do Rio. Em sua homenagem, a reitoria da UFRJ, a Faculdade de Medicina, além de amigos publicaram textos.
“Porque a falta que você faz é tão grande quanto o seu significado para cada um de nós”, diz uma das mensagens. Em outra, o Centro Acadêmico Carlos Chagas ressaltou a personalidade do jovem.
“João, acho que poderia nesse pequeno texto lembrar do quão bom médico e aluno exemplar você foi, mas acho que a recordação que vou mencionar a todos aqui será outra. Quero guardar para sempre o quão bom namorado, irmão e amigo você foi. A dor no peito, o vazio e saudade desde que você se foi crescem a cada instante e o que nos dá força nesse momento além do carinho de tantos amigos que você fez na vida é lembrar de como você era”, diz um dos trechos.
A morte de um voluntário dos testes da vacina de Oxford foi revelada na quarta-feira (21) pelo jornal ‘O Globo’. Até então, não se sabia se João havia tomado a vacina ou o placebo.
Os cientistas disseram que não poderiam dar detalhes do caso por questões éticas, mas que os estudos estavam mantidos. Lembraram também que a pesquisa é baseada em um “estudo randomizado e cego, no qual 50% dos voluntários recebem o imunizante produzido por Oxford”.
A Universidade de Oxford disse que após “análise cuidadosa” concluiu que não há preocupações sobre a segurança do ensaio clínico.