Oferta de restaurantes árabes cresce no Itaim Bibi
Culinária típica não vivia expansão tão intensa na mesma região fazia tempo
Muito apreciada pelos paulistanos, a culinária árabe não vivia expansão tão intensa na mesma região fazia tempo. Desde março, mais três restaurantes típicos aportaram no Itaim, aumentando a oferta de representantes na área. Instalaram-se por lá o Baruk, o Zaatar e, há três semanas, o Al Baladi. O destino comum está longe de ser uma coincidência. Com alto padrão comercial e residencial, o agitado bairro da Zona Oeste atrai empreendedores com a promessa de casa cheia no almoço, disputado por executivos e outros profissionais, e no jantar, frequentado por moradores e gente em busca da efervescência do local.
Mais novo inquilino, o Al Baladi é um projeto dos sócios de ascendência libanesa Leonardo Yunes, Renato Haddad, Bruno Farah Nassif Laporta e Marcel Gholmieh — os dois últimos têm ainda participação no bar Hooters e na primeira unidade brasileira do restaurante Benihana, que abriu as portas oficialmente no dia 5, também no Itaim. Cabe a Renato Haddad cuidar do menu com receitas de família, entre elas o incomum homus colorido por beterraba (17 reais), especialidade da avó do cozinheiro. No cálculo dos proprietários, foi investido 1,5 milhão de reais para dar uma atmosfera árabe ao imóvel da Rua Paisde Araújo antes ocupado pelo St. Honoré, um mal sucedido misto de bistrô francês e confeitaria. “A vizinhança, cheia de lugares bacanas para comer, atrai clientes inclusive nos fins de semana”, afirma Marcel Gholmieh.
O bom fluxo de pessoas até aos sábados e domingos foi um dos fatores que influenciaram os irmãos Gustavo e Denise Batistel a abrir por lá uma unidade do Baruk, cuja matriz fica na Vila Olímpia. “Como o movimento nessa primeira casa é restrito ao almoço executivo, decidimos expandir para atrair públicos diferentes”, explica Denise. Inaugurada em junho na Rua Bandeira Paulista, a filial também investe no sistema de rodízio, com uma sequência de pratos em pequenas porções, incluindo os miniquibes de casca crocante e recheio úmido (35,90 reais a 39,90 reais por pessoa, a depender do dia da semana).
Algum tempo antes, em março, chegou à mesma rua o Zaatar. Até encontrar o ponto próximo ao complexo de cinemas Kinoplex, Rafael Bueno, de 32 anos, ao lado de mais três sócios, vasculhou o pedaço por nove meses. Formado em hotelaria, ele passou um mês no Líbano trabalhando em um restaurante para aprender a cultura do país. Trouxe na mala duas chapas convexas conhecidas como saj, nas quais são preparados os pães que acompanham as pastas e dão origem aos sanduíches. “As opções desse tipo de culinária na região ainda são escassas perto da demanda”, avalia.
Nascida na Rua 25 de Março, a Brasserie Victória, conhecida por servir um dos melhores quibes crus da cidade, transferiu-se há exatas três décadas para a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek. Pioneira no eixo entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima e a Marginal Pinheiros, divide a vizinhança com o moderno Manish desde o ano passado. A nova casa tem como sócios Paulo Abbud, dono do Farabbud, em Moema, e Paulo Abbud Filho. Herdeiro de uma longa tradição gastronômica, o jovem empresário é um dos donos do Saj, endereço concorrido da Vila Madalena queganhou em junho uma filial não longe dali, no Jardim Paulistano. É mais um sinal de que a expansão da culinária árabe na metrópole dispõe de muito fôlego para continuar.
ROTA DA ESFIHA
O eixo formado pelos novos e antigos estabelecimentos
1) Al Baladi — Rua Pais de Araújo, 185, Itaim Bibi, ☎ 2538-5993
2) Baruk — Rua Bandeira Paulista, 399, Itaim Bibi, ☎ 3895-9990
3) Brasserie Victória —Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 545, Itaim Bibi, ☎ 3040-8897
4) Manish — Avenida Horácio Lafer, 491, Itaim Bibi, ☎ 4301-5928
5) Saj — Rua Joaquim Antunes, 260, Jardim Paulistano, ☎ 2574-3665
6) Zaatar — Rua Bandeira Paulista, 485, Itaim Bibi, ☎ 3071-2398