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Importadora de vinhos Grand Cru abre mais seis lojas na capital

Empresa fechou o ano de 2017 com faturamento de 200 milhões de reais

Por Fábio Galib Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 jan 2022, 10h23 - Publicado em 9 mar 2018, 06h00
Kleiman: investimento de 10 milhões só na capital (Gladstone Campos/Veja SP)
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Quando o assunto é vinho, o Brasil está a barricas e mais barricas de distância dos grandes consumidores mundiais. Cada brasileiro toma, em média, menos de 2 litros da bebida por ano — número que não muda há mais de uma década. Para efeito de comparação, Portugal e França registram um consumo per capita superior a 40 litros, e nossos vizinhos uruguaios, a 30. Esse cenário aparentemente desfavorável, porém, não se reflete nos números da maior rede de lojas de vinhos de importação exclusiva do país, a Grand Cru.

Fundada em 1998 pelos argentinos Victor e Mariano Levy, originalmente em Buenos Aires, a empresa desembarcou por aqui quinze anos atrás. Permaneceu praticamente estagnada até 2014, quando sua expansão foi turbinada ao ter a operação brasileira adquirida pela companhia de investimentos Aqua Capital.

Mariano Levy, entretanto, segue com uma participação societária e está à frente das decisões da empresa. Desde então, a Grand Cru cresce num ritmo de 30% ao ano. Ela fechou 2017 com vinte lojas próprias e mais 33 franquias, espalhadas de Manaus a Porto Alegre, que proporcionaram, junto com as vendas on-line, o faturamento de 200 milhões de reais.

Um dos segredos desse crescimento, como aponta Luciano Kleiman, CEO da companhia, foi mudar o foco e investir em rótulos de boa relação preço-qualidade. “No início, trazíamos uma quantidade maior de vinhos caros”, diz ele. Esses continuam no catálogo — há garrafa que chega a custar 20 000 reais —, mas há opções por valores a partir de 39 reais, somando 1 900 rótulos provenientes de 150 vinícolas, cinquenta delas de importação exclusiva, das principais regiões produtoras do mundo, sobretudo Chile, Argentina, Itália e França.

Grand Cru Eataly
Wine bar aberto no empório Eataly: vinhos italianos em taça (Massimo Failutti/Veja SP)
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“Atualmente, temos vinhos que custam menos que muita cerveja importada e são de ótima qualidade”, afirma o italiano Massimo Leoncini, sommelier executivo da empresa desde agosto de 2015, quando deixou o grupo Fasano a convite de Mariano para ingressar na importadora. “No momento, os mais vendidos são os que custam, em média, 100 reais.”

Para Kleiman, outra aposta da empresa é o comércio eletrônico. “Trata-se da área de vendas que mais cresce”, diz o CEO, que não revela números. “Só posso dizer que estamos avançando a um ritmo perto de três dígitos ao ano.” Isso não significa uma baixa na abertura de lojas físicas. Nos últimos meses, foram seis na capital, uma delas em shopping, anexa a um wine bar, caso da unidade do Higienópolis.

Outro modelo que avançou foi a operação de lojas em conjunto com restaurantes, como é feito desde 2013 em Perdizes, ponto compartilhado com o Ecully, de cozinha autoral. As inaugurações paulistanas representaram mais da metade dos investimentos da marca em 2017, de 10 milhões de reais, de acordo com seu executivo. O valor inclui também reestruturações nas operações da cadeia, concentradas na matriz, na Rua Bela Cintra, no Jardim Paulista.

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Nos primeiros meses deste ano, a rede ganhou um ponto no megaempório gastronômico Eataly. É uma área dedicada aos vinhos italianos também servidos em taça com preços entre 10 e 45 reais. No segundo semestre, deve ser aberto mais um wine bar, projetado no imóvel localizado nos fundos da matriz. Ele vai ocupar o espaço que hoje pertence à escola do grupo, na qual se ministram cursos e treinamentos para brigadas de restaurantes. As mudanças na Grand Cru não param, e a importadora promete chacoalhar ainda mais o mundo do vinho.

Lojas em restaurantes

Extásia, Osteria Terra Madre, Bacobuquê. Além do dono em comum, o paranaense Raphael Zanette, os três restaurantes abertos no ano passado dividem espaço com unidades da Grand Cru, algo que já acontecia em Perdizes, com o Ecully, de outros proprietários. “A administração é independente, mas as bebidas ficam aos nossos cuidados”, explica Luciano Kleiman. “A vantagem desse modelo de negócio é que o cliente pede o vinho na mesa do restaurante e paga o preço de prateleira nas casas de Zanette, porém, adiciona-se uma taxa extra de 15 reais.”

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