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Saquê passa a ser valorizado e ganha status de bebida sofisticada

Conheça melhor o fermentado oriental que antigamente era um mingau de arroz mastigado

Por Sophia Braun
Atualizado em 20 jan 2022, 09h31 - Publicado em 30 set 2011, 21h28
Saquês do Kinoshita
Saquês do Kinoshita (Ligia Skowronski/)
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O universo do saquê — aqui entendido como fermentado de arroz, já que a palavra japonesa se refere a toda bebida com mais de 1% de álcool — é tão complexo quanto o do vinho. Cada rótulo possui características próprias, com sabores e aromas diversos.

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Diversas lendas tentam explicar o surgimento da bebida. A mais difundida conta que ela nasceu de um barril de arroz mal vedado, há cerca de 2000 anos. Pelo ar teriam entrado fungos e bactérias que induziram os grãos a um processo de fermentação natural. Depois da descoberta, os japoneses desenvolveram um método de produção rudimentar que consistia em mastigar o arroz cozido e devolvê-lo. A saliva se encarregava da fermentação. “No começo o saquê era um tipo de mingau alcoólico”, diz Celso Norio Ishiy. Segundo o especialista, durante 1000 anos ele foi consumido assim, até ser filtrado e finalmente transformado em líquido. “As pessoas bebiam para se embebedar ou para se aquecer no inverno”, explica Ishiy.

 

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O saquê só deixou de ser rústico há cerca de um século, quando as técnicas de polimento de arroz e as máquinas foram aprimoradas, dando origem às versões chamadas de premium e superpremium. Mesmo no Japão, esses rótulos refinados são novidade. Hoje, o país conta com mais de 1 500 fabricantes, de pequenos proprietários a megaempresas. Cada um deles elabora diferentes variedades do fermentado de arroz, classificadas principalmente pelo grau de polimento do grão. “Quanto menos impurezas, proteínas e gorduras, mais valorizado é o produto”, afirma Yasmin Yonashiro, sommelière de saquê. “No Brasil, a garrafa de um saquê japonês considerado fino chega a custar mais de R$ 1 000,00.”

O alto preço dos rótulos importados reflete o aumento dos tributos sobre bebidas alcoólicas. “Hoje se vende mais imposto do que saquê”, diz Ishy. Com isso, a demanda por marcas nacionais foi fortalecida, mesmo que a variedade de estilos e o grau de refinamento sejam menores. “Os que vêm de fora normalmente custam o dobro ou mais”, estima o especialista.

Apesar de presente no Brasil há décadas, o mercado de saquê continua em expansão, principalmente em São Paulo — e talvez viva o seu melhor momento. Mas quem entende do assunto afirma que a categoria ainda sofre com a falta de informação. “Se ao ler o rótulo de um superpremium, o paulistano entender o que aquilo significa, talvez não ache uma garrafa de R$ 500,00 tão cara. Tem gente que paga muito mais em um vinho”, pondera.

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