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Governo de São Paulo ficou espantado com reação de Bolsonaro sobre vacina

“Fomos pegos de surpresa por uma coisa que estava muito certa", diz secretário da Saúde do estado

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 out 2020, 16h57 - Publicado em 21 out 2020, 16h04

Jean Gorinchteyn, secretário estadual de saúde de São Paulo, afirmou que o governo de São Paulo ficou espantado com a decisão do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Saúde de não adquirir a CoronaVac. A vacina contra o coronavírus é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

“Recebemos com imenso espanto. A vacina é um direito da população, e é a única maneira que temos de evitar que tantas pessoas continuem morrendo. O governo do estado de São Paulo irá, assim que aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), fornecer aos brasileiros a vacina”, disse o secretário em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (21). 

Nesta terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina CoronaVac. No entanto, o presidente da república Jair Bolsonaro afirmou no dia seguinte, esta quarta (21), que não irá comprá-la

De acordo com Gorinchteyn, o governo paulista foi surpreendido pela mudança de posicionamento. “Fomos pegos de surpresa por uma coisa que estava muito certa, pela fala do ministro, pelas colocações de todos os secretários, do Ministério. Isso fez com que todos ali parabenizassem o ministro pela condução, todos os governadores, os secretários, os representantes do Conass (Conselho de secretários de Saúde). Ficou claro que estava tudo muito bem. Então, foi uma vitória do Brasil naquele momento”.

O secretário também foi questionado sobre a possibilidade do posicionamento do governo federal atrapalhar no processo de aprovação da vacina. “A Anvisa é um órgão muito técnico e ético. Sempre se pautou nesses pilares. Então não tenho dúvida que não teremos nenhum impasse nesse sentido”. 

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Posicionamento de Doria

João Doria, governador de São Paulo, está com a equipe da gestão estadual em Brasília e comentou a negativa de Bolsonaro em relação a Coronavac.

“Falo aqui na condição de governador do estado de São Paulo, mas falo principalmente como brasileiro, como pai. E como pai eu desejo que meus filhos tomem a vacina, desejo que minha família tome a vacina, desejo que meus vizinhos tomem a vacina, desejo que os brasileiros tomem a vacina. A vacina é que vai nos salvar a todos. Não é ideologia, não é política, não é processo eleitoral que salva, é a vacina”. 

Nas redes sociais, o governador destacou que a “guerra não é eleitoral”. “Peço ao presidente Jair Bolsonaro que tenha grandeza e lidere o Brasil para a saúde, a vida e a retomada de empregos. A nossa guerra não é eleitoral, é contra a pandemia. Não podemos ficar uns contra os outros. Vamos trabalhar unidos para vencer o vírus e salvar os brasileiros”. 

Surpresa e indignação

O governo do estado divulgou uma nota sobre o caso em que se diz surpreso e indignado. Leia na íntegra:

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A Secretaria de Estado da Saúde e o Instituto Butantan recebem com surpresa e indignação a declaração do Governo Federal.

A postura de uma parte da União vai na contramão de todos os avanços conquistados até aqui nas negociações por representantes por ele escolhidos para o Ministério da Saúde com autoridades dos Governos Estaduais de SP e do Brasil. Com destaque para reuniões, inclusive presenciais, em Brasília, com participação do Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, com o Ministro Eduardo Pazuello e seus assessores especiais.  A CoronaVac, aliás, demonstra-se mais segura em comparação a outras vacinas em teste para COVID-19, e apresenta menor percentual de efeitos colaterais nos resultados obtidos até o momento.

O compromisso do Governo do Estado de SP é disponibilizar aos brasileiros uma vacina comprovadamente segura, após a conclusão de todos os estudos clínicos e as devidas aprovações nos órgãos regulatórios, como a Anvisa. Assim, espera que o Ministério da Saúde honre o compromisso assumido publicamente ontem (20) com 24 Estados, adquira o imunizante, e garanta uma vacinação gratuita, segura e eficaz para proteger a população.

O próprio Ministro afirmou, ontem, que “A vacina do Butantan será a vacina brasileira. Nós já fizemos uma carta em resposta ao ofício do Butantan e essa carta, ela é o compromisso da aquisição dessas vacinas”. A frase é clara e sequer da margem para interpretações divergentes, sendo descabida a afirmação do Ministério de que houve “uma interpretação equivocada”. É evidente que qualquer aplicação requer aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e todos os esforços para celeridade em todos esses processos estão sendo empregados para que a população tenha acesso o mais rápido possível a uma vacina segura e eficaz. O Governo de SP deseja também que o Governo Federal compreenda que salvar vidas é a missão máxima de qualquer gestor público responsável.

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