Rabo de galo ganha versões modernas em bares badalados da capital
Drinque tem até eventos especializados
Popular há décadas em botequins, onde a dose custa a partir de 5 reais, o rabo de galo estendeu sua presença a ares mais sofisticados. Desde o ano passado, o drinque à base de vermute e cachaça ganhou novos ingredientes, visibilidade em bares badalados e, claro, preços mais altos.
Entre as casas que o adotaram está o Riviera, na Avenida Paulista, que incluiu Cynar e Angostura à receita (24 reais). No Guarita, em Pinheiros, a mistura leva dois tipos de cachaça, vermute e Cynar (26 reais). E no Empório Sagarana o copo vem com infusão de saúva (a formiga entra para dar notas de eucalipto e de capim-santo à bebida) e extrato de carvalho (15 reais).
O fenômeno rendeu um evento, o 1º Concurso Nacional de Rabo de Galo, em agosto, no Clube Atlético São Paulo, na Consolação. Durante dois dias, profissionais da área ministraram workshops e criaram variações do drinque. “Ele tem tradição e história no Brasil”, defende o premiado bartender Derivan de Souza, do bar Número, na Consolação, organizador do concurso. “Vamos levá- lo à fama internacional, como ocorre com a caipirinha”, completa.
Até este domingo (1º), a cidade abriga também a segunda edição do Projeto Rabo de Galo, no qual bares apresentam suas versões da bebida.
A mistura começou sua trajetória por aqui em 1954, quando o gigante italiano Cinzano abriu uma fábrica na capital. Ao pesquisar os hábitos etílicos dos brasileiros, a empresa constatou que a cachaça se destacava. Criou então um mix entre a preferência nacional e o seu principal produto, o vermute. Para batizá-lo, apenas traduziu a palavra inglesa cocktail (cock significa galo, e tail, rabo). Assim nascia um clássico.