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Anvisa autoriza uso emergencial da CoronaVac e Oxford/AstraZeneca

Vacinação no Brasil já pode ser iniciada após três diretores da Anvisa votarem a favor do uso dos imunizantes

Por Vinicius Tamamoto
Atualizado em 17 jan 2021, 15h23 - Publicado em 17 jan 2021, 13h59
A imagem mostra uma ampola da CoronaVac sendo segurada por uma mão com luva sobre uma mesa. À frente, há uma agulha de aplicação da vacina.
CoronaVac: vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac (Divulgação/Veja SP)
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As vacinas CoronaVac e de Oxford/AstraZeneca tiveram a autorização para uso emergencial aprovadas pela Anvisa durante reunião neste domingo (17). Assim, a vacinação contra a Covid-19 no Brasil já pode ser iniciada.

Em São Paulo, o governador João Doria fará um pronunciamento no Hospital das Clínicas, onde comemora a decisão vacinando uma pessoa. Mônica Calazans, de 54 anos, será a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil.

O secretário de Saúde Jean Gorinchteyn disse no sábado (16) que a vacinação no estado poderia começar já na segunda caso a Anvisa aprovasse o uso emergencial. A informação não foi confirmada oficialmente pela secretaria. Doria deve falar sobre o assunto em seu discurso.

Em nível nacional, a expectativa é de que a campanha de imunização comece no dia 20 ou 21 de janeiro. Neste domingo (17), Doria determinou que o Butantan entregue as vacinas ao Ministério da Saúde.

Votos da diretoria

Meiruze Freitas, diretora da Anvisa, foi a primeira a votar a favor do uso emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford. O diretor Romison Mota acompanhou a relatora e votou do mesmo modo. Depois, Alex Campos se posicionou a favor. Como o colegiado é composto por cinco membros, a aprovação do uso emergencial das duas vacinas foi aprovado. Cristiane Rose Jourdan Gomes e Antônio Barra Torres também votaram a favor.

Três áreas técnicas recomendaram a aprovação das duas vacinas, “tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos e a ausência de alternativas terapêuticas”.

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“A autorização para uso emergencial a uma vacina precisa deixar claro que seus benefícios superam eventuais riscos”, disse Meiruze. “Até o momento, não contamos com alternativa terapêutica disponível eficiente. Assim, compete a cada um de nós, cada um em sua esfera de atuação, tomar todas as medidas ao nosso alcance para diminuir o impacto da Covid-19 sobre a vida do nosso país”, afirmou.

Ao fim do anúncio de seu voto, Meiruze Freitas citou uma frase religiosa. “Porque ele vive, posso crer no amanhã”.

+ Quem são os cinco diretores da Anvisa que irão decidir sobre as vacinas

Acompanhamento

Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, disse que a CoronaVac teve o dado de imunogenicidade considerado não adequado, mas, tendo em vista a necessidade brasileira, recomendou a aprovação do imunizante. 

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“A recomendação, como área técnica, é que, tendo em vista o cenário da pandemia, aumento do número de casos e ausência de alternativas terapêuticas, a gerência recomenda a aprovação do uso emergencial da CoronaVac, com acompanhamento das incertezas que ainda temos e reavaliação periódica”, disse.

Em relação à Oxford/AstraZeneca, Mendes também afirmou que “com a mesma perspectiva, recomendamos a aprovação, condicionada ao monitoramento de incertezas apontadas e reavaliação periódica”.

Já há 11 milhões de doses prontas da vacina CoronaVac no Brasil – o pedido de aval, porém, refere-se a 6 milhões de doses. A vacina de Oxford ainda não está em solo brasileiro. O governo federal queria buscar 2 milhões de doses na Índia, mas teve os planos frustrados após o país asiático negar o pedido alegando que é preciso primeiro começar a própria campanha, iniciada no sábado (16).

Os pedidos para uso em caráter emergencial foram feitos pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsáveis pela CoronaVac e Oxford, respectivamente.

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Como se deu a análise

A primeira etapa de verificação analisou se a documentação e as informações essenciais estavam nos materiais apresentados pelos centros de pesquisa. Após essa triagem, os técnicos da Anvisa passaram a examinar os relatórios enviados e os dados constantes nos requerimentos submetidos.

No total, três áreas da agência fizeram exame da documentação apresentada: a de registro de medicamentos, a de boas práticas de fabricação e a de farmacovigilância de medicamentos. Cada setor elaborou um parecer, que serviu como subsídio para a análise e decisão da diretoria colegiada.

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